E o que dizer do amor se em meio há tantos desencontros volto a te encontrar? Você caminha feito dono nos meus pensamentos, acha que é o dono na minha vida porque faz bater mais forte meu coração. Fica aí feito bobo, só porque podes me roubar uns beijos e alguns sorrisos.
Acha que pode vir assim, como-quem-não-quer-nada, e mudar minha vida? Que direito achas que tem em me fazer gostar de ti? O quão superior tu te sentes fazendo com que eu me encante por ti a cada segundo que passe? Se pensas que um dia não será preso por roubares meus suspiros está muito enganado. Pois te condeno a uma eternidade ao meu lado por me fazer viver assim.
Achas que é justo viver sonhando acordada? Viver te vendo quando de olhos abertos e ao tentar descansar meu olhos os fechando, quando menos espero, atônita, é o teu sorriso e a cadência dos teus fios de cabelo lindamente despenteados que me vêm no pensamento.
Sinto-me prisioneira em meu próprio corpo, pois depois de um tempo, mesmo que cedo talvez, minha mão só aquece se for segurando a tua, meu coração só bate se perto do teu, meu riso se alarga ao teu encontro e meus olhos brilham mais que mil estrelas quando encontram a luz do teu olhar.
É o teu perfume que se faz dono da minha pele. O teu abraço forte se faz minha nêmesis. E é neste ímpeto que te entrego meus sentimentos. Talvez tudo que eu tenha dito aqui seja algo acrônico, mas nada disso me importa senão somente te deixar saber o que és para mim.
E a esse sentimento incipiente novamente eu me entrego, contudo sonhando que ele seja eterno. Que haja andor nos próximos passos, pois eu só queria mesmo é enfatizar o quanto é bom ter alguém para se gostar. E, para ultimar, como diz Tom Jobim: 'Fundamental é mesmo o amor. É impossível ser feliz sozinho.'.
GEDIEL, Camila. Amor Incipiente. 2010
