quinta-feira, 30 de julho de 2009

Matemática do bom senso

Eu queria poder voar, ter asas... Queria correr rapidamente até a mais alta montanha e me atirar de braços abertos, sentir a liberdade. Abrir as minhas, então formadas, asas e fechá-las lentamente, sentindo delicadamente a brisa tocar por entre cada pena que compõe o meu novo atrelo.

Voaria até os mais belos lugares, pousaria. Admiraria cada belíssima paisagem deste mundo, até mesmo as mais exóticas e desconhecidas pelo homem(por algum motivo).

Queria poder sentir o que é o prazer da liberdade extrema, de sentir-se mais leve que qualquer outra forma física da terra. Sentir-se como uma folha de papel caindo vagarosamente da mesa exibindo sua formosura em cada jogo que dá de equilíbrio para sustentar-se no ar pelo maior tempo possível, até ajeitar-se sobre uma superfície qualquer.

É estranho como certas sensações foram simplesmente impedidas ao homem. E por que será?

Por que o homem destrói? Por que o homem é descontente em somente provar o gosto do novo? Por que ele quer sempre mais que isso? Quer saber sempre o porquê, o pra quê e se é possível obter alguma lucratividade em cima disso?

A mente humana é podre e totalmente limitada, se o homem em algum momento da sua existência tivesse respeitado a fronteira entre o ver, sentir e o saber as origens, talvez a mente humana tivesse se desenvolvimento muito mais.

O homem explora, mas explora demais, tanto explora que desgasta e nos deixou viver, hoje, em um meio ambiente onde as condições de vida são cada vez menores, a probabilidade de existência na terra é cada vez mais redutiva. E ainda cogitam a possibilidade de habilitar em Marte.

Aloooouu homens da Terra, o sistema solar tem apenas 8 planetas! Plutão que foi esperto e fugiu da órbita antes que vocês o ameaçassem de alguma forma. Vocês acham que são os mais inteligentíssimos seres do universo? Vocês acham que vão habitar em Marte e por isso deixam a Terra cair em devastação?

Assim teremos apenas mais 7 planetas à habitar e irá diminuindo até quando? Por que não simplesmente contentar-se com o que se tem e apenas admirar a beleza e delicadeza do que ainda temos. E por que não, também, ao invés de adaptarmos um novo planeta, porque não tentamos reajustar o nosso? Aqui é nossa casa, será aqui onde ainda criaremos asas e voaremos! Afinal a nossa vida não é eterna, mas ainda tem-se fé!

Eu acredito!

GEDIEL, Camila. Matemática do bom senso. 2009.

terça-feira, 28 de julho de 2009

O que faz falta

Ser mãe, ter mãe...

Ser mãe é em primeiro lugar saber que você tem o maior dom do mundo, o dom de dar a vida a alguém. É carregar esse alguém dentro de ti por semanas e semanas. É sentir todos os dias uma sensação diferente, é sentir um ser crescendo dentro de ti.

Ser mãe é ter dores, é chorar de emoção, é ter desejos, por mais estranhos que sejam. Ser mãe é preocupar-se com que nome ele terá. Ou qual será o seu time favorito, será que ele terá a carinha do pai? As mãozinhas da mãe, o narizinho da avó, ou as orelhas do avô?

Ser mãe é imaginar...

Imaginar uma vida crescendo, é imaginar um futuro. Ser mãe é fazer esse futuro acontecer, com todo o suor que for necessário.

Ser mãe é aquecer seu filho enquanto ele chora, é abraçá-lo, dar-lhe carinho, é amamentá-lo. Ser mãe é deixar transparecer que aquele ser que seguras nos braços é a sua vida em outro coração, é seu sorriso em outro rosto, é seu olho com cor igual ou diferente do seu.

Ser mãe é amar, e deixar-se amar. É respeitar, é educar, é amar, amar e amar...

Ser mãe é ser o amor em pessoa, é ser amor em traços e atitudes, delicadezas e formosuras.

Ser mãe é acolher quando seu filho mais precisa. Ser mãe é não bater quando ele deixa um copo cair no chão, mas sim perguntar se ele se machucou e pedir que ele tenha mais atenção.

Ser mãe é dar umas palmadas quando ele parece não mais respeitar você. Ser mãe é entender que o filho cresce e que vai se achar superior a você. Ser mãe é sentar e explicar 'Meu filho, não é assim!’.

Ser mãe é fazer os desejos de seu filho tornar-se realidade. Ser mãe é apoiar, em qualquer situação. Ser mãe é brigar também, quando seu filho parece não estar enxergando a realidade. Ser mãe é deixar as vezes que a vida mostre o que é certo e o que é errado. Porque às vezes, ser mãe parece que falamos outro dialeto, ou que nossos filhos são surdos.

Ser mãe é amar, desde o seu primeiro dia de vida, até seu último dia de existência física na terra. Ser mãe é educar, não com tapas, espancões, xingões e comportamentos de baixo escalão, mas sim entender que isso não é nada. Sem mãe é mostrar que o amor e que uma palavra bastam para mostrar o respeito. Ser mãe é educar o certo e corrigir o errado com um só olhar.

Ser mãe não é machucar, mas acariciar. Ser mãe é proteger, mesmo que seja da escuridão da noite ou do bicho papão. Ser mãe é unicamente amar, independente de suas características ou manias... Ser mãe não tem explicação!

Ter mãe é se sentir completo, pois quem tem uma mãe de verdade, tem tudo!

GEDIEL, Camila. O que faz falta. 2009

Texto inspirado em uma das cenas mais lindas e emocionantes que eu vi na minha vida toda, que me comoveu e me fez pensar em coisas que eu jamais tive.

A mãe, cansada após um parto exaustivo, abraça o filho que chora por estar longe do calor materno, aproxima ele de sua face e o acaricia com sua pele doce e macia, afaga seu filho com a ponta perfeitamente desenhada de seu nariz em um gesto de amor único. O filho então pára de chorar e a mãe o beija e o chama de 'meu príncipe'.

Ter um filho, qualquer mulher pode ter. Amá-lo de verdade e valorizar a ele mais do que sua própria vida, não é qualquer mulher. Ser mãe é indescritível.

Parabéns, Bianca Vicente, pelo filho que hoje carregas em teus braços. Que ele sempre seja o teu sorriso e o pulsar do teu coração!

quinta-feira, 9 de julho de 2009

A partida

Quando abri meus olhos de verdade percebi que parte de mim se foi.

Se foi junto o brilho de muitas coisas, a fragrância marcante de muitas flores, se foi o gosto saboroso das minhas frutas favoritas!

E então quando me dei por conta, você se foi!

Te conheci no exato tempo em que comecei a conhecer a eu mesmo em sua vida. Te conheci quando descobri que sua meia favorita era a amarela e também quando brigamos porque eu queria lavar a louça suja e você também desejava o mesmo.

Te conheci quando eu cai no chão, chorei e então pensando que não poderia conseguir me levantar sozinho vi você estendendo sua mão. Sem exitar eu a segurei, quando na verdade quem estava no chão era você!

Enxaguei suas lágrimas, você me ensinou a sorrir e abrir meus olhos com um jeito especial para cada fase nova na vida... E, para o passado, você me ensinou a não virar o rosto, mas sim esquecer as partes tristes.

Você esteve aqui ao meu lado até pouco tempo, foi o meu sorriso, o meu querer, foi a minha esperança, a minha base de confiança, alguém que eu amei em mim, porque parte de minha vida estava em você!

Você sentou ao meu lado quando mais precisei e me ensinou com um olhar a descobrir quando você mais precisaria de mim. Então eu chorei... pois foi com esse olhar que eu descobri que te perdi e que nada mais eu tinha a fazer.

GEDIEL, Camila. A partida. 2009.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Conto de fadas

Quando começar algo? Por que começar agora?

Sempre nos perguntamos antes de qualquer passo novo em nossa vida se: 'Será que é o momento certo para nos permitirmos a isto?'.

Antes de nos envolvermos com uma pessoa, com exceção da primeira vez que nos permitimos amar e ser amado por alguém, pensamos em tudo, como reagiremos, como será, criamos expectativas, tentamos superá-las, tentamos não pensar em coisas ruins, mas sempre a deixamos escapar e acabar acontecendo por um mínimo motivo qualquer que seja.

Você idealiza seu príncipe encantado, mas depois descobre que ele ainda é um sapo. Você calça o sapatinho encantado na cinderela e ela vira uma bruxa. Você beija o sapo e ele não é o príncipe que você sonhava inocentemente, mas descobre que ele é o rei que você jamais sonhou. Você beija a bela princesa adormecida e descobre que ela é não só aquela que você sempre sonhou, mas sim aquela que você jamais imaginou tão perfeita em sua plenitude e amor.

Vivemos na diversidade de fatos, momentos, pessoas e circunstâncias. Às vezes vivemos um conto de fadas, em outras vivemos o mais doloroso drama do cinema. Então nos revoltamos e entramos nas telas de ação, matando os dragões que sequestraram a princesa, ou tentando quebrar o feitiço da bruxa malvada que queria roubar sua beleza e seu príncipe.

Você erra, vê erros, se magoa, os perdoa, ou não. Você cria orgulho, coloca seu amor próprio acima de tudo, descobre que nem sempre é bom fazer isso, você erra, acerta! Erra, acerta! Acerta e erra de novo.

Conforme-se! Você vai errar e acertar muito ainda, é humano, todos erram.

Mas, cá entre nós, errar e acertar, acertar e errar no mesmo ponto, é um pouco de tolice, não é? Mostra a ausência de sua maturidade, mostra que você é fraco e ainda não conseguiu superar a si mesmo, então como poderá um dia exigir algo, qualquer coisa, de alguém sendo que você nem ao menos consegue ser bom a si mesmo?

Então você senta, chora, pensa, chora de novo, lembra de tudo que fez de errado, anota, e promete a si mesmo que será tudo diferente.

(Ai ai, vou até lixar minhas unhas agora!)

Então você tenta recomeçar e erra tudo de novo, mas vou lhe contar um segredo. Se você erra tudo de novo, com a mesma pessoa, ops, com o mesmo príncipe, princesa ou rei. Então é porque você não foi desenhado em seus traços mais únicos e inigualáveis para compartilhar aquilo que chamamos de 'Amor' com essa pessoa. E de certa forma, o que você achava que sentia, não é amor!

Quem ama erra, mas erra uma só vez! Porque quem ama tem medo de perder, quem ama chora pela saudade, sorri a cada encontro, brilha a cada troca de olhar, se arrepia e dá aquela levantadinha da perna esquerda a cada beijo, sente-se acalorado a cada abraço e mais do que nunca, quem ama perdoa e quem ama erra também, mas só uma vez.

Você pode errar, o amor permite erros. No amor também existe dor, mas se você errar mais de uma vez, ou é porque você não ama, ou é porque você não é amado. A resposta desta pergunta esta em você mesmo, tenha certeza. Portanto não se culpe por este acaso, a resposta desta pergunta será dada tarde demais, será sorrateira e dolosa.

A não ser é claro que você deu a sorte de encontrar seu príncipe encantado no seu primeiro amor, ou se, mesmo que vindo de jegue, você descobriu seu grande amor, ou ainda se você entendeu que tudo que eu disse aqui faz sentido.

Amar não é só dizer te amo, abraçar, beijar, e fazer amor. O sentimento 'Amor', está além de tudo isso, é compreender, respeitar, cuidar, proteger, querer e fazer o bem, evitar, fingir-se de surdo, calar-se, ausentar-se, é gritar quando o 'te amo' falado está sendo pouco demais para tanto amor.

Amar é permitir-se, amar é acertar sempre, mesmo que se esteja errando.

O amor não é um conto de fadas, mas sim um felizes para sempre!

GEDIEL, Camila. Conto de Fadas. 2009.

Pé direito

Um dia você acorda, lembra dos seus mil problemas, pensa soluções, encontra razões, mas continua sentado!

Você esquece que o mundo gira e só você está parado, pensando que as coisas vão se resolver sozinhas só porque: 'O que fora pra ser, será!', como dizem.

Mas, espere aí! Você não está esquecendo de nada?

Tudo que você precisa para realizar cada sonho seu só é iniciado quando você dá o primeiro passo em direção a este sonho. Caso contrário, você acha mesmo que o Sr. Destino vai saber exatamente o que você está pensando?

Ou você acha que as Srta. Circuntância vai ficar parada ao seu lado, tomando um café, enquanto você pensa se levanta ou não do sofá e toma alguma atitude?

Doce ilusão!

A vida só acontece para aqueles que agem, os sonhos só se realizam para aqueles que os buscam de verdade!
As portas só se abrem se você bater, e pra isso, você precisa levantar seu belo traseiro da cadeira e dar o primeiro passo!

p.s. O primeiro passo, tem de ser com o pé direito ;)


GEDIEL, Camila. Pé direito. 2009