sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Enfim

Queria fazer do último post de 2010 uma retrospectiva, mas me faltaram palavras e então resolvi escrever qualquer coisa que estivesse se passando na minha mente. E adivinhe: é amor! E por ser amor, peço desculpas a este sentimento por descrevê-lo antes como um pensamento qualquer.

Há um tempo atrás um amigo meu me disse: "Camila, teus melhores textos foram aqueles em que tu falava de amor". E, eu só tive que concordar. Amor é uma coisa rara hoje em dia, muitas pessoas sequer sabem o que é ou algum dia sentiram tal sentimento. Mas, gostaria de deixar claro que, o amor que antes eu escrevia não era propriamente o amor entre duas pessoas e sim um sentimento só meu, um sentimento egoísta que só eu sentia, mas que me fazia tão bem que eu imaginava um outro mundo e ao imaginar esse outro mundo o que mais me sobrava era inspiração. A inspiração do meu querer que não existia.

De todos os sentimentos que existem e com os quais convivemos diariamente, o amor é o único que nos faz sentir completos, nos faz sentir especiais e puros. Nem toda a pessoa é merecedora de um amor incondicional, assim como nem todo ser humano que merece de verdade o têm. Não tem como julgar, tem-se apenas de esperar, pois na hora certa o seu amor verdadeiro vai chegar.

Nunca cedo demais para cansar, tampouco tarde demais para não poder bem o aproveitar. Mas sim na hora certa, com a pessoa certa e no momento em que tudo parecer dar errado.

O amor é a esperança, é a força. É o maior de todos os sentimentos, é a base. É um silêncio que grita em nosso peito a necessidade de fazer o bem. É a caridade, é a humildade, é um bem querer.

Às vezes é preciso morrer, acordar às 10:15 em um hospital sem saber o que de fato havia acontecido e descobrir mais tarde que entramos em coma, tivemos uma parada cardíaca e que por algum motivo aquela não era a hora de morrer, mas sim de renascer. Fazer renascer todo o amor que eu havia esquecido que poderia compartilhar e nessa necessidade toda, comecei a ver nas pessoas o brilho e a inspiração única que cada uma delas tinha a me dar.

Se me pedissem eu poderia descrever todos os meus amigos cada um com um post respectivo, simplesmente destacando o que cada um me passa de bom e o que cada um me ensinou que é incorreto. As pessoas têm tanto a dar-se, a compartilhar e trocar. Experiências de vida, ciência, raiz.

Cada um com sua história, suas definições. Cada vírgula e cada ponto colocado em uma parte diferente da história que nós faz enxergar cada mínimo detalhe com uma justiça maior. Criticando a negatividade e superando-as, enquanto intensificamos a positividade.

2010 foi um ano cheio disso. Conheci pessoas fantásticas, maravilhosas, mas nesses últimos meses que eu conheci e me relacionei com as pessoas mais íncriveis que eu já conheci até hoje. Cada um em seu brilho e seu sorriso me fez enxergar o que os meus olhos não acreditavam. E, eu só queria agradecer mesmo a todos aqueles que fizeram parte desse ano comigo. Cada nova pessoa que entrou na minha vida e me marcou de alguma forma.

Que em 2011 não falte amor, nem carinho, tampouco vontade de ajudar ao próximo. Vamos intensificar nossas raízes e crescermos juntos. Pois, por mais que no começo de nossas vidas e no final dela nós nascemos e partimos sozinho, o intervalo de tudo isso que é responsável por cada sorriso e cada lágrima. E esse intervalo é o que chamamos de “história da nossa vida”.

Obrigada a cada um que fez parte da minha.

GEDIEL, Camila. Enfim. 2010.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Nem Mesmo Eu Entendo

Escrever não é contar, é sim deixar-se transcrever os pensamentos mais ocultos que por muitas vezes não queremos, ou, tampouco, temos coragem de falar. É sentir liberdade, é não culpar-se pelos que os dedos levianos que vão levando traduções aos leitores. As traduções mais absurdas, os pensamentos mais malucos, as idéias mais inimagináveis.

Escrever é não ter medo de explicitar suas idéias e pensamentos, suas filosofias e ideologias. Escrever não deixa de ser um falar. Escrever é uma fala desenhada, é traduzir em traços meias palavras. É a soma de um lápis, uma folha de papel e os pensamentos que fogem aos olhos de até mesmo o próprio escritor.

Muitas vezes começamos um texto sem saber o fim, sem saber o meio. E, é esquisito, mas, como este próprio texto, comecei a escrevê-lo sem saber como iniciar sequer a primeira frase. Deixei transcorrer tudo que se passava na minha cabeça, deixei meus dedos guiarem os poucos pensares que se passam na minha cabeça e que finalizam este parágrafo.

Veja novamente que, sem muito refletir iniciei um novo parágrafo, você está aí lendo e pensando: Meu Deus, que menina louca. Qual o propósito disso afinal. E ao final você descobre que, talvez, não sei(pois ainda não sei o final)... Mas nesse fim pode ser que nem um propósito tenha, pois a propósito, sobre o que é este texto mesmo?

Imaginação. Palavras. Sentidos. Falas. Pensamentos. Traduções. Dedos. Mãos. Expressão. O quê? Sem saber por que comecei tampouco o porquê que assim acabei, finalizo este texto, sem mais, nem menos.

Não sou louca o suficiente para explicar, tampouco lúcida o suficiente para entender.

GEDIEL, Camila. Nem Mesmo Eu Entendo. 2010.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Grão de Areia

Eu ainda não aprendi a calcular o preço que nós pagamos por um erro, tampouco calcular os lucros que ganhamos com um acerto. Mas, em compensação, aprendi que não importa se você erre ou acerta, o que estiver escrito no seu destino vai acontecer.

Hoje eu aprendi que o mais difícil na vida é afastar-se das pessoas que se gosta, que se ama, por mais que seja pelo nosso futuro e nosso bem, meu bem é estar perto daqueles que eu amo. Hoje percebi que não se pode construir um futuro em cima de um futuro que já foi construído, temos que criar nosso próprio futuro e o afastar-se é inevitável.

Então, chegou a minha hora de deixar saudades e sentir saudades, assim como foi na formatura do jardim, do primeiro grau, do segundo grau, na formatura da faculdade, no primeiro fim de namoro, na primeira troca de cidade, enfim.

É uma vida que somos a destinados a partilhar com tantos outros. Criar os vínculos nós nunca escolhemos, tampouco separá-los. É a vida sempre em sua alta rotatividade. É o destino, o futuro, o dia após dia, as responsabilidades, a vontade de criar nossas próprias raízes, ter nosso próprio espaço que vai, aos poucos, nos afastando uns dos outros. A necessidade, ou melhor, a obrigação que a vida nos impõe de nos tornarmos adultos, pais e responsáveis.

Dizer que não dói é mentira, que não machuca é enganar-se, que não se sente vazio é altruísmo puro. Todos somos completos sozinhos, e podem protestar aqueles que acharem que não, mas juntos somos uma soma, uma intensificação, uma força maior, somos amor. Somos necessidade.

Escrever um novo capítulo na vida não é fácil. A saudade das páginas passadas lateja no peito que teme uma nova parte da história. E afinal, o que menos importa nesse livro todo não é o final, afinal o final é o fim, ninguém gosta do fim e então porque não intensificar os meios? Criar sempre um capítulo diferente, com personagens diferentes. Sentar-se próximo aos netos e contar tudo que já fora vivido por você antes. Fechar os olhos, se tele-transportar, voltar ao tempo e poder dizer: "Que bom que eu nunca perdi uma chance".

É tão fácil reclamar da vida quando nos fechamos para as portas que se abrem, mas agora entrar e dizer: "Olá", não é para qualquer um e justamente por isso, oportunidades são raras e intensas, pois nem todo o ser humano é corajoso, nem todo ser humano tem vontade de viver sem fronteiras.

Se você olhar para o alto você não vê fronteiras, você vê um largo horizonte azul, esperando que você desenhe nele e realize no mesmo, todos os seus maiores desejos. O céu à noite é cheio de estrelas, mas quem é notada sempre, tanto na presença, quanto na ausência, é a lua.

Seja a lua do seu horizonte nos dias difíceis e escuros como a noite. Brilhe mais do que qualquer estrela e reflita nas ondas da vida toda a sua irreverências e marque, desenhe nas areias do passado, cada traço, cada escolha que fora tomada. Se necessário reescreva, mas saiba que um grão de areia que se move, nunca mais voltará para o mesmo lugar da mesma forma.

GEDIEL, Camila. Grão de Areia. 2010.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Superação

Hoje eu vi o filme chamado "Front of the Class", que por sinal, mexeu muito comigo, assim como todos os filmes que falam em superação e busca da felicidade, sem pensar nas causas ou medos que anseiam qualquer escolha.

Baseado em uma história real, Front of the Class, conta a história do jovem Brad Cohen que sofre desde seus 6 anos de idade com a Síndrome de Tourette, sem saber que este era o nome da sua companheira. Durante a sua infância, Brad sofre com a visível não aceitação do pai e dos colegas da escola, enquanto sua mãe batalha ao lado do filho em busca de uma cura ou explicação para o comportamento incontrolável do filho.

A mãe de Brad, Ellen, começa a estudar e ler diversos livros médicos até que em um deles descobre o nome da doença que o filho tem: Síndrome de Tourette, e junto com isso descobre que seu pequeno Brad não mentia quando definia como incontrolável suas manias, sons ou espasmos.

Ellen resolve então procurar um tratamento adequado ao filho, quando descobre que a doença ainda não tem cura. Brad se culpa pelo desconforto da mãe em relação a doença que ele possui. O tempo então passa, Brad se forma na faculdade e resolve ser professor.

A luta por um emprego se torna ainda mais díficil quando ele explica sobre a Síndrome que possui. É julgado por querer ser um professor e sofre discriminação e preconceito pela maioria das escolas em que realiza suas entrevistas, até que uma escola reage diferente e esta decide dar a chance de Brad dar aulas a segunda série.

Brad resolve dar o seu melhor, sem saber que por causa da própria Tourette ele já é o melhor por ter vencido o maior de todos os obstáculos da sua vida: A superação. Em menos de um ano exercendo sua profissão na escola ele recebe o Prêmio de Melhor Professor do Ano.

Brad então deixa sua família extremamente orgulhosa, principalmente ao seu pai. Brad, que nunca se preocupou com o amor, pouco antes de começar seu trabalho como professor conhece Nancy em um site de relacionamentos e ambos acabam se apaixonando. Nancy não se sente incomodada com os sintomas de Brad e diz que ele a faz rir sempre, o que a deixa ainda mais contente.

O mais importante do filme inteiro é que desde os 6 anos de idade Brad prometeu a sua mãe que nunca deixaria a Tourette o vencer, ele a venceria, ele que iria aprender a dominá-la e amenizá-la, não a deixaria o proibir de ter uma vida normal. E, sempre com esse pensamento Brad se tornou um profissional incrível e extremamente reconhecido, causou-se em 2006 com Nancy e ainda não descobriu a cura da sua doença, porém descobriu que não podemos desistir nunca de nossos sonhos, por mais que as dificuldades e a vida sempre puxem nossos tapetes, nós temos que levantar e tentar, e tentar, pois um dia a persistência nos levará a perfeição.

Esse simples filme, com uma doença séria e sem cura, só mostra a muitos daqueles que têm medo de buscar seus sonhos e que se acham incapazes de conseguir vencer sozinhos, mesmo sendo fisicamente e psicologicamente perfeitos, todos nós somos fortes o suficientes para vencermos qualquer barreira da vida. O segredo é ter vontade de viver e fazer de tudo para tornar nossos sonhos realidade. Pois, baixar a cabeça e dizer: 'eu tentei, mas não consegui', qualquer um consegue, mas gritar em alto e bom som: 'eu tentei muito e consegui', é só para os raros, para aqueles que tem perseverança, para aqueles que tem amor a vida e principalmente, para aqueles que não se contentam em ser apenas mais um no mundo. Queremos ser a diferença, aqueles que sabem realmente o que é ser felizes de verdade, independe da dificuldade que tenhamos e o quanto choramos as escondidas. O que importa mesmo é o sorriso largo no dia da vitória e a sensação incomparável de ser um vencedor.

Parabéns, Brad Cohen por ser esse exemplo de vida!

GEDIEL, Camila. Superação. 2010.

domingo, 28 de novembro de 2010

Fim, Final de Semana

Hoje à tarde quando sai do banho tive a certeza que as melhores coisas da vida custam menos que qualquer outra coisa. Sai do banho, sequei meu corpo e cabelo, coloquei um vestidinho que mais parece um pijama, o mais confortável de todos, por sinal, fui pra frente do espelho e tirei o restante da maquiagem borrada enquanto ria de minhas próprias caretas na frente do espelho.

Idiotice? Não! Isso é saber feliz com as pequenas coisas da vida. E tem uma frase que Friedrich Nietzsche diz que traduz bem isso: "Aqueles que dançavam foram considerados loucos pelos que não podiam ouvir a música". A pura realidade, traduzida em simples palavras.

É tão bom deitar na nossa própria cama puxar um livro e começar a ler ou, ligar a televisão e assistir nosso programa favorito e saber que não temos mais nada para fazer o resto do dia, senão ficarmos com nós mesmos. Divertindo-nos na nossa própria companhia e nos conhecendo mais do que qualquer outra pessoa.

Que bom o barulho da chuva, o friozinho que entra pelas vidraças e saber que nossos pés estão quentinhos no final do cobertor em cima da cama. Saber que hoje é sábado ou domingo e que nossa tarefa número 1 é apenas descansarmos e fazermos tudo que gostamos simplesmente porque só temos uma tarefa.

Amanhã é segunda-feira e temos que mostrar pro mundo a nossa importância, temos que fazer a diferença entre tantos outros, temos que mostrar quem nós somos, nos dedicar. E canse-se o quanto quiser de segunda a sexta, afinal daqui a pouco vem o Sábado e o Domingo e então é só puxar aquele pijaminha e se jogar na sala com uma panela de brigadeiro e no fim... final de semana.


GEDIEL, Camila. Fim, Final de Semana. 2010.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Ei, Garanhão

E mal sabem eles sobre nós, mulheres. "Entender uma mulher? Impossível". E, não é ser feminista, mas somos muito mais inteligentes que vocês, homens. Adoro, simplesmente, ouvir meus amigos, homens quaisquer com quem eu convido, dizer: "Bá, ontem sai com uma mina e “tentiei”, “tentiei”, até que peguei e levei pra casa e matei". Ótimo, parabéns, garanhão! Deve ter sido uma trova excelente mesmo, por que senão tu jamais teria levado-a.

E homem é bicho triste mesmo. O pensamento de soberania é apenas mais um atributo que os define. Eles sempre acham que ficaram com uma mina pela trova e não, não é por isso. É sim porque nós, mulheres, estávamos dispostas a fazer aquilo de qualquer jeito, com ou sem trova. E o melhor de tudo é que adoramos ver vocês inventando mentirinhas e nos dizendo que somos o amor de suas vidas, achando que cairemos nessa mais uma vez! Fala sério!

Se toda mulher caísse nessa, teríamos o mundo aos nossos pés (óbvio que essa frase tem exageros). Mulher beija porque quer, passa a noite com você por que quer. Porque por algum motivo, egoísta ou simplesmente por gostar de você mesmo, era exatamente aquilo que ela queria naquela noite.

Me desculpem mas, se homem não é bicho santo, mulher consegue ser menos ainda. Esse texto não é pessoal, nem direcionado a certas mulheres, ele é um simples exagero, um resumo do que acontece sempre: Homens se achando os trovadores e elas, as mulheres, fazendo simplesmente aquilo que realmente queriam.

Agora preparem-se pois o feminismo vai pegar: Mulher não beija só porque você tem uma 'pegada' boa, mas sim porque você tem algo que lhe chamou a atenção em diferencial. Mulher não dorme com você porque você prometeu que iria casar com ela, ou porque você disse que ela é a mulher mais fantástica do mundo, mas dorme com você simplesmente porque precisava, sentia necessidade de ter um companheiro junto dela naquela noite. E, meus parabéns, Trovador. Você foi contemplado.

É difícil quem acredite no amor entre duas pessoas ainda hoje em dia. Como isso já se tornou uma raridade, quase que uma agulha no palheiro, a moda agora é amor próprio. Fazer o que se quer, na hora que se deseja, simplesmente porque aquela é a nossa maior vontade no momento.

E, só para passar a régua. Homens, aprendam que mulher faz porque quer. Assim como ela nega de todas as formas quando não quer. Mulheres, não adianta mostrarmos soberania, eles, os homens, sempre acharão que o charme deles e a lábia mal falada foi o resgate da noite, mas a certeza está em nós mesmas que só permitimos porque era nossa vontade.

Resolvi escrever esse texto, pois hoje foi um dia que eu percebi muito disso entre amigos e amigas. Eles contando uns para os outros as novidades do final de semana, falando a frase clássica: "Trovei bem trovadinho e levei..." e elas "Ai, eu tava afim, não dá nada...".

A vida, um relacionamento. Clássicos da realidade de todos nós. O problema sempre é o egocentrismo. Cada um vê apenas o seu lado, mas às vezes é bacana virarmos a moeda. Homem faz é garanhão, mulher faz é galinha. E agora eu lhe pergunto: O que nos diferencia?

Ok. Vire a moeda!

GEDIEL, Camila. Ei, Garanhão. 2010.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Máquina do Tempo

É praticamente uma máquina do tempo. Digo, muitas coisas são praticamente uma máquina do tempo, assim como nosso próprio pensamento. É um cheiro, que nos leva a uma lembrança lá da infância. É um gosto, que nos tele transporta até os nossos 3 anos de idade quando comemos nossa primeira colher de areia na mais pura inocência. É a sensação, que nos leva de volta até o dia em que ganhamos nosso primeiro beijo na boca. É um dia no calendário, dia 12, por exemplo, que nos leva ao dia em que nos apaixonamos de verdade pela primeira vez.

Porque escrever isso? Sei lá, simplesmente porque hoje e, muitas outras vezes antes, eu ouvi uma música que me lembrava as minhas primeiras festas. Vi fotos de uns amigos que me levaram a lembrar do quanto nós nos divertíamos juntos. E o mais incrível de tudo isso que existem lembranças que conseguem nos fazer fechar os olhos e faz com que consigamos nos sentir como se estivéssemos naquele exato momento sentido o gosto, o frio na pele, a adrenalina no corpo, escutando a música em tom claro nos ouvidos e sentindo um sabor inigualável que tem uma lembrança que nunca fora esquecida.

Que saudade dos tempos de molecagem. Que saudade da minha elasticidade e da minha incansável disposição. Não que eu esteja velha, não mesmo, longe disso. Porém, meus joelhos já não me acompanham tão bem quanto antigamente. Saudade de tanta coisa que às vezes nós nos obrigamos a abrir o nosso livro da vida, voltar algumas páginas e reler e relembrar os velhos e bons momentos.

Se viver já é bom, recordar é ainda melhor. Relembrar é uma palavra simples, um verbo, que serve somente para expressar o quanto àquela memória que temos foi tão boa é impossível de apagar. Ou vai dizer que você não tem coisas que lembra com maior facilidade e outras com mais dificuldade? Ai ai. E, pobre daquelas que a gente nunca lembra. A única coisa, acredito eu, que faz um momento tornar-se memorável é o simples fato de ter sido especial e ter nos feito sentir algum tipo de emoção, sensação, que acabamos definindo como incomparável.

Certo ou errado, todo o ser humano normalmente lembra do primeiro tombo, a primeira nota alta, a primeira nota baixa, a brincadeira favorita, aquele amor platônico da escola, a cor favorita, o primeiro beijo, o primeiro fora, o primeiro sapato dos seus sonhos, o primeiro carrinho de lomba. Enfim, tudo que foi e, será, o primeiro ou foi e, será, o último sempre tem um gosto um pouco mais apimentado por ser a primeira sensação e, mais ainda, por ser a saudade da mesma. Tudo que é bom nós sempre repetimos, porém quando deixa de acontecer vira saudade, sempre.

Enfim, eu parei para pensar o quão burro nos somos querendo uma máquina do tempo quanto sequer pensamos que temos uma ao nosso dispor 24 horas por dia. Ok, concordo com o que você esta pensando exatamente agora: Essa máquina do tempo que tu descreves, Camila, não nos dá a chance de voltar atrás e corrigir um erro, ou de reviver com maior intensidade um último momento. E eu concordo, claro que não dá mesmo, mas me diga, porque isso seria necessário? Digo: voltar ao tempo e refazer algo, ou intensificar? Bom mesmo é aprender com a vida, independente de errar ou acertar, o que for para ser, sempre será.

Desligue a parte da sua mente que está na vida real, entre na sua máquina do tempo, feche os olhos e se tele transporte. Depois, se quiser, pode me contar o quanto valeu a pena!

GEDIEL, Camila. Máquina do Tempo. 2010.

sábado, 20 de novembro de 2010

Sem Fórmula

Qual o preço que nós pagamos por um erro? O desperdício de uma última chance para acertar? Talvez. Ninguém nunca sabe qual é a fórmula certa para nada. Penso nisso quase que o tempo todo, antes de pensar em fazer muitas coisas, pois há outras tantas que faço no impulso, totalmente sem pensar. Errado? Não sei, era minha vontade... fui lá e fiz mesmo!

Quem vai pagar por cada erro? Eu! Quem vai brindar a cada vitória? Eu também. Então porque preocupar-se tanto não é mesmo. Sabemos das consequências quase sempre antes de tomarmos muitas atitudes. Difícil é ter a fórmula certa.

Álgebra é batata perto do 'Se eu fizer isso, acontece isso, mas isso também pode, e isso eu não posso deixar acontecer', meu Deus! Faltou espaço na calculadora para calcular os possíveis resultados de tal atitude.

Mas a vida é assim mesmo. Há pouco tempo ouvi aquela frase, ou melhor, li: Tentar e errar, mas não desistir de tentar. E é incrível como essa é a mais pura realidade. Tudo bem, feche os olhos se não quiser acreditar, mas eu a confirmo com: A persistência é o que leva a perfeição. Tudo bem, tudo bem! Parei por aqui com 'frases prontas', como diz meu pai.

A verdade é que é isso mesmo, nunca temos certeza sobre nada, assim como o nada tampouco tem certeza sobre a gente. Tudo é inconstante, é inesperado. E convenhamos, é isso que faz a vida ser mais excitante.

Você rouba um beijo da garota dos seus sonhos e esperava uma bela bofetada no rosto, quando ela em resposta rouba outro beijo de você. Você, sem fé, aposta na loteria e surpreendentemente ganha. Ok. É uma rara possibilidade e, ladroagem ou não, alguém sempre leva a grana toda. Você manda currículo para a empresa dos seus sonhos, faz a entrevista e tem certeza de que não lhe vão chamar, quando toca, repentinamente seu telefone e você é imediatamente contratado.

O gosto, a espera, a delicia do incerto, do inesperado, da dúvida. De tudo aquilo que não podemos ver, mas que podemos imaginar sem que ninguém perceba. E como a gente sonha e idealiza tudo. E, convenhamos mais uma vez: Certo ou errado, como é bom imaginar, melhor ainda é realizar.

GEDIEL, Camila. Sem Fórmula. 2010.

Escrito em 18 de Novembro de 2010.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Bem me quer, mal me quer

Mudar nosso eu e nossas atitudes poderia ser tão fácil quanto mudar a cor do batom, ou o estilo de se vestir. Quem dera! Se fosse assim, todos nós seríamos perfeitos!

Sempre, desde os tempos mais antigos, o julgar sem o conhecer existe e como, como mesmo, isso faz mal. Mal àquele que é julgado e àquele que julga depois de descobrir que se está errado.

Posso dizer isso por eu mesma. Fui criada em meio aos meus primos, amigos e irmão, todos homens. Cresci jogando futebol, vídeo-game, andando de carrinho de lomba, entre outras coisas que só os meninos costumam fazer(O que, convenhamos, é um tremendo machismo, ou feminismo, dependendo do ponto de vista). Minha mãe não gostava muito, mas desde pequena eu sempre soube, mesmo sendo menina, como manter o respeito e a amizade entre os meninos.

E foi continuando assim, na escola tinha mais amigos que amigas. Até a época em que se comecei a pensar nos namoradinhos. Aí então houve um afastamento considerável dos meninos. Pois, por crescer junto deles, ouví-los falando de tudo e sobre tudo, acabava sempre me encantando por um ou por outro. E assim foi por alguns anos, até que descobri que as amigas meninas não eram fiéis, não eram sinceras, tampouco raras eram as que eram honestas e leais.

Neste momento então relembrei o quão bom era meu tempo de amizade com os meninos, não havia insegurança, nem desconfiança, tampouco havia rumores ou falsidade. É triste até dizer, mas é incrível como mulher é falsa entre amigas, enquanto já não posso dizer o mesmo dos homens. E, acredito, amizade entre homem e mulher existe sim e é incrível a quão recíproca a mesma é.

Assim foi e assim é até hoje, meus melhores amigos... Sim, são homens. Até hoje eu me descabelo de vontade de sair jogando futebol com eles, porque as meninas não jogam tão bem quanto eles e brigam muito, não sabem levar o jogo ao pé do esporte, levam o jogo ao pé da beleza, da disputa e isso, não faz muito meu estilo, por mais feminina que eu seja, sempre consegui manter o bom senso.

Mas hoje em dia, o que mais me magoa é a maldade que as pessoas têm em suas mentes. Isso, sem dúvida, é algo que machuca e muito. Não posso sequer ficar conversando com um amigo por horas e de risos com ele, devido a nossas conversas divertidas, ou qualquer que seja o motivo do riso, que para aos olhos de muitos já estou me 'fresquiando' para esse amigo.

Depois de certa idade nós temos de aprender que não é fácil ser sempre do mesmo jeitinho, a vida nos obriga a amadurecer e enrijecer. Faz perdermos a inocência de infância, colocando no lugar a malícia da vida adulta e como, sinceramente, como isso me deixa infeliz.

É difícil hoje em dia quem acredite em amizade entre homem e mulher sem ver a maldade e, mais uma vez, infelizmente, eu, assim como muitas outras por aí, sofremos pelo menos motivo: a falta de inocência, o excesso de maldade de muitos que não sabem olhar para o próximo sem condenação.

Um problema que existe hoje, em todo o mundo, é saber que a cada segundo que passa as pessoas perdem mais e mais o respeito entre si, principalmente a inocência e a pureza que faz as relações serem construídas. Mais uma vez não temos o que fazer a não ser dizer: 'Hei, eu não sou assim, enxergue minha essência e não minha aparência'.

Todo o ser humano é muito mais do que qualquer olhar possa vê. E é por isso que cada vez eu tenho mais certeza de que só os animais têm o dom de enxergar a essência de cada pessoa, pois esse dom foge aos olhos de quase todos os seres humanos.

Confiar hoje em dia é digno de medalha, pois até isso se perdeu em muitas relações. E, porque? Por que o ser humano está cada vez mais neurótico achando explicação para toda e qualquer atitude do outro, a caráter de julgamento. Parece que julgar o próximo é modinha. E essa, infelizmente pegou!

Enfim, mudar nosso ‘eu interior’, como aprendemos nas aulas de filosofia, não é tão simples quanto trocar o par de sapatos, nem quanto trocar o atual estilo de vestir-se, tampouco, como mencionei antes, trocar a cor do batom.

A essência não se muda, se constrói, mas cabe a cada um saber como construí-la para o bem ou mal. Pense nisso.

GEDIEL, Camila. Bem me quer, mal me quer. 2010.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Ao Vento

São as lembranças de tudo que passou, que hoje são apenas lembranças de um nada que ficou para trás. Tudo e nada, de um pouco de nada eu tenho tudo e de tudo que tenho, nada importa.

Uma confusão sem conflito. Um perder-se em um único caminho. Um dispersar-se sem dispersão. Uma vírgula, um ponto, uma exclamação. Na linha reta eu ando em curva, em meio as curvas mantenho-me imóvel, pois o perder-se deixa de ser confuso.

Em um múltiplo de pensamentos, totalizado um só pensar. Em meio a mil palavras, tento montar frases, enquanto tudo que a minha mente quer na verdade é cantar. Um canto qualquer me disponho a tagarelar, sem um timbre bom, sem entonação alguma, deixei de ser um andorinha faz tempo e deste então tampouco me lembro como rimar.

Não é para ter sentido tudo isso mesmo, é só um livre arbitro, uma vontade única de deixar a mente rolar. Enquanto os dedos se movem traduzindo os pensamentos, tudo que se passa na minha mente é em como finalizar esse texto, ou melhor... Arrematar!

Ninguém disse que era fácil escrever, tampouco é fácil ter paciência para ler, uma loucura, uma bagunça de palavras misturadas que iniciaram com um propósito que por sinal, acabou de se perder. Não é para ter sentido algum mesmo, é somente para que muitos possam perceber o quão é fácil chamar a atenção de alguém com algumas meias palavras em um texto sem propósito em que poucos, eu diria 'raros', irão entender.

GEDIEL, Camila. Ao Vento. 2010.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

O Meu Desenho

E isso para mim, se chama amor. E isso para mim, se chama saudade. E isso que eu não tenho mais, se chama vontade. São sentimentos meus, como eu lhes referencio, se chama liberdade.

Tento procurar no verso dos teus beijos, a poesia. Lembro, como se fosse hoje, da noite em que em teus braços, enquanto tentava dormir, ouvia o timbre suave da tua voz a ler uma ou duas páginas de um livro para encantar-me. Não era o melhor texto do mundo em minha opinião, mas para ti, certamente algo significava, ou se nada significava, naquele dia passou a significar para mim.

Não era um verso qualquer, não eram simples letras, palavras e frases com um propósito ao final da sua segunda folha. Era sim, a suavidade da tua voz em minha mente, o calor do teu corpo me servindo de manto, o abrigo do teu perfume me servindo de aconchego. Aquela leitura, nada mais era do que um dos meus momentos de maior felicidade, na simplicidade de um texto, na bondade de um gesto, no carinho de uma atenção, na tradução simples, de algumas meias palavras.

Inspiração tão grande não foi a que incentivou àqueles fogos de artifício. Inspiração foste tu, és tu, para cada linha deste texto mal contado, deste avesso de palavras, deste mal passado presente. Um emaranhado dos momentos mais incríveis da minha vida eu tive, não com aquele com quem achei que amava mais que tudo, mas sim com aquele que eu amei, não no coração de verdade, mas sim porque simplesmente me fizeste repensar o que é o amor.

Perdida, sem traços te desenho, nas curvas do meu pensamento eu te desabotôo, no trajeto dos meus desejos eu te contorno, de meus maiores sonhos, eu te necessito, de minha esperança te faço nuvem e no meu coração, pensando em ti, desenho um arco-íris.

GEDIEL, Camila. O Meu Desenho. 2010.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Um Texto Comum

O que mais dói é gostar de alguém, gostar de estar do lado dessa pessoa e saber que ela não sente o mesmo por você. Saber não, ter certeza de que ela realmente não sente o mesmo por você. É triste e machuca muito. Você está ali, feliz por estar ao lado daquela pessoa, mas não consegue mover uma palha para demonstrar essa felicidade, simplesmente por ter medo de se machucar ao não receber o mesmo carinho de volta.

É tão bom ter alguém ao nosso lado, ter um ombro para dormir. Alguém para desejar o primeiro bom dia ao acordar e principalmente para abraçar, beijar e amar até cansar.

Infelizmente hoje em dia o acesso às pessoas está cada vez mais fácil, é muito fácil o cara ter várias garotas e as garotas terem vários caras. Parece que o sentimentalismo, o amor e todas as demais coisas não existem mais. Os homens principalmente deixam de se relacionar seriamente porque têm uma diversidade de mulheres dando sopa por aí e que sequer preocupam-se com seus pudores. Parece que o que os faz feliz de verdade é ter uma calculadora para ficar somando quantas garotas ele 'pegou' na noite.

Nunca fui do tipo de me envolver com alguém sem que sequer eu tivesse uma admiração por essa pessoa. Penso que a qualidade é muito mais importante do que os números e o resultado da calculadora no final da noite. Não acho que príncipes encantados estejam em festas nas sextas e sábados a noite. Não acredito que o cara que gosta de você realmente vai te induzir a uma noite com ele. Eu acredito no respeito.

Tudo bem que muitas vezes façamos coisas porque é a nossa vontade no momento, mas sempre temos de ponderar com o respeito. Limitar-se. Por mais que saibamos que a pessoa poderá a vir nos julgar de forma mal intencionada, mas pelo menos temos a certeza de que agimos 'erroneamente certo'. Não existe uma fórmula certa. Seguir o coração nem sempre tem o mesmo caminho, mas com certeza não existem arrependimentos.

Pense antes de fazer. Ame-se. Não fique por aí nas noites somando quantas garotinhas você pegou, mas dedique-se a conhecer aquela que será o X da sua equação matemática, aquela que te falta para fazer sentir-se o melhor do mundo. E, quase sempre essa pessoa está ao nosso lado e sequer sabemos. É a frase mais comum, mas: Pense em perdê-la.


GEDIEL, Camila. Um Texto Comum. 2010.
Escrito em 07 de Novembro de 2010.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Se Chama Destino




É sempre difícil assumir para nós mesmos que estamos errados em algumas circunstâncias da vida. São praticamente inaceitáveis os conselhos da vovó ou do bisavô sobre algumas coisas da vida, como principalmente aquele bom e velho: "meu filho, tens de pensar no teu futuro, o amor um dia vem".

E vêm mesmo. Amanhã ou na terça-feira. Às vezes na quarta-feira, mas daqui há três meses. Ou depois de um ou mais anos numa bela e inesquecível sexta-feira. Após um dia chuvoso, seu guarda-chuva quebra, você está voltando do trabalho cheia de cadernos e papéis importantes e de repente seu guarda-chuva voa, enquanto o destino ri ironicamente de você que fica possuída com a situação, quando no inesperado chega um jovem e bem apessoado rapaz, lhe oferece ajuda e um abrigo pequeno, mas caloroso e gentil abaixo do seu guarda-chuva. De imediato pensamos: "pura sorte, certamente ele vai me deixar no próximo lugar seco que encontrarmos e me desejará boa viagem". Então é exatamente nesse ponto que o destino se joga no chão e dá gargalhada por perceber que nós fez criar defesas até mesmo contra nosso príncipe encantado.

E, mais uma vez somos surpreendidas ao ser convidada para tomar um café num lugar mais acolhedor, como aquela cafeteria que apareceu do nada no meio da avenida, cuja qual antes jamais havíamos percebido que exitira. Ele pede uma toalha ao garçom, oferece para te ajudar com as roupas molhadas, lhe alcança seu abrigo e pede um delicioso chocolate quente com chantily e 2 pedras de chocolate ao fundo e você pensa: "Certo que quando aquele guarda-chuva filho da mãe quebrou ele bateu na minha cabeça e eu estou passando por sérias dificuldades cerebrais e isso é um sonho. COMO ELE ACERTOU MINHA BEBIDA QUENTE FAVORITA?"

3 sílabas: DES-TI-NO. Às melhores coisas da nossa vida acontecem nos momentos em que menos acreditemos nelas ou que sequer almejamos algo, por termos cansado de sonhar, imaginar e decepcionar-se. E é incrível como isso é extremamente real. Tudo tem uma hora certa, um segundo preciso e o lugar ideal, que por incrível que pareça também, é o lugar em que menos esperávamos ver um cavalo branco relinchando e dizendo: 'Hei, é por ali que ele foi?'. E nos perguntamos 'Ele quem? Será que eu estou doida um cavalo falando. ', e então nossa guarda-chuva quebra.

Certamente esse tipo de coisa, típica de cinema, acontece raras vezes. E por ser raras vez, são únicas para cada pessoa, um momento único, uma pessoa incrível e que por mais louco que pareça deu certo e foi eternizado.

Simplesmente por ser incomum, simplesmente por ser na hora certa, no lugar certo, quando estávamos prontos para nós mesmos e principalmente quando estávamos de coração limpo e sabíamos a medida exata para amar ao outro, sem sequer pensar em esquecer de amarmos a nós mesmos.

GEDIEL, Camila. Se Chama Destino. 2010.

Escrito em 14 de Outubro de 2010.

domingo, 3 de outubro de 2010

De Encanto Contrário

De coração puro se fez a nobre princesa, que em meio a encantos e desencantos se encantou pelo desencartar-se. Sem saber como ir ou vir, nem como atravessar ou voar, simplesmente abriu os braços e deixou a vida passar.

Como uma brisa leve que toca o rosto, simplesmente suspirou e agradeceu, pelos menos dentre dos meros e poucos, dentro do seu coração o único resplandeceu. Sem entender sequer o porque, lágrimas lhe rolaram do rosto, unicamente por saber, que em meio a poucos, tinha o dom do saber viver.

Viver não exige um manual, tampouco alguém lá em cima narrando cada passo e em que esquinar dever-se-á virar, mas sim dentro de nós há um guia, que nos mostra o caminho somente com o pulsar. É ele que guia, sem rédeas ou limitações, é sempre o certo dele, independente de externas opiniões.

Saber-se o certo ou o errado de pouco importará, o que importa mesmo e ser feliz de verdade, sem preocupar-se com o que acontecerá.

GEDIEL, Camila. De Encanto Contrário. 2010.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Meias Palavras

Eu nunca entendo bem ao certo o porquê algumas coisas boas acontecem na nossa vida e do nada, nos são tiradas, tiradas quase como um soco no estômago. Momentos bons que são partilhados, sorrisos, gestos e lembranças. Ao certo não se sabe, mas tudo que eu sei é que foi bom e que faz falta, só isso. Sem sentido, simplesmente porque as coisas sem sentido são as que mexem conosco de uma forma inigualável.

Faz falta aquele sorriso sonolento pela manhã, aquele abraço de despedida. Faz falta aquele cheirinho gostoso, aquele beijo bom, aquele toque macio e aquele carinho gostoso.

É incrível como que, mesmo não sabendo mais o que dizer como simplesmente as palavras percorrem meus pensamentos a cada lembrança. Relembrar e descrever já se tornou repetitivo e somente nós sabemos por que. Não tem mais páginas a virar, tampouco tinta para continuar a escrever nas páginas em branco. Tudo o que temos agora é um vento doce e gentil que delicadamente está levando embora com sua brisa tudo aquilo que foi escrito até então e que deixou de se reescrever.

Não sei se dói ainda, mas a falta existe sim. Não tão intenso quanto antes, nem tão dolorosa que fazia chorar às vezes, mas dói saber que mesmo que eu goste demais de ti, meu coração esta criando um escudo que será difícil outro cavalheiro conseguir quebrar a barra de proteção que esta sendo construída.

Enquanto isso, lá dentro do meu coração tu ainda faz moradia, uma moradia que não é crescente, tampouco decrescente, mas que está imóvel. E essa moradia será tua por um bom tempo, simplesmente porque foste meu sonho de criança que se realizou. Eu queria poder condenar o tempo, pelo curto que durou, mas só tenho certeza de uma coisa ao fim disso tudo. Que o que foi, era para ser e o que está por vir, nem eu, nem tu sabemos, somente temos de esperar.

É viver o hoje sem pensar no ontem, tampouco preocupar-se com o amanhã.

GEDIEL, Camila. Meias Palavras. 2010.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Dois Lados

Eu sempre gostei de colocar a sinceridade em primeiro lugar. Doesse o quanto fosse, sempre pensei que é melhor sofrer agora ouvindo uma verdade, por mais dolorosa que ela seja, do que depois saber que tudo no que acreditávamos era mentira e aí vem a dor da decepção e a dor da verdade que nos foi escondida. Dor ao quadrado.

Querendo ou não ela sempre vem a tona, muitas vezes de súbito ela nos surpreende deixando-nos atônitos ao encontrá-la. E você se pergunta: De quem ela está falando agora? E eu lhe digo que dessa vez tanto faz, pois a verdade e a mentira causam sempre a mesma impressão, depende do que a pessoa que tem de aceitá-la está preparada para ouvir.

A verdade dói? Dói! Mas a mentira dói mais ainda quando deixa cair sua bela máscara de verdade. Se é que me entendem...

Independente do sofrimento que qualquer um desses dois lados possa me trazer eu sempre prefiro a mais correta, a verdade. É em cima dela que a gente se molda, se adequa e se fortalece. Independente se essa verdade foi empregada ao nosso bem ou ao nosso mal, cabe somente a nós distinguirmos.

Por exemplo: "Na verdade eu não te amo mais, quero ficar só". Dói? Uhum, dói sim! Quase ninguém está preparado para essa verdade, por mais que saibamos que ela é para o nosso bem. Digo nosso bem, pois a pessoa que nos proferiu isso sabe que não poderá mais entregar-se a nós com tanta intensidade a ponto de nos deixar feliz e, evitando nosso sofrimento em deixarmos esperar algo que não vai vir nos dá essa resposta como verdade, para nossa visto mal, e para o bem de quem fala (espero ter sido clara).

A verdade têm muitas faces, a mentira também. Mas a verdade ao mesmo tempo em que ela causa dor, ela traz confiança, por que geralmente pensamos: "Ele foi sincero ao me dizer isso, não quis me enganar".

Geralmente as pessoas têm a verdade como sinônimo de lágrima, de dor, de decepção e tristeza. Mais um exemplo: "Não acredito que vocês está me dizendo isso" - "Mas você prefere que eu minta?" - "Nesse caso poderia ter me poupado da verdade".

(E agora? Me desculpem, mas se vocês esperam ao final desse texto eu ter uma fórmula matemática para isso, lamento ter de ser verdadeira com vocês, mas... infelizmente eu não consegui criar uma equação para isso.)

Normalmente muitas pessoas adotam a mentira como remediação, dizendo sempre o seguinte: "Vou mentir para ela, para que ela se sinta melhor", "Acho melhor não contar toda a verdade, pois vai poupá-la de um sofrimento maior", "Ela não precisa saber disso, não significou nada para mim".

Aiai, se você sabia que era errado porque fez? E em relação essa última frase que eu citei eu poderia escrever uns dez textos com em cima dela.

Sinceramente, acho que quem vive em cima de mentiras faz da sua vida um castelo de cartas, ao pisar no seu jardim tem de cuidar os ovos no chão. Sempre que você mente, você têm de ir criando mais e mais mentiras para sustentar aquilo que não é verdadeiro, mas as mentiras sempre enfraquecem e quando você menos espera a verdade despenca lá do alto e a dor que causa é muito maior.

Dificilmente necessitamos criar mais verdades para sustentar uma única verdade, ele se auto-sustenta sempre.

Se chegar alguma situação de sua vida em que você não queria mentir, mas que também não possa utilizar a verdade, pois ela causará dor, eu só tenho uma coisa a lhe dizer. Utilize o bom senso, mas não minta jamais.

GEDIEL, Camila. Dois Lados. 2010.

domingo, 12 de setembro de 2010

A Moldura

Hoje eu vi um filme incrível chamado "Smile", ele conta a história de uma menina com uma deformação no rosto, que sofrera após um acidente. A menina se isolava do mundo e se culpava pelo acidente, esquecendo que tinha de continuar vivendo. Sua mãe morrera no acidente e o pai cuidava da filha com um amor inigualável, acabando por deixar de viver a sua vida para estar aos cuidados da filha.

Do outro lado do mundo, uma jovem perfeita (aos olhos do mundo), com uma família cheia de problemas, como qualquer outra, resolve fazer um trabalho voluntário e conhece Lin, a jovem com a deformação. Aí nasce uma história de amor e compreensão, aonde Katie ajuda Lin a perder o medo do mundo real e a encoraja a fazer a cirurgia.

Lin então consegue ter sua vida de volta e Katie aprende que de tudo que ela reclamava não era nada perto das dificuldades de outras pessoas.

"Smile" é um filme emocionante e encorajador. Faz-nos perceber o quão descontentes somos com nossas vidas e o quanto nos preocupamos com coisas tão fúteis enquanto existem pessoas no mundo sofrendo problemas e dificuldades de verdade. Como o preconceito e o medo da aceitação, entre outras milhares de dificuldades que as pessoas sofrem e que nos fazem perceber que nosso dia díficil no trabalho não é nada perto de não sentir-se bem consigo mesmo.

Eu passei anos da minha vida sonhando ajudar as pessoas e sempre ouvi os outros falando: "Camila, tu acha que isso vale realmente a pena? Tu já tens os teus problemas, porque preocupar-se com o dos outros".

Então, depois de assistir a Smile eu lhes respondo com toda a convicção: "Vale realmente a pena cada minuto que eu esqueço os meus meros problemas e recebo um sorriso em troca por estar fazendo sorrir e alegrar o dia de uma pessoa que normalmente não sente vontade de sorrir".

Deus me deu um dom, desde pequena me ensinou a colocar um sorriso no rosto independente da situação que eu estivera e é em cima disso que eu vou retomar meu sonho de pequena: Ajudar ao próximo. Simplesmente porque momentos como esse que a Katie teve com a Lin, são únicos e nos fazem perceber o quanto a vida vale realmente a pena quando sabemos que podemos mudar a vida de alguém, que sequer lembrava-se que precisava viver.

Seja um como um espelho, porque é difícil você sorrir para alguém e não receber a mesma nobreza em troca. Seja o reflexo da felicidade do próximo, pois a caridade é a maior dádiva de um ser humano.

GEDIEL, Camila. A Moldura. 2010.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Moeda

Acho que um dos piores sentimentos de um ser humano é o de aceitação ao erro. Saber que se errou dói e dói demais, simplesmente porque não temos a chance de voltar no tempo e corrigir, evitar aquilo. Então a única chance que temos é de amenizar as consequências e mesmo assim, ainda é muito difícil de aceitar esse tipo de coisa, tampouco tentar corrigir.

Têm-se medo de tentar amenizar um erro, simplesmente por que se têm medo de errar de novo e não é nada bom saber que se errou duas vezes. Digo amenizar, pois é uma raridade conseguir corrigir um erro. Erro materiais, erro de código, erros de banco de dados, todos esses são possíveis de corrigir, mas erros físicos, erros que abalaram os lados emocionais, esses são praticamente irreversíveis.

Talvez quem os carregue diga: "Capaz, está tudo bem", mas essa frase muitas vezes é só um gesto de bondade do próximo ao enxergar o nosso arrependimento e não desejar que nós nos sintamos piores do que já estamos.

Irreversível ou não, o tempo é o melhor consolo. O tempo passa e querendo ou não a dor ameniza ou simplesmente se é esquecida. Claro que depende da intensidade com que foi sentida, mas o tique-taque de um relógio é um dos melhores curandeiros que existe.

Tem certas mágoas que não necessitam de palavras para serem superadas, nem certezas, nem incertezas, mas precisam de um 'tique-taque'. Esse tique-taque é pra pensar, pra entender, pra investigar e pra aceitar que, infelizmente, a vida nada mais é que dias que correm e só acontecem em cima de erros e acertos de milhares de pessoas. Pelo bem, ou pelo mal, hoje estamos aqui, porque a igreja católica ensinou que a Eva pecou (errou) ao comer a maça e tivemos de pagar pelas consequências.

Consequências. Alguém aqui consegue definir se a consequência é algo bom? Às vezes sim, quando chutamos um balde e achamos uma nota de 10 reais (ou mais, depende da sorte, mas um dia falaremos dela). Às vezes não, quando chutamos um balde e o quebramos, na menor de todas as piores consequências.

E independente das consequências a gente sempre se culpa, pelo menos eu, por qualquer erro, seja meu ou do fulano, eu sempre me sinto a errada e com culpa total. Se o erro não foi só meu, foi parte minha, porque não fiz o possível para evitá-lo. Simplesmente por não pensar que aquilo seria um erro. Se eu for pensar muito sobre isso eu enlouqueço, o negócio é olhar pro ponteiro e escutar o barulho do relógio, tique... taque... tique... taque.

Enfim viver. Errar e acertar. Tique-taque. Essas coisas.
Mas os erros só acontecem porque as coisas são mais difíceis do que imaginávamos, pois se fossem fáceis nos acertaríamos sempre. O que dificulta na verdade é que, o que eu considero errado o outro considera certo e vice-versa. É como jogar uma moeda pro alto, se é que me entende.

GEDIEL, Camila. Moeda. 2010.

sábado, 4 de setembro de 2010

Maria Mole

Cresci ouvindo as pessoas dizer a seguinte frase: 'Bonzinho, só se f0d&'. E, por incrível que pareça hoje eu percebi que essas pessoas tinham razão.

Lembro de quando eu era pequena e vivia mentindo, tudo dava certo, eu mentia tão bem que dificilmente alguém descobria. Minha mãe me chamava de fria e calculista, por que raramente eu errava qualquer detalhe nas coisas que eu fazia.

Depois de um tempo eu cansei de fazer aquilo e resolvi começar a ouvir melhor as coisas que a minha avó falava. Por exemplo: "Mi, tu tem que ser verdadeira sempre, não mente e jamais faça alguém sofrer. Dê sempre o teu melhor e o teu amor, ninguém constrói nada em cima de mentira".

Demorei um tempo até aceitar a dica da vovó, e só dei ouvidos para ela quando comecei a perceber que atualmente raras são as pessoas que são verdadeiras, pois o que mais existente é gente fria e calculista, como eu era.

Minha vontade de começar a seguir a dica da minha vovó só se manifestou 100% quando comecei a falar a verdade e minha mãe não acreditava mais em mim. Foi aí que resolvi mudar de vez. Eu deveria ter uns 16~17 anos quando resolvi mudar mesmo. Parar de mentir, omitir e calcular.

Comecei a fazer tudo certo, se eu não estudava, eu não colava, se eu namorava eu não traia (nunca traí ninguém, meu pecado mesmo era mentir pra minha família), se eu era amiga eu não era falsa e assim por diante. A legitima pessoa perfeita. Claro que eu sempre fui bastante louca demais, fazia todo mundo rir com qualquer besteira, pirava o cabeção geral, vamos dizer assim. Mas a partir daquele ano comecei a fazer tudo certo.

Era fiel, não mentia, não traia, não enganava, não usava, não maltratava, nada. Foi ótimo no começo, tudo era tão bom e parecia tão sincero, mas com o passar dos dias, meses e anos as coisas começaram a ficar diferentes e as pessoas começaram a se aproveitar da minha bondade.

Certamente lembro ter engolido o choro quando meu segundo namorado me disse: "Mi, tu é boa demais, tu não pode ser assim, as pessoas não dão valor pra quem as trata bem, tu tem que ser ruim, tem que ser má, se tu quer que alguém goste de ti de verdade". Lembro que o engolir o choro quando escutei essa frase não bastou, tanto que lembro-me dela até hoje e passei uma semana inteira pensando sobre isso e constatei que, infelizmente, ele tinha razão. Ninguém valoriza quem trata a gente bem mesmo, só quem tem essa pureza que eu tenho consegue retribuir em igualdade. Mas normalmente, quase todo o ser humano gosta do que é mais difícil, gostar de ser maltratado. E como é triste, saber que isso é a verdade.

Sempre penso em voltar a ser aquela sujeitinha má que eu era antes, mas nada no mundo paga a sensação que é saber que têm-se um coração raro e diferente de qualquer outra pessoa, com princípios e repleto de amor. Eu tenho essa casca dura por fora, mas por dentro sou mais mole que maria-mole, mais doce que batata-doce. Amo com o coração, respeito com o coração, tudo com o coração e como me faz feliz saber que minha avó tem orgulho de eu ter seguido ela.

Por mais que ser boazinha doa e faça eu me ferrar sempre, eu sinto orgulho de mim mesma por ter um coração tão raro e bom, que consegue fazer de cada mágoa, de cada decepção um degrau, um tijolinho a mais que só aumenta, que só qualifica a pessoa que eu sou.

E, é com esse sorriso no rosto que eu espanto toda e qualquer dor que assole meu coração. Esse é o meu jeito de superar. E não pense que eu não choro, porque eu choro e choro demais, mas choro sozinha no meu canto. Choro pelos outros, mas raramente faço alguém chorar, simplesmente porque eu não mereço a preciosidade da lágrima de ninguém.

GEDIEL, Camila. Maria Mole. 2010

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Que horas são?

Me deixa falar de amor, mais um vez, com ou sem dor. Me deixa chorar, mais uma vez, de felicidade ou de saudade. Me deixa aquietar, mais uma vez, no meu canto sozinha ou no teu colo a te abraçar. Me deixa deixar, caminhar pela linha certa ou tropeçar no caminho errado. Me deixa acertar, me deixa errar. Mas por favor, só esteja de braços abertos para quando eu voltar e aos teus braços poder me entregar.

Não me deixa, nem pra sempre, tampouco quando o pra sempre pensar em deixar de ser eterno. Me abraça, mas não te afasta. Fica perto de mim, eu te protejo do escuro e afasto os teus fantasmas com um só olhar.

Me abraça e esquece, simplesmente esquece qualquer coisa que te incomode. Confia em mim, liberta teus medos, soltas eles um a um, enquanto eu brinco de tiro ao alvo. Deixa eu te proteger, me abraça de novo e fecha os olhos, que de todo o resto cuido eu.

Pra que pensar demais, se a vida é uma só pra errar e acertar? (Eu me pergunto de novo) Se pensas que vais acertar, continua, não desista, não êxite! Mas se achas que vai dar errado, tenta, pelo menos tenta, vamos que quem estava errado éramos nós e não o suposto erro.

Já ouvi aquela frase muitas vezes: "Tentar e errar, mas não desistir de tentar". Até mesmo quando temos certeza de algo nós tentamos e, quando vemos nossa certeza estava errada, então se a própria certeza se contradiz, o que diri-se-a do erro?

É por isso que sempre, independente do sol lá fora, ou da chuva aqui dentro, é sempre o meu coração que sigo. Para a razão eu viro a cara e se ela vir me dar uma cutucada no ombro, simplesmente dou um cruzado nela e ela volta com o rabinho entre as pernas para o lugar de onde jamais deveria ter saído.

Sou ruim? Posso ser mesmo, mas já pensou na razão? A razão muda sempre, é como o ponteiro de um relógio a cada segundo, a cada pensamento ela muda de posição e está certa somente (relogisticamente falando) duas vezes no dia. Isso se o relógio não for digital e tampouco estiver no padrão 12 horas(am/pm), senão ela acerta só uma vez(se acertar, porque muitas vezes o relógio pára, certo?).

Mas e o coração? Esse nunca muda, ele tem só uma verdade e independente da hora que o relógio indique, sempre que o consultarmos encontraremos a mesma resposta.

Eu só queria, assim como muitos, que a vida fosse um pouco mais simples. E que ninguém mais me perguntasse: Que horas são?

GEDIEL, Camila. Que horas são? 2010.

O Foco

Que vontade de sair correndo ao teu encontro, abrir meus braços e firme em ti rodopiar. Pousar no chão e encher-te de beijos como agradecimento de ter-me feito sentir nas nuvens mais uma vez.

É difícil explicar o que se passa na minha mente quando meus olhos encontram os teus. É um desejo, uma vontade, um descontrole que eu me obrigo a te desviar.

É na brisa do teu caminhar que eu sinto teu perfume. Quase me entrego ao ímpeto de correr atrás de ti, pular no teu colo e pedir para que tu me leves mais uma vez para ver as estrelas que iluminam as noites no teu quarto.

Se o adormecer já é maravilhoso, o que diria eu do despertar? Olhar para lado e simplesmente ver-te ali, de olhos fechados com um traço leve de sorriso no rosto, como quem diz 'eu sei que tu estás me observando'. Enrusbeço-me e me afogo nos teus travesseiros, controlando o desejo, a vontade infinita de te acordar enchendo-te de beijos.

É uma vontade que eu só sei como começou, mas não sei aonde se termina e, tampouco quero saber.

Talvez seja a incerteza continua que alimenta ainda mais a minha certeza de te querer. Não sei ao certo explicar o que se passa aqui dentro. Às vezes meu peito é um dia de sol, outra uma tempestade.

Mas sempre vem um vento, um sopro que leva tudo de volta ao seu lugar. A tempestade vira um lindo pôr-do-sol que acontece simplesmente porque o meu peito enxergou o brilho do teu olhar.

GEDIEL, Camila. O Foco. 2010.
Escrito em 24 de Agosto de 2010 às 21:25.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

A Placa

Eu poderia falar de amor de novo, mas dessa vez eu vou falar de saudade.

Nosso viver é totalmente incerto e eu não sei por que eu tenho a mania de querer ter certeza de tudo. Um dia eu estou aqui sorrindo, alegrando outras pessoas, mais um segundo depois eu posso estar aqui, fisicamente, fazendo escorrer lágrimas dos rostos aos quais eu menos queria trazer tristezas.

Poderia dizer que é uma das maiores dores do mundo. Mas a maior dor do mundo certamente é um filho perder aos pais, avós ou irmãos. E um pai, ou mãe, perder seus pais, avós ou filhos. Dependendo, é claro, do vínculo, mas não há dor pior do que perder alguém que é parte de ti.

E o que dizer da dor daqueles que a gente escolhe fazer parte da gente? Família a gente nunca escolhe, mas os amigos a gente escolhe e conta nos dedos.

São as lembranças de tudo que passamos juntos quando dizíamos para os nossos pais que estávamos estudando, ou simplesmente posando na casa um do outro. Enquanto na verdade estamos era festejando ruas a fora. Sentindo-nos livres, homens, corajosos, os melhores, os superiores, os incríveis, simplesmente porque tínhamos ao nosso lado o irmão que escolhemos a quem gentilmente chamamos de amigo, meu brother, meu bruxo.

Fomos criados com a certeza de sempre perderíamos primeiro nossos avós, depois nossos pais, nossos irmãos e então nossos amigos. Mas nem sempre a vida se segue nessa via. Tem uma curva aqui, um pare ali, uma mão dupla mais a frente e para outros têm uma rua sem saída com uma placa chamada "Destino".

E é assim, que o Destino muda com o que estamos esperando primeiro. Levando, ironicamente, o amigo que escolhemos, antes de levar nossos pais, ou seja lá qual for à ordem que isso tenha agora. A gente simplesmente fica parado no meio da rodovia da vida, sem ação, com medo de seguir em frente e ver a placa do "Destino" também.

É uma dor incalculável, mas que sempre, pelo bem ou pelo mal, sempre passa. Passa no sentindo de deixar de ser dor, aquela coisa que machuca nosso coração e que raramente alguém percebe o tamanho da ferida que temos dentro da gente. A dor começa a virar uma saudade gostosa, uma lembrança, uma brisa que bate e só faz a gente pensar: "Por pouco, ou muito tempo, com certeza esse cara fez a diferença na minha vida". E é difícil quem não conclua essa frase com aquela famosa fala do Tim Maia: “... você marcou a minha vida... viveu, morreu, na minha história.".

É uma dor que é impossível calcular ou falar sobre, é tão insuportável que tudo que queremos é ficar sozinhos e pensar: "Porque a vida tem de ser assim?".

E então eu posso tentar terminar esse texto dizendo que: Não importa a tristeza que a saudade deixa em nosso peito. O que realmente importa é o sorriso que a saudade coloca no nosso rosto a cada lembrança. E mais ainda, a pureza da lágrima que escorre do rosto por essa lembrança ser tão especial.

Enfim, não importa quantos anos você tinha antes de partir. O que importa mesmo é quantos vocês fez sorrir e quantos vão lembrar de você e pensar: "Por causa de caras como esse, é que a vida realmente vale a pena!”.

GEDIEL, Camila. A placa. 2010.
Texto dedicado à todos aqueles que deixam saudades em nossos corações.

sábado, 28 de agosto de 2010

Morrer de Amor

Uma vez que eu li que gostar de uma pessoa no fundo, no fundo, não é a gente que escolhe. É a convivência, é o conhecer sobre o outro. O simples encantar-se pelo diferencial que o outro tem.

É a forma como ele arregala os olhos quando ri. O jeito desengonçado como ele caminha. A maneira como ele, quando de costas, olha sobre os ombros. É como seu rosto fica perfeito quando ele fica sem jeito. É a timidez dele que encanta.

É a forma como ele se joga na cama depois do banho e tenta me acordar pela manhã. É o carinho que eu recebo no meio da noite e às vezes ainda finjo estar dormindo só para sentir a bondade com que ele me toca enquanto ainda está acordado.

É como ele parece um bebe quando deita de costas pra mim. É o jeito como eu me aqueço e me perco no abraço dele. A forma como ele me cobre do frio.

São as maneiras como ele brinca comigo, ou sua gentil forma de chamar minha atenção com qualquer coisa. Seja com um cochicho, com um empurrãozinho, ou com um simples ‘Oi’.

Eu não gosto dele pela sua altura, pela roupa que usa, pelo que tem ou que deixa de ter. Estilo, tamanho e bens materiais todo mundo têm. Porém, aquele jeitinho, com tantos detalhezinhos e parênteses, só ele têm.

É o jeito como ele se encaixa em mim. A força suave com que me abraça que me faz sentir vontade de ficar ali pra sempre. São os desejos que, inocentemente, ele coloca na minha mente sem perceber.

É o cabelo que até mesmo despenteado o deixa ainda mais lindo. Aquele jeitinho de falar, que vem lá de fora. A forma como ele consegue ser encantador quando quer. E quando ele não quer, como ele simplesmente consegue me irritar de uma forma tão simpática.

E, como até mesmo de cara enrugada, quando brabo, fica ainda mais perfeito. É a vontade que ele coloca em mim de sair correndo atrás dele quando ele se diz zangado e me dá as costas.

É o brilho do olhar, o jeito de sorrir, a forma de falar. É aquela pele gostosa de deixar-se tocar. Aquele cheirinho que só ele tem. Aquelas pintinhas no rosto e no corpo que dá vontade de beijar uma a uma. A forma como ele me faz sorrir, só ele tem.

É alguma coisa nele que faz bater mais forte em mim. É a minha atenção que ele rouba sem vergonha nenhuma e ainda me abana dando tchau, sem sequer preocupar-se com a saudade que fica.

É um querer, muito mais que somente querer. É a necessidade de ter, não pra sempre, mas sempre enquanto eu poder.

É pensando nele que eu concluo que mais vale morrer cedo por saber amar, do que morrer tarde, sem saber o que é ser feliz de verdade.

GEDIEL, Camila. Morrer de Amor. 2010.
Escrito em 17 de Agosto de 2010, às 23:43.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

O Compasso

Enrubesço-me ao encontro dos teus olhos. Logo tu, que sabias teres me deixado sem jeito, devolve-me um sorriso jocoso. Meu coração, inaudível, bate descompassado. Atônita, meneio-me para longe de ti.

Ao compungir-me pela distância que me obriguei a manter de ti. Taciturna, entrego-me ao desejo de olhar-te de novo. Num ímpeto de saudade e querer tanto encontrar-te, em primazia fechos meus olhos e me vejo a sonhar.

Um sentimento inócuo, verdadeiro, é tudo que eu tenho a lhe dar. Tento sobrepujar os maiores sonhos, tento trazer o melhor e mais sincero amor para entregar-te. Contudo só te vejo a alargar os lábios. Enrubesço-me sem saber o que responder ao brilho do teu olhar.

Então, sem saber se este é um gesto de altruísmo ou se é aquilo tudo que eu preciso ouvir. Nessa espera eu entrego-me mais uma vez em silêncio esperando a resposta do teu compasso.

GEDIEL, Camila. O Compasso. 2010.
Escrito no dia 26/07/2010 às 23:44.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Abra os braços

É na tua ausência de tudo começa: saudade, frio, carência. Eu tropeço, me esqueço, tentando não pensar em ti. Sinto saudade do beijo, do gosto e aquele desejo, que é tão forte que eu me nego a falar.

É a vontade de me afogar no mar da tua cama. É a soma das estrelas do céu do teu quarto. É a brisa que toca meu corpo quanto tu te movimenta pelos lençóis. É o verão do teu corpo, o inverno da tua ausência, o outono da despedida e a primavera de estar em teus braços de novo.

Saudade é tudo que eu consigo resumir. Vontade, desejo, é um gostar de ter-te aqui. Querer-te por tempo indeterminado, ou talvez pra sempre, ao meu lado. É um coração que chora quando vê a despedida, mas, contudo engole cada lágrima pois necessita mostrar-se forte.

É no teu silêncio que eu me apego, é aos teus beijos que eu me entrego. No teu abraço, me desfaço, dou um nó, sonhando ficar ali pra sempre a realidade me obriga a acordar. Desperto penso em ti, logo já sinto vontade de sonhar.

Queria poder fazer contigo tudo que o meu corpo pede, minha mente deseja e meus instintos controlam. Queria poder perder o controle uma vez e mostrar-te apenas um dos mais belos arco-íris que posso te dar. Queria não precisar mais sonhar, queria começar a realizar. Contudo, me contenho, pois meus passos necessitam dos teus pés.

Eu tenho um mundo a te dar. Um infinito-finito que só eu posso te mostrar. É um arco-íris, um por do sol, um nascer do sol a raiar. É uma brisa, um sentimento tão indescritível que até posso dizer-te: Me abrace, abra os braços e deixa comigo, que eu te ensino a voar.

GEDIEL, Camila. Abra os braços. 2010.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Me teletransporta




O que é a incerteza?
É a dor de ver partir e não saber se vai voltar? É a dor do gostar e não saber se haverá retorno desse sentimento? É a dor da ausência sem saber se há outro sentindo também? Ou, é o que faz aumentar um sentimento? De qualquer forma, a incerteza é uma ausência de resposta, uma ausência de retorno, uma carência de algo que se queria ter e não se têm.

Quanto mais incertos, mas tentamos acertar. Chega a ser irônico não é mesmo, mas às vezes tentando acertar nós erramos e então matematicamente a incerteza é elevada ao quadrado(Incerteza²).

Por que não fazer do amor uma equação matemática? Até mesmo Arnaldo Jabor já deu essa idéia: Eu linda + Você inteligente = Dois apaixonados. Se fosse assim tão fácil, não teria tanta graça. Pois todo o ser humano tem a necessidade daquilo que lhe é impossível. Quanto maior a dificuldade em se ter, maior o desejo de se realizar. Levante a mão quem achar que eu estou errada.

Obrigada!

Todos sentem falta de alguém, sentimos a necessidade de ter alguém a quem se possa abraçar sem aviso prévio, alguém para se encher de beijos e carinhos sem culpas. Alguém com quem partilhar os risos e as diversões. Sentimos falta de entregarmo-nos e a um abraço quente, um beijo bom, um ronronar que nos faça sentir arrepio, que nos tele-transporte.

Saudade é muito do que se sente. Saudade de ter o que é bom. E nada é melhor do que ter alguém ao lado. Para acarinhar e receber, para chorar e enxugar, para emocionar-se e apaixonar-se. Alguém, simplesmente alguém que seja bom, que goste de estar ao nosso lado, do jeito que for. Alguém que sinta nossa falta, que nos ligue só para desejar-nos boa noite. Alguém que nos deixe um bilhete com 3 palavras em cima de nossa mesa numa situação inesperada.

Enfim, saudade de alguém que nos dê certeza e que nos faça deixar de nos sentirmos incertos na certeza do querer.

GEDIEL, Camila. Me teletransporta. 2010.

sábado, 24 de julho de 2010

A única exceção



"...but you are the only exception!"
"Eu tenho um controle apertado sobre a realidade, mas não posso deixar o que está aqui diante de mim. Eu sei que vais embora pela manhã, quando acordar. Deixe-me alguma prova de que isso não foi um sonho..."

Para os amantes de Paramore, essa é uma parte da música, "Você é a única exceção". Emo? Talvez, eu digo sincera. Sinceramente apaixonada.

Quantos amores você já teve na sua vida, quantos você disse que seriam a única exceção? Alguns falarão um só, outros falarão: "Bá, é verdade.". E eu lhes digo, quando você encontrarem a verdadeira e única exceção, vocês a identificarão no primeiro olhar. Talvez demorem a perceber, mas com certeza lembrar-se-ão do dia em que seus olhos se encontraram pela primeira vez.

Eu aprendi uma coisa sobre o amor nesses poucos 22 anos de vida. O mais interessante de tudo que eu descobri e percebi sobre os amores verdadeiros é: quão mais difíceis eles são no começo, quão mais cheios de regras, cálculos e equações sem sentido, mas forte esse sentimento será. Ficará cada vez mais forte e difícil de quebrar.

Os casais de sucesso que eu conheci até hoje, todas tiveram um começo conturbado e estão vivendo incrivelmente bem hoje. Já aqueles que eu conheci que tiveram começos cheios de amor, sem brigas, sem dúvidas, hoje só tem histórias a contar do tempo que estiveram juntos.

E eu percebi que, se começar "errado", no final sempre dá certo. Ou seja, se você está iniciando um relacionamento e ele está um pouco complicado, há algumas discussões, alguns confrontos de temperamentos e vidas diferentes, pode ter certeza que depois que vocês se conhecerem mesmo, qualquer mínima coisa será tão mais fácil de resolver e o companheirismo transbordará quando o outro disser 'Amor, me deixa só hoje?".

Normalmente quando se começa um relacionamento e ele é todo perfeitinho e a pessoa demora a mostrar quem é o seu verdadeiro eu, pronto: Terminará em breve. Por quê? Simplesmente porque você nunca foi desde o começo quem você realmente é, você tentou vender uma imagem que não existia e conquistou o outro não por quem você realmente é, mas sim por quem você fingia ser.

Ok, me apedrejem, mas parem pra pensar se não é verdade?
Pode ser que os relacionamentos que começam conturbados nem dêm continuidade, mas se derem, certamente serão intensos e eternizados. E os relacionamentos que começam cheios de frufru, normalmente nunca vão muito longe. A não ser que a pessoa não finja. Mas infelizmente a maioria finge, mas finge pelo bem, bem da conquista. Contudo, não pensam nas consequências futuras.

Eu mesma posso afirmar isso, pelas minhas experiências de vida. Todos meus namoros começaram cheios de firula e o outro sempre fingindo ser quem não era realmente e depois com o tempo eu vi aquilo que eu não queria acreditar que era verdade. Decepção!

Mas quem disse que entregar-se a alguém é fácil né? Nunca depende só de nós, depende do outro também. A gente cria expectativas que nem sempre são superadas e é aí que tudo começa. Bom mesmo é conhecer antes, conviver antes. Para termos certeza do que teremos depois.

Continuo a defender minha tese de que frufru é tudo balela. Bom mesmo é ser quem você é. Como vai querer eternizar uma coisa que não é verdadeira. A própria vida nos ensina diariamente que tudo que não é verdadeiro logo se acaba.

Então, por mais que você denomine seu relacionamento com um sonho, torça para que ele seja sua realidade também. Não alimente idéias e sentimentos que existem só na sua cabeça. Acredite no que vê, se entregue ao que o outro faz você sentir e o mais importante de tudo: Seja você mesmo! Não vá embora na manhã seguinte fazendo que com alguém pense que aquilo apenas foi um sonho de uma noite qualquer. E entenda essa última frase, como você quiser.

GEDIEL, Camila. A única exceção. 2010.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

É demais.




Queria ser um pouco mais mulher, um pouco mais madura. Queria ser mais decidida e não ser tão passional. Queria saber usar a razão e deixar de ser coração mole. Até por que só hoje que eu fui aprender que por mais que eu tenha feito tudo só seguindo meu coração, eu vejo o quanto ele me faz sofrer. Contudo, não defendo a razão, mas queria saber usá-la também.

Queria deixar de ser tão risonha às vezes. Queria não ser tão ingênua e ver as pessoas fazendo mau uso da minha ingenuidade. Queria saber ser adulta, mas é praticamente impossível matar a criança que existe dentro de mim.

Tem dias que eu me amo, exatamente como eu sou. Mas com o passar dos dias e das novas responsabilidades que a vida me entrega eu vejo o quanto eu queria ter uns anos a mais de experiência nas minhas costas.

Erro muito também por priorizar e valorizar demais pessoas que nem sequer lembram-se de mim. Esse é o pior de todos meus pecados. E, ultimamente tenho tentado adotar a frase 'Não trate com prioridade quem te trata como opção', mas é difícil conseguir mudar o meu coração. Não consigo ser ruim, não consigo ser difícil, não consigo maltratar, judiar, ignorar. Se eu gosto, é por gostar. Eu trato todos em igualdade, claro que uns com mais carinho e outros com menos, mas sempre tento ser carinhosa e gentil a todos. O que nem sempre é correspondido, mas pelo menos faço minha parte.

Sempre fui de fazer o bem, de não mentir, não brincar ou brigar com ninguém. Mas é difícil encontrar pessoas hoje em dia que sejam assim, ou tenham pelo menos um pouco disso. Ninguém pensa mais no próximo, pensam somente em si mesmos. Muitos ficam dizendo 'eu também sou assim, coração mole...', mas com a convivência a gente acaba percebendo que a definição de coração mole do outro não bem a correta, pelo menos não como eu defino correta.

Peco muito em amar demais, dedicar-me demais. E muito já ouvi até mesmo de ex namorados a seguinte frase: 'mi, tu é boa demais, tu não pode ser assim'. Mas e eu penso: Porque maldição as pessoas tem que ser maltratadas para aprenderem a dar valor ao que têm de bom? Aquele velha história do 'quer saber o valor de uma pessoa? pense em perdê-la.'

Os dias passam e mantêm-se intactos, as pessoas envelhecem a cada segundo. Uma vida só, para tentar fazer tudo do jeito certo, com amor e sinceridade. E ainda assim termos de ser, praticamente, obrigados a sermos injustos, deixarmos de priorizar o amor e a sinceridade.

Desculpe-me, mas prefiro viver sozinha do que entregar-me a um mundo desse. E doa o quanto me doer, vou continuar assim, até que eu encontre quem seja sincero e ame, bem como o amor deve ser amado.

E se for para sofrer, que seja sofrendo do jeito que eu acho correto.
Porque mesmo sofrendo, eu terei a consciência limpa em saber que fiz o que pra mim sempre foi o certo.

GEDIEL, Camila. É demais. 2010.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Fora de contexto




Então ta né, já que é pra falar de contrato. Por que não falar do Casamento? Ok, droga! O acesso ao blog caiu 89%, obrigada mulheres que ainda ficaram por aqui, mas tolos foram os homens que não se aventuraram até o fim.

Pra variar, eu do contra de novo! Ah! Nem pense em me criticar e dizer que eu fujo da regra 'Mulherzinha' de ser, não sou feminista, odeio machistas eu sou mesmo é realista. E ousem me acusar quem quiser, esse blog é uma exposição total de idéias e aqui vai mais uma, esta porém sobre o bendito CASAMENTO!

Até eu me arrepiei agora.

Ter alguém ao lado é bom? É, é ótimo se há reciprocidade, sentimento e respeito. Agora se existe só interesse, me desculpe, mas troca a ficha, vira o disco e joga esse 'serzinho' fora minha filha a não ser que a tua idéia seja só curtição.

A melhor parte em um relaciomento a dois, digo de amor, é o companheirismo e o respeito, é a base, é o que sustenta, é o que mantém. Contudo as pessoas sempre descontentes do que tem e movidas pelo interesse sempre achando uma nomenclatura para um tempo de relacionamento e sentimento. Começa com o namorado, vai pro noivado depois o (aiai) casamento.

Ok, eu confesso! Acho lindaaaa a cerimônia, morro de chorar ver aqueles dois pombos apaixonados num altar. COISAMAISLINDADOMUNDO! Porém, minha idéia é diferente. Pra variar, desculpe! Acho que vou até mudar o título do blog de "Café com Chantily" para "Nada comum". Péssimo né? Um dia eu acerto o nome. Bom, voltando...

Eu idealizo uma cerimônia sim, como toda boa mulher. A minha não exige papel, nem regras, nem nada. Apenas a família, um cara bacana pra ler o Corintíos 13 e tudo isso ao som do mar, com um Jack Johnson ao fundo tocando "Angel", ou Oasis com um Wonderwall, também ficaria perfeito. Isso a beira-mar, num pôr do sol de verão, numa ilha linda, aquela coisa de cinema, só para ter fotos e dizer: Eu tive uma cerimônia lindíssima!
Viajei né? É, mas é do meu feitio.

Mas voltando, eu nunca fui de impor um rótulo. Rotular parece tão comum. Como pegar uma caixa de dobradura e por um nome, dar um valor, inserir umas regras e só deixá-la fazer aquilo que está descrito ali. Não! Dá licença, nada moderno, tô fora disso!

Pra que casar, pra que separação de bens ou não? Pra que assinar um papel? "Ah, é bonito, é a lei". Me poupe a lei. Bonito é mostrar que se gosta e não assinar uma folha de papel e acabar com tudo.

Pareço uma frustadinha? Eu sei. Se eu sou assim sem casar, imagina se um dia eu chegasse a cometer a loucura de assinar um papel desses?

Minha concepção é diferente. Se se está bem, se se está feliz, se se sente completo, se a pessoa é boa com você, te cuida, te protege, te ama, te dá valor, faz tudo. Ouça um bom conselho de uma jovem com um pouco de juízo. Não case! Não assine papéis.

O verdadeiro elo do sentimento se faz dentro do coração de cada um e da reciprocidade com que se têm um ao outro. Quantos casais deixam de se amar depois que casam, que assinam um papelzinho qualquer? Até parece uma maldição isso. Tem casais de sucesso, tem, com certeza!

Mas a maioria, e digo isso infelizmente, me perdoem as mulheres. Mas a maioria dos casamentos terminam por que as mulheres, sim AS MULHERES (odeio afirmar isso), deixam subir a cabeça o fato de ter assinado um contrato que diz: "Meu marido, minha esposa". E fazem das vidas reais prisões a céu aberto.

Acabou o lazer, acabou a roda de chop com os amigos, acabou o futebol na sexta, o churrasco na quinta ou sábado. Parece que eu escuto aquela velha frase: "Agora tu tá casado, é um homem de família, do trabalho pra casa por favor!".

Ah, mas espera aí um pouco. O cara casou com a mãe ou com a antiga namorada ou noiva? Por que às vezes eu nem entendo. Parece que assinar um contrato de casamento vira uma substituição de mãe. A mulher, desculpa. A esposa, que mandar! MANDAR! Isso mesmo.
Aiai, eu de novo. Mandar, desculpe repetir, mas me dá nos nervos! Desde quando quem ama manda? Desde quando quem ama maltrata? Desde quando quem ama não deixa o outro viver? Desde quando quem ama não prioriza a liberdade, sua e do próximo?

Eu só posso ter batido com a cabeça quando eu era pequena então. Minha concepção é diferente de tudo isso. Não penso em casamento a não ser para ter um álbum de fotos com a pessoa que eu amo, minha família, melhores amigos e com o Oasis ou Jack Johnson. Aiii, imagina! Ok, recompondo-me!

A união, independente de qual quer que ela seja: ficar, namorar, noivar, casar. Qualquer, ela necessita de respeito. Quando eu digo respeito eu me refiro à: Fidelidade, em primeiro lugar. Depois a liberdade. A liberdade engloba dizer desde um "SIM' quando o seu amado liga e diz: "Amor, hoje eu to querendo ficar sozinho. Um tempo pra mim, podemos deixar para nos ver amanhã ou depois?" até um "Amor, seguinte. Tô indo bater uma bolinha com o pessoal do trabalho, vou chegar tarde hoje tá?".

Complicado dizer sim? Não, é muito simples. Quando se respeita.
"Ah, mas ele pode tá mentindo! Imagina só, se vai ser verdade, homem é tudo igual". Bom, se nem sequer confia na pessoa quando ela pede pra ficar sozinha, será que é amor mesmo?

Eu tenho os meus fundamentos. Sempre respeitei a liberdade, sempre fui compreensiva, sempre fui atenciosa, sempre tentei ajudar a fazer a pessoa não ser só feliz ao meu lado. Mas também consigo mesma ao meu lado. Nunca proibi de nada, quem sou eu pra proibir alguém de alguma coisa nessa vida? Tudo mundo é livre, pra fazer o que quiser.

Mas voltando, o que eu mais desgosto no ser humano é a necessidade que ele tem de rabiscar num papel para tentar representar algo que não se calcula, que não se estima, que não se vende, que não se engana. E eu em refiro a sentimento. Amor e querer bem.

Desculpe a todos as mulheres que leram isso. Mas repensem bem. Vocês preferem um relacionamento bom e agradável sem um rabisco no papel, ou um rabisco? Por que, querendo ou não. Esse tipo de coisa, sempre sobe a cabeça! E faz com que a pessoa se sinta proprietária da outra.

Mas espera aí, aonde diz que se pode comprar algumas sementes de amor e plantar no coração fértil do outro? Em lugar algum né? Então!

Pense apenas em ser feliz. Seja diferente. Não faça igual a todo mundo. Não fique rabiscando seu amor por aí. Ame de coração e não numa simples folha de papel.


GEDIEL, Camila. Fora de contexto. 2010.

Assine aqui, por favor.




O lado ruim de ser 'Gente Grande' é que a gente perde um pouco o gosto pelo sonhar. Eu tento não perder isso com todas as minhas forças, mas hoje, depois de uma certa idade a gente não pensa mais em ser Piloto de Avião ou ser Oceanóloga. Não temos mais tempo para pensar tanto, quem dera sonhar. Ser 'Gente Grande' nos obriga a realizar.

Temos que ter uma profissão, aprender a controlar o dinheiro para mais tarde termos uma casa, um bom carro e poder dar uma boa educação aos futuros filhos. A quem ensinaremos o que melhor sabemos sobre a infância, que é unicamente poder sonhar e acreditar no, assim dito, impossível. Ter um filho a certa altura da vida é uma ótima oportunidade de poder voltar a ser criança.

Voltamos a lembrar do Coelho da páscoa, do Papai Noel e até mesmo daquela adorável moçinha, uma tal de Fada do Dente. Tem tantas coisas boas em ser criança. Quem me dera poder viver pra sempre com 6 anos de idade. Ter um fôlego invejável, uma criatividade que admira qualquer um, um encanto que faz sorri muitas pessoas e um jeito que enche de amor qualquer coração.

Como é bom não ter que preocupar-se em acordar cedo. Ter de vestir roupas mais sociais, passar uma maquiagem no rosto, pegar as chaves do carro e enfrentar um longo engarrafamento. Ficar 8 horas trabalhando com aquilo que descobrimos mais tarde que gostamos, mesmo não sendo ser Piloto de Avião. Então depois das 8 horas, chegar em casa exausto tendo fôlego somente para tomar um belo banho e jogar-se na cama.

E o encanto aonde fica? E o sonhar aonde está?

É então que a gente descobre que ser 'Gente Grande' nem é tão bom assim. Nos deitarmos e mal temos tempo para sonhar e o encanto esconde-se atrás da esperança que se chama saudade de ser criança e desejar mais do que tudo a esse posto voltar.

Despreocupar-se é tudo que queremos às vezes. Ser 'Gente Grande' tem muitas cláusulas em letras minúsculas que a gente mal identifica quando assina o contrato do 'Quero ser adulto'.

O contrato do 'Quero ser adulto' vigora a partir do momento que nos formamos no Segundo Grau. Nesse momento nós já perdemos o contato com muitos amigos. Mas depois vêm benefícios maiores com a Faculdade, temos oportunidades de conhecer pessoas de todas as idades, depois a Formatura de novo, pra separar todo mundo. Tem o emprego, a profissão e aí começa as verdadeiras responsabilidades.

É em cima dos estudos que construímos nosso diferencial no lado profissional e é o profissional que nós dá a base de toda a vida que somos obrigados a planejar. Uma casa, um carro, um bom marido, filhos. Tudo com seu devido custo mensal. Preocupações, solicitações para todos os santos para que os dias comessem a ter mais de 24 horas e apelos para que alguns determinados dias passem o mais rápido possível. E é aí que chegamos na realidade.

É uma delicia ser criança. Feliz é todo o ser humano que aproveitou seus primeiros 14 anos de vida. Pois os próximos serão totalmente dedicados a preocupações e não mais diversões. Chega a ser injusto isso, mas é a vida.

Gostaria de saber mesmo quem é o carinha que ordenou que a vida fosse assim. Lá vou eu citar Chalie Chaplin de novo, mas ele foi um gênio quando disse que a vida poderia começar do contrário. Um pouco sem sentido se formos aprofundar, mas perfeitamente possível se quiséssemos apostar.

Já tentei rasgar meu contrato, já tentei por fogo nele, já pisoteei, já fiz de tudo e não adianta. Ele não se desfaz, é mais forte que qualquer elemento. Contudo, temos de aceitar e aprender a sempre guardar as lembranças e mesmo na maior de todas as correrias e responsabilidades do dia-a-dia jamais deixar de acreditar que dentro de nós sempre haverá uma criança esperando a doce oportunidade de cirandar.

GEDIEL, Camila. Assine aqui por favor. 2010.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Sórrir




Já dizia Charlie Chaplin: "Um dia sem riso, é um dia desperdiçado". Então só tenho a enobrecer-me pois eu acordo sorrindo, por ter tido a chance de abrir os olhos em mais um novo dia. Passo o dia sorrindo, rindo de tudo, me divertindo com qualquer coisa, simplesmente por ter a chance de conviver com pessoas incríveis. Ando no ônibus sorrindo sozinha, lembrando-me de bons e inesquecíveis momentos. Durmo sonhando, torcendo apenas para acordar amanhã e poder sorrir como em todos os demais dias.

Agradeço sempre a Deus. Apesar de que a minha definição de 'sempre', não é bem sempre, se é que me entende. Às vezes sou um pouco descrente, mas quem nunca falha, não é mesmo? Eu mais convoco a Deus quando tenho a lhe agradecer, do que quando algo de ruim me acontece. Se aconteceu algo ruim, foi puro descuido meu e não culpa de Deus ou castigo do mesmo. Então, eu só abaixo a cabeça, busco uma solução e na resolução dela eu digo: 'Obrigada Deus, por manter-me forte sempre! E principalmente, por ter me feito uma nobre sonhadora de coração limpo".

É, eu tento. Você já tentou? Quando tropeçares novamente na rua, não exclame, apenas ria da sua desatenção. Afinal, com certeza você deveria estar pensando em algo muito bom ou mega mirabolante para deixar-se desatento a ponto de seus pés errarem o compasso. É humano, quem nunca tropeçou na vida? Agora eu lhe pergunto novamente: Quantos que tropeçam e caem na gargalhada? E quantos tropeçam e exclamam ou ficam fazendo-se de loucos negando a sua falha. Fingindo como quem diz: 'Alguém andou tropeçando. Veja só que desatento, ainda bem que não foi eu...'.

Eu sou daquela que cai no chão e cai na risada, é óbvio. Afinal, como diz meu amigo: "Aposto que se para sorrir tu pagasse imposto tu não riria tanto". E eu só penso, graças a Deus esse privilégio eu posso ter e ser só meu e nada tenho a pagar por isso.

Louca, talvez? O que você considera loucura eu chamo de saber viver. Às vezes nos preocupamos com coisas tão banais. Meras futilidades momentâneas: hoje fazem o maior dos sentidos, mas amanhã já são passado. E porque, me diz por que preocupar-se tanto? Sorria, afinal o sorriso revigora a alma. Se sorrir fosse ruim não nos sentiríamos tão bem esbanjando uma bela e grande gargalhada.

Ah! Mas é tão fiasquento, pra que rir tão alto? E eu lhes digo, quão maior o tom do riso, maior o tamanho da felicidade ou alegria que faz encher nosso coração.

Me considere o que quiseres. Eu me defino como uma criança, feliz para sempre!

GEDIEL, Camila. Sórrir. 2010

Coisa de mulherzinha




Eu nunca sonhei em ser Comissária de Bordo, eu sempre sonhava um dia poder pilotar um avião. Nunca senti vontade de ser professora, mas sempre quis abrir uma escola para os mais necessitados. Nunca fui muito fã de jogar vôlei, eu gostava mesmo era de chutar as canelas no futebol. Às vezes eu tentava brincar de boneca, mas resolvia sair atrás do meu irmão empurrando um caminhãozinho.

Nunca fui do tipo de me apaixonar. Minha mãe brincava comigo a respeito de namorados e eu dava de ombros. Eu trocava toda a qualquer brincadeira com a Barbie por um belo vídeo-game de lutinha. Sempre assim, sempre o oposto. Sempre preferi as coisas que eram aparentemente mais difíceis e aquelas que me eram, feministamente, proibidas.

Muito minha mãe brigava comigo quando eu era pequena por sempre viver no meio da gurizada. Éramos eu, meu irmão, meus primos e alguns amigos da vizinhança. Sempre fui contra as gurias, elas eram muito cheias de firulas, nunca vi! Caiam um tombo e sangravam, pronto era um ‘berril’ só. Não tinha quem suportasse, ou àquelas que nunca corriam por que iriam descabelar as madeixas! Ah! Me polpe, eu pouco tinha paciência para isso. Eu queria era viver mesmo.

Queria saber o que era cair um tombo de verdade, jogando um belo e cansativo futebol. Queria saber por que os meninos mancavam quando voltavam do campo de futebol e foi aí que eu descobri o que eram as famosas 'rosetas'. Eu queria brincar de carrinho, por que a gente viaja, sonhava em estar em outro lugar. Eu... sempre sonhadora!

Brincar de boneca era tão maçante. Ficávamos ali fingindo ser mamães sem ao menos sabermos trocar uma fralda. Sempre fui contra tudo isso, apesar de ceder às vezes. Talvez seja por isso que eu sou tão auto-suficiente. Claro, que eu confesso muitas vezes entregar-me a brincar de boneca num dia de chuva e que meu irmão estivesse doente, mas eram raras às vezes.

Adorava andar de carrinho de lomba e me estrebuchar no chão, sem chorar é claro, porque chorar era coisa de mulherzinha. E vendo tudo isso, tudo que eu tentei fazer diferente na minha vida desde a infância que eu vejo o porquê eu sou tão forte para tantas coisas. Sempre fui assim, de desafiar a vida, de desafiar o certo, de desafiar a mim mesma.

E sabe qual a melhor parte disso tudo? Saber que sou capaz. E que, principalmente, deixo de ser apenas mais uma.

GEDIEL, Camila. Coisa de mulherzinha. 2010.

domingo, 18 de julho de 2010

Girassol



"Mas é claro que o sol, vai voltar amanhã. Mais uma vez eu sei..."

Já olhou para o sol alguma vez e viu ele como esperança? Como uma dádiva? Como um presente de seja lá quem for? Aposto que raros! "O sol nasce para todos", já diz a famosa frase. Mas por que nós estamos tendo o privilégio de vê-lo nascer novamente? Simplesmente por que temos a oportunidade de fazer as coisas serem melhores mais uma vez... eu sei.

"Escuridão já vi pior, de endoidecer gente sã. Espera que o sol já vem..."

Escuridão, chuva, o dia cinza é somente para ficarmos em casa repensando sobre algumas coisas ou até mesmo dedicarmos esse tempo àqueles que normalmente esquecemos. Talvez até, nós mesmos. É, se pensar assim, é de endoidecer, a gente, que é sã. Mas, não nos preocupemos muito por que o sol, já vem.... Sem esquecermos é claro que:

"Tem gente que está do mesmo lado que você, mas deveria estar do lado de lá. Tem gente que machuca os outros, tem gente que não sabe amar..."

E se o sol nasce para todos, não significa que para todos ele brilhará da mesma forma. Enquanto eu estou aqui, tenho uma casa, uma família, o que comer e o que vestir, muitos... do lado de lá, pouco têm o que vestir, o que comer, aonde morar e, sem êxito deveríamos trazê-los para o lado de cá. Entretanto, tem gente que não vê assim. Tem gente que machuca os outros e a maioria esquece o que é amar. Amar ao próximo.

"Tem gente enganando a gente. Veja a nossa vida como está."

Deixa que eu te ajudo, mas em troca pode me dar isso ou aquilo. Eu posso te amar sim, se você dividir sua fortuna comigo. Eu posso ser seu amigo, mas só por que você tem o vídeo-game da hora. Honestidade x Interesse. Essa briga eu morro e ainda não descubro quem a venceu. E ainda saio desse mundo lhe dizendo: 'Veja a nossa vida como está'.

"Mas eu sei que um dia a gente aprende. Se você quiser alguém em quem confiar. Confie em si mesmo. Quem acredita sempre alcança."

Ainda vamos perder tantas coisas na vida. Vamos perder um amigo em que achávamos que poderíamos confiar. Alguém que dizia nos amar e não amava de verdade. Ainda vamos votar em alguém que acreditávamos poder salvar esse tal de mundo e vamos no decepcionar. Por que querendo ou não, o nosso mundo somente nós mesmos podemos mudar. E se quisermos alguém em quem confiar, para qualquer mínima coisa na vida é em nós mesmos. Porque somente quanto acreditarmos em nossa própria força de vontade é que alcançaremos todos nossos objetivos. E é claro que o nosso sol vai voltar amanhã! Só esperar. "Espera que o sol já vem".

"Nunca deixe que lhe digam que não vale a pena acreditar no sonho que se têm. Ou que os seus planos nunca vão dar certo. Ou que você nunca vai ser alguém."

Dessa escuridão eu já vi o pior. O que mais temos é pessoas contra nosso crescimento do que a favor dos nossos sonhos. Quem não sonha, quem não tem objetivos jamais vai apoiar qualquer coisa que você queira fazer. Simplesmente por não saber o que é ser alguém. O que é sonhar, acreditar e ter planos. Pessoas que não apóiam, são pessoas sem fé, sem esperança e essas pessoas sim, que nunca serão alguém.

"Confie em si mesmo, quem acredita SEMPRE ALCANÇA".

Viva sem prender-se a opinião dos outros. Sendo ela para seu, assim dito: bem ou mal. Ninguém sabe o que você pensa, que forças você têm, talvez mal conheçam a si mesmos, como podem dizer que você não é capaz? Ou julgar o que é bom para você?
A única diferença que existe entre a opinião de algumas pessoas e a sua, são as diferentes experiências de vida que vocês têm. Independente de qualquer explicação racional. Nunca deixe ninguém dizer que você não é capaz. Se você acreditar, você vai alcançar e é claro que o seu sol vai voltar e brilhar amanhã.

GEDIEL, Camila. Girassol. 2010.

domingo, 11 de julho de 2010

Adeus Amigo.


"Adeus amigo" foi tudo que eu pensei quando tive de despedir-me do meu fiel companheiro. Sempre ao meu lado, sempre me motivando e colorindo os meus dias mais cinzentos.

Sozinho, cidade grande, poucos amigos, sem muito saber o que fazer. Queria algo que me fizesse sentir vivo, que me animasse que estivesse sempre ao meu lado nos bons e maus momentos. Alguém que tivesse só a mim, que me fosse verdadeiro e que jamais me abandonaria.

Foi então que recebi de presente o meu Fiel Companheiro. Carreguei sua memória de músicas. Fiz da utilidade dele minha necessidade. Dei a ele seu próprio sentido e, sem saber, o motivei a fazer o mesmo por mim.

Estávamos sempre juntos, todos os dias. Sempre que eu procurava por ele, ele estava ali, totalmente disposto a mim. Íamos ao trabalho, andávamos de ônibus, de carro, até mesmo na faculdade e na van estávamos juntos. Inseparáveis.

Era incrível o seu dom de lidar com a minha imaginação, me motivava quando eu mais precisava de um empurrão. Trazia-me sorrisos, levava-me ao passado, trazia-me lembranças gostosas e sempre fazia sentir-me alguém melhor, com esperanças de uma vida melhor. E em troca, diferente de muitos amigos, ele somente me pedia para alimentá-lo, pelo menos uma vez a cada dia, pois por estar sempre ao meu lado se consumia muito.

E nem para isso ele reclamava, simplesmente parava e eu já sabia tudo que ele desejava. E, com ele aprendi que um silêncio vale mais que mil palavras.

Recordo-me com saudades, dias antes de ter de me despedir dele, quando voltava de van da faculdade. Sua música vibrava em meus ouvidos, uma combinação da luz da lua, com as luzes das ruas e os faróis de carro passando. Isso tudo me trazia uma paz inigualável, que me fazia contar as horas para poder estar ao lado do meu amigo de novo.

Mas, como tudo na vida tem um tempo certo para durar, eu tive de despedir-me. Por um descuido perdi meu amigo, não tive coragem de salvá-lo, e mesmo que tivesse o salvo ele nunca mais seria o mesmo. Exitei. Pensei em tudo que havia vivido ao lado dele, agradeci e dispedi-me. Enquanto o vi partir só pude-lhe dizer: 'Adeus amigo!'

GEDIEL, Camila. Adeus Amigo. 2010

Voltado ao que chamamos de materialismo, “Adeus Amigo” sai do próprio contexto material e conta uma história de amizade e companheirismo. Dedicado à Vítor Binsfeld em 10 de Julho de 2010.