quarta-feira, 23 de março de 2011

Maça-do-Amor

Eu queria que tudo que é bom fosse para sempre. Que de segunda a quinta, sempre fosse sexta-feira. Que todos os doces fossem sempre doces. Que sábado e domingo tivessem 48 horas.

Eu queria que o amor não tivesse fase, não tivesse medida. Queria saber amar compreendendo as fases, sem pensar nas medidas. Queria medir o tempo afim de evitar para sempre o tal, juvenil, Srto. Sofrimento. Queria que a dor não existe, que o passado nem sempre fosse presente e que tampouco existisse tantas coisas ruins próximas da gente.

Queria que brigadeiro, beijinho e cajuzinho 'docescessem' das árvores. Que chovesse algumas vezes ao invés de água, suco de goiaba. Que o solo fosse de chiclete para aqueles que amamos nunca se afastarem da gente. Queria ver gente que gosta de sonhar. Que fecha os olhos antes de cochilar e fica pensando no mundo e em um jeito de o melhorar.

Queria que tudo fosse azul e que a paz, que branca é, fosse mestiça. Queria que nosso planeta continuasse redondo e que o coração de algumas pessoas deixasse de ser de pedra.

Queria que nada que é bom mudasse. Que tudo que é colorido sempre fosse retocado. Que o vento sempre vá e volte sem deixar-se perceber. E que a Lua que cumprimenta o Sol em despedida para um novo dia pudesse fazer a todos repensar.

Porque mudar o que é bom? Porque fingir algo que não se sente? Porque deixar-se de sentir? Porque não então sonhar e deixar acontecer? Pois sempre depois de dias nublados é o sol que radia.

Brincar de imaginar é fácil, fazer acontecer nem sempre depende da gente. Mas quem disse que não podemos sonhar? Afinal, eu sempre quis uma árvore de maça-do-amor, plantei uma semente dela durante um sonho no meu coração. Hoje brotam não só frutos, mas também desejos de fazer o bem. (E caso me perguntem sobre o bem, me desculpem pois tenho o feito sem olhar a quem)

GEDIEL, Camila. Maça-do-Amor. 2011

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