sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Enfim

Queria fazer do último post de 2010 uma retrospectiva, mas me faltaram palavras e então resolvi escrever qualquer coisa que estivesse se passando na minha mente. E adivinhe: é amor! E por ser amor, peço desculpas a este sentimento por descrevê-lo antes como um pensamento qualquer.

Há um tempo atrás um amigo meu me disse: "Camila, teus melhores textos foram aqueles em que tu falava de amor". E, eu só tive que concordar. Amor é uma coisa rara hoje em dia, muitas pessoas sequer sabem o que é ou algum dia sentiram tal sentimento. Mas, gostaria de deixar claro que, o amor que antes eu escrevia não era propriamente o amor entre duas pessoas e sim um sentimento só meu, um sentimento egoísta que só eu sentia, mas que me fazia tão bem que eu imaginava um outro mundo e ao imaginar esse outro mundo o que mais me sobrava era inspiração. A inspiração do meu querer que não existia.

De todos os sentimentos que existem e com os quais convivemos diariamente, o amor é o único que nos faz sentir completos, nos faz sentir especiais e puros. Nem toda a pessoa é merecedora de um amor incondicional, assim como nem todo ser humano que merece de verdade o têm. Não tem como julgar, tem-se apenas de esperar, pois na hora certa o seu amor verdadeiro vai chegar.

Nunca cedo demais para cansar, tampouco tarde demais para não poder bem o aproveitar. Mas sim na hora certa, com a pessoa certa e no momento em que tudo parecer dar errado.

O amor é a esperança, é a força. É o maior de todos os sentimentos, é a base. É um silêncio que grita em nosso peito a necessidade de fazer o bem. É a caridade, é a humildade, é um bem querer.

Às vezes é preciso morrer, acordar às 10:15 em um hospital sem saber o que de fato havia acontecido e descobrir mais tarde que entramos em coma, tivemos uma parada cardíaca e que por algum motivo aquela não era a hora de morrer, mas sim de renascer. Fazer renascer todo o amor que eu havia esquecido que poderia compartilhar e nessa necessidade toda, comecei a ver nas pessoas o brilho e a inspiração única que cada uma delas tinha a me dar.

Se me pedissem eu poderia descrever todos os meus amigos cada um com um post respectivo, simplesmente destacando o que cada um me passa de bom e o que cada um me ensinou que é incorreto. As pessoas têm tanto a dar-se, a compartilhar e trocar. Experiências de vida, ciência, raiz.

Cada um com sua história, suas definições. Cada vírgula e cada ponto colocado em uma parte diferente da história que nós faz enxergar cada mínimo detalhe com uma justiça maior. Criticando a negatividade e superando-as, enquanto intensificamos a positividade.

2010 foi um ano cheio disso. Conheci pessoas fantásticas, maravilhosas, mas nesses últimos meses que eu conheci e me relacionei com as pessoas mais íncriveis que eu já conheci até hoje. Cada um em seu brilho e seu sorriso me fez enxergar o que os meus olhos não acreditavam. E, eu só queria agradecer mesmo a todos aqueles que fizeram parte desse ano comigo. Cada nova pessoa que entrou na minha vida e me marcou de alguma forma.

Que em 2011 não falte amor, nem carinho, tampouco vontade de ajudar ao próximo. Vamos intensificar nossas raízes e crescermos juntos. Pois, por mais que no começo de nossas vidas e no final dela nós nascemos e partimos sozinho, o intervalo de tudo isso que é responsável por cada sorriso e cada lágrima. E esse intervalo é o que chamamos de “história da nossa vida”.

Obrigada a cada um que fez parte da minha.

GEDIEL, Camila. Enfim. 2010.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Nem Mesmo Eu Entendo

Escrever não é contar, é sim deixar-se transcrever os pensamentos mais ocultos que por muitas vezes não queremos, ou, tampouco, temos coragem de falar. É sentir liberdade, é não culpar-se pelos que os dedos levianos que vão levando traduções aos leitores. As traduções mais absurdas, os pensamentos mais malucos, as idéias mais inimagináveis.

Escrever é não ter medo de explicitar suas idéias e pensamentos, suas filosofias e ideologias. Escrever não deixa de ser um falar. Escrever é uma fala desenhada, é traduzir em traços meias palavras. É a soma de um lápis, uma folha de papel e os pensamentos que fogem aos olhos de até mesmo o próprio escritor.

Muitas vezes começamos um texto sem saber o fim, sem saber o meio. E, é esquisito, mas, como este próprio texto, comecei a escrevê-lo sem saber como iniciar sequer a primeira frase. Deixei transcorrer tudo que se passava na minha cabeça, deixei meus dedos guiarem os poucos pensares que se passam na minha cabeça e que finalizam este parágrafo.

Veja novamente que, sem muito refletir iniciei um novo parágrafo, você está aí lendo e pensando: Meu Deus, que menina louca. Qual o propósito disso afinal. E ao final você descobre que, talvez, não sei(pois ainda não sei o final)... Mas nesse fim pode ser que nem um propósito tenha, pois a propósito, sobre o que é este texto mesmo?

Imaginação. Palavras. Sentidos. Falas. Pensamentos. Traduções. Dedos. Mãos. Expressão. O quê? Sem saber por que comecei tampouco o porquê que assim acabei, finalizo este texto, sem mais, nem menos.

Não sou louca o suficiente para explicar, tampouco lúcida o suficiente para entender.

GEDIEL, Camila. Nem Mesmo Eu Entendo. 2010.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Grão de Areia

Eu ainda não aprendi a calcular o preço que nós pagamos por um erro, tampouco calcular os lucros que ganhamos com um acerto. Mas, em compensação, aprendi que não importa se você erre ou acerta, o que estiver escrito no seu destino vai acontecer.

Hoje eu aprendi que o mais difícil na vida é afastar-se das pessoas que se gosta, que se ama, por mais que seja pelo nosso futuro e nosso bem, meu bem é estar perto daqueles que eu amo. Hoje percebi que não se pode construir um futuro em cima de um futuro que já foi construído, temos que criar nosso próprio futuro e o afastar-se é inevitável.

Então, chegou a minha hora de deixar saudades e sentir saudades, assim como foi na formatura do jardim, do primeiro grau, do segundo grau, na formatura da faculdade, no primeiro fim de namoro, na primeira troca de cidade, enfim.

É uma vida que somos a destinados a partilhar com tantos outros. Criar os vínculos nós nunca escolhemos, tampouco separá-los. É a vida sempre em sua alta rotatividade. É o destino, o futuro, o dia após dia, as responsabilidades, a vontade de criar nossas próprias raízes, ter nosso próprio espaço que vai, aos poucos, nos afastando uns dos outros. A necessidade, ou melhor, a obrigação que a vida nos impõe de nos tornarmos adultos, pais e responsáveis.

Dizer que não dói é mentira, que não machuca é enganar-se, que não se sente vazio é altruísmo puro. Todos somos completos sozinhos, e podem protestar aqueles que acharem que não, mas juntos somos uma soma, uma intensificação, uma força maior, somos amor. Somos necessidade.

Escrever um novo capítulo na vida não é fácil. A saudade das páginas passadas lateja no peito que teme uma nova parte da história. E afinal, o que menos importa nesse livro todo não é o final, afinal o final é o fim, ninguém gosta do fim e então porque não intensificar os meios? Criar sempre um capítulo diferente, com personagens diferentes. Sentar-se próximo aos netos e contar tudo que já fora vivido por você antes. Fechar os olhos, se tele-transportar, voltar ao tempo e poder dizer: "Que bom que eu nunca perdi uma chance".

É tão fácil reclamar da vida quando nos fechamos para as portas que se abrem, mas agora entrar e dizer: "Olá", não é para qualquer um e justamente por isso, oportunidades são raras e intensas, pois nem todo o ser humano é corajoso, nem todo ser humano tem vontade de viver sem fronteiras.

Se você olhar para o alto você não vê fronteiras, você vê um largo horizonte azul, esperando que você desenhe nele e realize no mesmo, todos os seus maiores desejos. O céu à noite é cheio de estrelas, mas quem é notada sempre, tanto na presença, quanto na ausência, é a lua.

Seja a lua do seu horizonte nos dias difíceis e escuros como a noite. Brilhe mais do que qualquer estrela e reflita nas ondas da vida toda a sua irreverências e marque, desenhe nas areias do passado, cada traço, cada escolha que fora tomada. Se necessário reescreva, mas saiba que um grão de areia que se move, nunca mais voltará para o mesmo lugar da mesma forma.

GEDIEL, Camila. Grão de Areia. 2010.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Superação

Hoje eu vi o filme chamado "Front of the Class", que por sinal, mexeu muito comigo, assim como todos os filmes que falam em superação e busca da felicidade, sem pensar nas causas ou medos que anseiam qualquer escolha.

Baseado em uma história real, Front of the Class, conta a história do jovem Brad Cohen que sofre desde seus 6 anos de idade com a Síndrome de Tourette, sem saber que este era o nome da sua companheira. Durante a sua infância, Brad sofre com a visível não aceitação do pai e dos colegas da escola, enquanto sua mãe batalha ao lado do filho em busca de uma cura ou explicação para o comportamento incontrolável do filho.

A mãe de Brad, Ellen, começa a estudar e ler diversos livros médicos até que em um deles descobre o nome da doença que o filho tem: Síndrome de Tourette, e junto com isso descobre que seu pequeno Brad não mentia quando definia como incontrolável suas manias, sons ou espasmos.

Ellen resolve então procurar um tratamento adequado ao filho, quando descobre que a doença ainda não tem cura. Brad se culpa pelo desconforto da mãe em relação a doença que ele possui. O tempo então passa, Brad se forma na faculdade e resolve ser professor.

A luta por um emprego se torna ainda mais díficil quando ele explica sobre a Síndrome que possui. É julgado por querer ser um professor e sofre discriminação e preconceito pela maioria das escolas em que realiza suas entrevistas, até que uma escola reage diferente e esta decide dar a chance de Brad dar aulas a segunda série.

Brad resolve dar o seu melhor, sem saber que por causa da própria Tourette ele já é o melhor por ter vencido o maior de todos os obstáculos da sua vida: A superação. Em menos de um ano exercendo sua profissão na escola ele recebe o Prêmio de Melhor Professor do Ano.

Brad então deixa sua família extremamente orgulhosa, principalmente ao seu pai. Brad, que nunca se preocupou com o amor, pouco antes de começar seu trabalho como professor conhece Nancy em um site de relacionamentos e ambos acabam se apaixonando. Nancy não se sente incomodada com os sintomas de Brad e diz que ele a faz rir sempre, o que a deixa ainda mais contente.

O mais importante do filme inteiro é que desde os 6 anos de idade Brad prometeu a sua mãe que nunca deixaria a Tourette o vencer, ele a venceria, ele que iria aprender a dominá-la e amenizá-la, não a deixaria o proibir de ter uma vida normal. E, sempre com esse pensamento Brad se tornou um profissional incrível e extremamente reconhecido, causou-se em 2006 com Nancy e ainda não descobriu a cura da sua doença, porém descobriu que não podemos desistir nunca de nossos sonhos, por mais que as dificuldades e a vida sempre puxem nossos tapetes, nós temos que levantar e tentar, e tentar, pois um dia a persistência nos levará a perfeição.

Esse simples filme, com uma doença séria e sem cura, só mostra a muitos daqueles que têm medo de buscar seus sonhos e que se acham incapazes de conseguir vencer sozinhos, mesmo sendo fisicamente e psicologicamente perfeitos, todos nós somos fortes o suficientes para vencermos qualquer barreira da vida. O segredo é ter vontade de viver e fazer de tudo para tornar nossos sonhos realidade. Pois, baixar a cabeça e dizer: 'eu tentei, mas não consegui', qualquer um consegue, mas gritar em alto e bom som: 'eu tentei muito e consegui', é só para os raros, para aqueles que tem perseverança, para aqueles que tem amor a vida e principalmente, para aqueles que não se contentam em ser apenas mais um no mundo. Queremos ser a diferença, aqueles que sabem realmente o que é ser felizes de verdade, independe da dificuldade que tenhamos e o quanto choramos as escondidas. O que importa mesmo é o sorriso largo no dia da vitória e a sensação incomparável de ser um vencedor.

Parabéns, Brad Cohen por ser esse exemplo de vida!

GEDIEL, Camila. Superação. 2010.