segunda-feira, 26 de julho de 2010

Me teletransporta




O que é a incerteza?
É a dor de ver partir e não saber se vai voltar? É a dor do gostar e não saber se haverá retorno desse sentimento? É a dor da ausência sem saber se há outro sentindo também? Ou, é o que faz aumentar um sentimento? De qualquer forma, a incerteza é uma ausência de resposta, uma ausência de retorno, uma carência de algo que se queria ter e não se têm.

Quanto mais incertos, mas tentamos acertar. Chega a ser irônico não é mesmo, mas às vezes tentando acertar nós erramos e então matematicamente a incerteza é elevada ao quadrado(Incerteza²).

Por que não fazer do amor uma equação matemática? Até mesmo Arnaldo Jabor já deu essa idéia: Eu linda + Você inteligente = Dois apaixonados. Se fosse assim tão fácil, não teria tanta graça. Pois todo o ser humano tem a necessidade daquilo que lhe é impossível. Quanto maior a dificuldade em se ter, maior o desejo de se realizar. Levante a mão quem achar que eu estou errada.

Obrigada!

Todos sentem falta de alguém, sentimos a necessidade de ter alguém a quem se possa abraçar sem aviso prévio, alguém para se encher de beijos e carinhos sem culpas. Alguém com quem partilhar os risos e as diversões. Sentimos falta de entregarmo-nos e a um abraço quente, um beijo bom, um ronronar que nos faça sentir arrepio, que nos tele-transporte.

Saudade é muito do que se sente. Saudade de ter o que é bom. E nada é melhor do que ter alguém ao lado. Para acarinhar e receber, para chorar e enxugar, para emocionar-se e apaixonar-se. Alguém, simplesmente alguém que seja bom, que goste de estar ao nosso lado, do jeito que for. Alguém que sinta nossa falta, que nos ligue só para desejar-nos boa noite. Alguém que nos deixe um bilhete com 3 palavras em cima de nossa mesa numa situação inesperada.

Enfim, saudade de alguém que nos dê certeza e que nos faça deixar de nos sentirmos incertos na certeza do querer.

GEDIEL, Camila. Me teletransporta. 2010.

sábado, 24 de julho de 2010

A única exceção



"...but you are the only exception!"
"Eu tenho um controle apertado sobre a realidade, mas não posso deixar o que está aqui diante de mim. Eu sei que vais embora pela manhã, quando acordar. Deixe-me alguma prova de que isso não foi um sonho..."

Para os amantes de Paramore, essa é uma parte da música, "Você é a única exceção". Emo? Talvez, eu digo sincera. Sinceramente apaixonada.

Quantos amores você já teve na sua vida, quantos você disse que seriam a única exceção? Alguns falarão um só, outros falarão: "Bá, é verdade.". E eu lhes digo, quando você encontrarem a verdadeira e única exceção, vocês a identificarão no primeiro olhar. Talvez demorem a perceber, mas com certeza lembrar-se-ão do dia em que seus olhos se encontraram pela primeira vez.

Eu aprendi uma coisa sobre o amor nesses poucos 22 anos de vida. O mais interessante de tudo que eu descobri e percebi sobre os amores verdadeiros é: quão mais difíceis eles são no começo, quão mais cheios de regras, cálculos e equações sem sentido, mas forte esse sentimento será. Ficará cada vez mais forte e difícil de quebrar.

Os casais de sucesso que eu conheci até hoje, todas tiveram um começo conturbado e estão vivendo incrivelmente bem hoje. Já aqueles que eu conheci que tiveram começos cheios de amor, sem brigas, sem dúvidas, hoje só tem histórias a contar do tempo que estiveram juntos.

E eu percebi que, se começar "errado", no final sempre dá certo. Ou seja, se você está iniciando um relacionamento e ele está um pouco complicado, há algumas discussões, alguns confrontos de temperamentos e vidas diferentes, pode ter certeza que depois que vocês se conhecerem mesmo, qualquer mínima coisa será tão mais fácil de resolver e o companheirismo transbordará quando o outro disser 'Amor, me deixa só hoje?".

Normalmente quando se começa um relacionamento e ele é todo perfeitinho e a pessoa demora a mostrar quem é o seu verdadeiro eu, pronto: Terminará em breve. Por quê? Simplesmente porque você nunca foi desde o começo quem você realmente é, você tentou vender uma imagem que não existia e conquistou o outro não por quem você realmente é, mas sim por quem você fingia ser.

Ok, me apedrejem, mas parem pra pensar se não é verdade?
Pode ser que os relacionamentos que começam conturbados nem dêm continuidade, mas se derem, certamente serão intensos e eternizados. E os relacionamentos que começam cheios de frufru, normalmente nunca vão muito longe. A não ser que a pessoa não finja. Mas infelizmente a maioria finge, mas finge pelo bem, bem da conquista. Contudo, não pensam nas consequências futuras.

Eu mesma posso afirmar isso, pelas minhas experiências de vida. Todos meus namoros começaram cheios de firula e o outro sempre fingindo ser quem não era realmente e depois com o tempo eu vi aquilo que eu não queria acreditar que era verdade. Decepção!

Mas quem disse que entregar-se a alguém é fácil né? Nunca depende só de nós, depende do outro também. A gente cria expectativas que nem sempre são superadas e é aí que tudo começa. Bom mesmo é conhecer antes, conviver antes. Para termos certeza do que teremos depois.

Continuo a defender minha tese de que frufru é tudo balela. Bom mesmo é ser quem você é. Como vai querer eternizar uma coisa que não é verdadeira. A própria vida nos ensina diariamente que tudo que não é verdadeiro logo se acaba.

Então, por mais que você denomine seu relacionamento com um sonho, torça para que ele seja sua realidade também. Não alimente idéias e sentimentos que existem só na sua cabeça. Acredite no que vê, se entregue ao que o outro faz você sentir e o mais importante de tudo: Seja você mesmo! Não vá embora na manhã seguinte fazendo que com alguém pense que aquilo apenas foi um sonho de uma noite qualquer. E entenda essa última frase, como você quiser.

GEDIEL, Camila. A única exceção. 2010.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

É demais.




Queria ser um pouco mais mulher, um pouco mais madura. Queria ser mais decidida e não ser tão passional. Queria saber usar a razão e deixar de ser coração mole. Até por que só hoje que eu fui aprender que por mais que eu tenha feito tudo só seguindo meu coração, eu vejo o quanto ele me faz sofrer. Contudo, não defendo a razão, mas queria saber usá-la também.

Queria deixar de ser tão risonha às vezes. Queria não ser tão ingênua e ver as pessoas fazendo mau uso da minha ingenuidade. Queria saber ser adulta, mas é praticamente impossível matar a criança que existe dentro de mim.

Tem dias que eu me amo, exatamente como eu sou. Mas com o passar dos dias e das novas responsabilidades que a vida me entrega eu vejo o quanto eu queria ter uns anos a mais de experiência nas minhas costas.

Erro muito também por priorizar e valorizar demais pessoas que nem sequer lembram-se de mim. Esse é o pior de todos meus pecados. E, ultimamente tenho tentado adotar a frase 'Não trate com prioridade quem te trata como opção', mas é difícil conseguir mudar o meu coração. Não consigo ser ruim, não consigo ser difícil, não consigo maltratar, judiar, ignorar. Se eu gosto, é por gostar. Eu trato todos em igualdade, claro que uns com mais carinho e outros com menos, mas sempre tento ser carinhosa e gentil a todos. O que nem sempre é correspondido, mas pelo menos faço minha parte.

Sempre fui de fazer o bem, de não mentir, não brincar ou brigar com ninguém. Mas é difícil encontrar pessoas hoje em dia que sejam assim, ou tenham pelo menos um pouco disso. Ninguém pensa mais no próximo, pensam somente em si mesmos. Muitos ficam dizendo 'eu também sou assim, coração mole...', mas com a convivência a gente acaba percebendo que a definição de coração mole do outro não bem a correta, pelo menos não como eu defino correta.

Peco muito em amar demais, dedicar-me demais. E muito já ouvi até mesmo de ex namorados a seguinte frase: 'mi, tu é boa demais, tu não pode ser assim'. Mas e eu penso: Porque maldição as pessoas tem que ser maltratadas para aprenderem a dar valor ao que têm de bom? Aquele velha história do 'quer saber o valor de uma pessoa? pense em perdê-la.'

Os dias passam e mantêm-se intactos, as pessoas envelhecem a cada segundo. Uma vida só, para tentar fazer tudo do jeito certo, com amor e sinceridade. E ainda assim termos de ser, praticamente, obrigados a sermos injustos, deixarmos de priorizar o amor e a sinceridade.

Desculpe-me, mas prefiro viver sozinha do que entregar-me a um mundo desse. E doa o quanto me doer, vou continuar assim, até que eu encontre quem seja sincero e ame, bem como o amor deve ser amado.

E se for para sofrer, que seja sofrendo do jeito que eu acho correto.
Porque mesmo sofrendo, eu terei a consciência limpa em saber que fiz o que pra mim sempre foi o certo.

GEDIEL, Camila. É demais. 2010.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Fora de contexto




Então ta né, já que é pra falar de contrato. Por que não falar do Casamento? Ok, droga! O acesso ao blog caiu 89%, obrigada mulheres que ainda ficaram por aqui, mas tolos foram os homens que não se aventuraram até o fim.

Pra variar, eu do contra de novo! Ah! Nem pense em me criticar e dizer que eu fujo da regra 'Mulherzinha' de ser, não sou feminista, odeio machistas eu sou mesmo é realista. E ousem me acusar quem quiser, esse blog é uma exposição total de idéias e aqui vai mais uma, esta porém sobre o bendito CASAMENTO!

Até eu me arrepiei agora.

Ter alguém ao lado é bom? É, é ótimo se há reciprocidade, sentimento e respeito. Agora se existe só interesse, me desculpe, mas troca a ficha, vira o disco e joga esse 'serzinho' fora minha filha a não ser que a tua idéia seja só curtição.

A melhor parte em um relaciomento a dois, digo de amor, é o companheirismo e o respeito, é a base, é o que sustenta, é o que mantém. Contudo as pessoas sempre descontentes do que tem e movidas pelo interesse sempre achando uma nomenclatura para um tempo de relacionamento e sentimento. Começa com o namorado, vai pro noivado depois o (aiai) casamento.

Ok, eu confesso! Acho lindaaaa a cerimônia, morro de chorar ver aqueles dois pombos apaixonados num altar. COISAMAISLINDADOMUNDO! Porém, minha idéia é diferente. Pra variar, desculpe! Acho que vou até mudar o título do blog de "Café com Chantily" para "Nada comum". Péssimo né? Um dia eu acerto o nome. Bom, voltando...

Eu idealizo uma cerimônia sim, como toda boa mulher. A minha não exige papel, nem regras, nem nada. Apenas a família, um cara bacana pra ler o Corintíos 13 e tudo isso ao som do mar, com um Jack Johnson ao fundo tocando "Angel", ou Oasis com um Wonderwall, também ficaria perfeito. Isso a beira-mar, num pôr do sol de verão, numa ilha linda, aquela coisa de cinema, só para ter fotos e dizer: Eu tive uma cerimônia lindíssima!
Viajei né? É, mas é do meu feitio.

Mas voltando, eu nunca fui de impor um rótulo. Rotular parece tão comum. Como pegar uma caixa de dobradura e por um nome, dar um valor, inserir umas regras e só deixá-la fazer aquilo que está descrito ali. Não! Dá licença, nada moderno, tô fora disso!

Pra que casar, pra que separação de bens ou não? Pra que assinar um papel? "Ah, é bonito, é a lei". Me poupe a lei. Bonito é mostrar que se gosta e não assinar uma folha de papel e acabar com tudo.

Pareço uma frustadinha? Eu sei. Se eu sou assim sem casar, imagina se um dia eu chegasse a cometer a loucura de assinar um papel desses?

Minha concepção é diferente. Se se está bem, se se está feliz, se se sente completo, se a pessoa é boa com você, te cuida, te protege, te ama, te dá valor, faz tudo. Ouça um bom conselho de uma jovem com um pouco de juízo. Não case! Não assine papéis.

O verdadeiro elo do sentimento se faz dentro do coração de cada um e da reciprocidade com que se têm um ao outro. Quantos casais deixam de se amar depois que casam, que assinam um papelzinho qualquer? Até parece uma maldição isso. Tem casais de sucesso, tem, com certeza!

Mas a maioria, e digo isso infelizmente, me perdoem as mulheres. Mas a maioria dos casamentos terminam por que as mulheres, sim AS MULHERES (odeio afirmar isso), deixam subir a cabeça o fato de ter assinado um contrato que diz: "Meu marido, minha esposa". E fazem das vidas reais prisões a céu aberto.

Acabou o lazer, acabou a roda de chop com os amigos, acabou o futebol na sexta, o churrasco na quinta ou sábado. Parece que eu escuto aquela velha frase: "Agora tu tá casado, é um homem de família, do trabalho pra casa por favor!".

Ah, mas espera aí um pouco. O cara casou com a mãe ou com a antiga namorada ou noiva? Por que às vezes eu nem entendo. Parece que assinar um contrato de casamento vira uma substituição de mãe. A mulher, desculpa. A esposa, que mandar! MANDAR! Isso mesmo.
Aiai, eu de novo. Mandar, desculpe repetir, mas me dá nos nervos! Desde quando quem ama manda? Desde quando quem ama maltrata? Desde quando quem ama não deixa o outro viver? Desde quando quem ama não prioriza a liberdade, sua e do próximo?

Eu só posso ter batido com a cabeça quando eu era pequena então. Minha concepção é diferente de tudo isso. Não penso em casamento a não ser para ter um álbum de fotos com a pessoa que eu amo, minha família, melhores amigos e com o Oasis ou Jack Johnson. Aiii, imagina! Ok, recompondo-me!

A união, independente de qual quer que ela seja: ficar, namorar, noivar, casar. Qualquer, ela necessita de respeito. Quando eu digo respeito eu me refiro à: Fidelidade, em primeiro lugar. Depois a liberdade. A liberdade engloba dizer desde um "SIM' quando o seu amado liga e diz: "Amor, hoje eu to querendo ficar sozinho. Um tempo pra mim, podemos deixar para nos ver amanhã ou depois?" até um "Amor, seguinte. Tô indo bater uma bolinha com o pessoal do trabalho, vou chegar tarde hoje tá?".

Complicado dizer sim? Não, é muito simples. Quando se respeita.
"Ah, mas ele pode tá mentindo! Imagina só, se vai ser verdade, homem é tudo igual". Bom, se nem sequer confia na pessoa quando ela pede pra ficar sozinha, será que é amor mesmo?

Eu tenho os meus fundamentos. Sempre respeitei a liberdade, sempre fui compreensiva, sempre fui atenciosa, sempre tentei ajudar a fazer a pessoa não ser só feliz ao meu lado. Mas também consigo mesma ao meu lado. Nunca proibi de nada, quem sou eu pra proibir alguém de alguma coisa nessa vida? Tudo mundo é livre, pra fazer o que quiser.

Mas voltando, o que eu mais desgosto no ser humano é a necessidade que ele tem de rabiscar num papel para tentar representar algo que não se calcula, que não se estima, que não se vende, que não se engana. E eu em refiro a sentimento. Amor e querer bem.

Desculpe a todos as mulheres que leram isso. Mas repensem bem. Vocês preferem um relacionamento bom e agradável sem um rabisco no papel, ou um rabisco? Por que, querendo ou não. Esse tipo de coisa, sempre sobe a cabeça! E faz com que a pessoa se sinta proprietária da outra.

Mas espera aí, aonde diz que se pode comprar algumas sementes de amor e plantar no coração fértil do outro? Em lugar algum né? Então!

Pense apenas em ser feliz. Seja diferente. Não faça igual a todo mundo. Não fique rabiscando seu amor por aí. Ame de coração e não numa simples folha de papel.


GEDIEL, Camila. Fora de contexto. 2010.

Assine aqui, por favor.




O lado ruim de ser 'Gente Grande' é que a gente perde um pouco o gosto pelo sonhar. Eu tento não perder isso com todas as minhas forças, mas hoje, depois de uma certa idade a gente não pensa mais em ser Piloto de Avião ou ser Oceanóloga. Não temos mais tempo para pensar tanto, quem dera sonhar. Ser 'Gente Grande' nos obriga a realizar.

Temos que ter uma profissão, aprender a controlar o dinheiro para mais tarde termos uma casa, um bom carro e poder dar uma boa educação aos futuros filhos. A quem ensinaremos o que melhor sabemos sobre a infância, que é unicamente poder sonhar e acreditar no, assim dito, impossível. Ter um filho a certa altura da vida é uma ótima oportunidade de poder voltar a ser criança.

Voltamos a lembrar do Coelho da páscoa, do Papai Noel e até mesmo daquela adorável moçinha, uma tal de Fada do Dente. Tem tantas coisas boas em ser criança. Quem me dera poder viver pra sempre com 6 anos de idade. Ter um fôlego invejável, uma criatividade que admira qualquer um, um encanto que faz sorri muitas pessoas e um jeito que enche de amor qualquer coração.

Como é bom não ter que preocupar-se em acordar cedo. Ter de vestir roupas mais sociais, passar uma maquiagem no rosto, pegar as chaves do carro e enfrentar um longo engarrafamento. Ficar 8 horas trabalhando com aquilo que descobrimos mais tarde que gostamos, mesmo não sendo ser Piloto de Avião. Então depois das 8 horas, chegar em casa exausto tendo fôlego somente para tomar um belo banho e jogar-se na cama.

E o encanto aonde fica? E o sonhar aonde está?

É então que a gente descobre que ser 'Gente Grande' nem é tão bom assim. Nos deitarmos e mal temos tempo para sonhar e o encanto esconde-se atrás da esperança que se chama saudade de ser criança e desejar mais do que tudo a esse posto voltar.

Despreocupar-se é tudo que queremos às vezes. Ser 'Gente Grande' tem muitas cláusulas em letras minúsculas que a gente mal identifica quando assina o contrato do 'Quero ser adulto'.

O contrato do 'Quero ser adulto' vigora a partir do momento que nos formamos no Segundo Grau. Nesse momento nós já perdemos o contato com muitos amigos. Mas depois vêm benefícios maiores com a Faculdade, temos oportunidades de conhecer pessoas de todas as idades, depois a Formatura de novo, pra separar todo mundo. Tem o emprego, a profissão e aí começa as verdadeiras responsabilidades.

É em cima dos estudos que construímos nosso diferencial no lado profissional e é o profissional que nós dá a base de toda a vida que somos obrigados a planejar. Uma casa, um carro, um bom marido, filhos. Tudo com seu devido custo mensal. Preocupações, solicitações para todos os santos para que os dias comessem a ter mais de 24 horas e apelos para que alguns determinados dias passem o mais rápido possível. E é aí que chegamos na realidade.

É uma delicia ser criança. Feliz é todo o ser humano que aproveitou seus primeiros 14 anos de vida. Pois os próximos serão totalmente dedicados a preocupações e não mais diversões. Chega a ser injusto isso, mas é a vida.

Gostaria de saber mesmo quem é o carinha que ordenou que a vida fosse assim. Lá vou eu citar Chalie Chaplin de novo, mas ele foi um gênio quando disse que a vida poderia começar do contrário. Um pouco sem sentido se formos aprofundar, mas perfeitamente possível se quiséssemos apostar.

Já tentei rasgar meu contrato, já tentei por fogo nele, já pisoteei, já fiz de tudo e não adianta. Ele não se desfaz, é mais forte que qualquer elemento. Contudo, temos de aceitar e aprender a sempre guardar as lembranças e mesmo na maior de todas as correrias e responsabilidades do dia-a-dia jamais deixar de acreditar que dentro de nós sempre haverá uma criança esperando a doce oportunidade de cirandar.

GEDIEL, Camila. Assine aqui por favor. 2010.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Sórrir




Já dizia Charlie Chaplin: "Um dia sem riso, é um dia desperdiçado". Então só tenho a enobrecer-me pois eu acordo sorrindo, por ter tido a chance de abrir os olhos em mais um novo dia. Passo o dia sorrindo, rindo de tudo, me divertindo com qualquer coisa, simplesmente por ter a chance de conviver com pessoas incríveis. Ando no ônibus sorrindo sozinha, lembrando-me de bons e inesquecíveis momentos. Durmo sonhando, torcendo apenas para acordar amanhã e poder sorrir como em todos os demais dias.

Agradeço sempre a Deus. Apesar de que a minha definição de 'sempre', não é bem sempre, se é que me entende. Às vezes sou um pouco descrente, mas quem nunca falha, não é mesmo? Eu mais convoco a Deus quando tenho a lhe agradecer, do que quando algo de ruim me acontece. Se aconteceu algo ruim, foi puro descuido meu e não culpa de Deus ou castigo do mesmo. Então, eu só abaixo a cabeça, busco uma solução e na resolução dela eu digo: 'Obrigada Deus, por manter-me forte sempre! E principalmente, por ter me feito uma nobre sonhadora de coração limpo".

É, eu tento. Você já tentou? Quando tropeçares novamente na rua, não exclame, apenas ria da sua desatenção. Afinal, com certeza você deveria estar pensando em algo muito bom ou mega mirabolante para deixar-se desatento a ponto de seus pés errarem o compasso. É humano, quem nunca tropeçou na vida? Agora eu lhe pergunto novamente: Quantos que tropeçam e caem na gargalhada? E quantos tropeçam e exclamam ou ficam fazendo-se de loucos negando a sua falha. Fingindo como quem diz: 'Alguém andou tropeçando. Veja só que desatento, ainda bem que não foi eu...'.

Eu sou daquela que cai no chão e cai na risada, é óbvio. Afinal, como diz meu amigo: "Aposto que se para sorrir tu pagasse imposto tu não riria tanto". E eu só penso, graças a Deus esse privilégio eu posso ter e ser só meu e nada tenho a pagar por isso.

Louca, talvez? O que você considera loucura eu chamo de saber viver. Às vezes nos preocupamos com coisas tão banais. Meras futilidades momentâneas: hoje fazem o maior dos sentidos, mas amanhã já são passado. E porque, me diz por que preocupar-se tanto? Sorria, afinal o sorriso revigora a alma. Se sorrir fosse ruim não nos sentiríamos tão bem esbanjando uma bela e grande gargalhada.

Ah! Mas é tão fiasquento, pra que rir tão alto? E eu lhes digo, quão maior o tom do riso, maior o tamanho da felicidade ou alegria que faz encher nosso coração.

Me considere o que quiseres. Eu me defino como uma criança, feliz para sempre!

GEDIEL, Camila. Sórrir. 2010

Coisa de mulherzinha




Eu nunca sonhei em ser Comissária de Bordo, eu sempre sonhava um dia poder pilotar um avião. Nunca senti vontade de ser professora, mas sempre quis abrir uma escola para os mais necessitados. Nunca fui muito fã de jogar vôlei, eu gostava mesmo era de chutar as canelas no futebol. Às vezes eu tentava brincar de boneca, mas resolvia sair atrás do meu irmão empurrando um caminhãozinho.

Nunca fui do tipo de me apaixonar. Minha mãe brincava comigo a respeito de namorados e eu dava de ombros. Eu trocava toda a qualquer brincadeira com a Barbie por um belo vídeo-game de lutinha. Sempre assim, sempre o oposto. Sempre preferi as coisas que eram aparentemente mais difíceis e aquelas que me eram, feministamente, proibidas.

Muito minha mãe brigava comigo quando eu era pequena por sempre viver no meio da gurizada. Éramos eu, meu irmão, meus primos e alguns amigos da vizinhança. Sempre fui contra as gurias, elas eram muito cheias de firulas, nunca vi! Caiam um tombo e sangravam, pronto era um ‘berril’ só. Não tinha quem suportasse, ou àquelas que nunca corriam por que iriam descabelar as madeixas! Ah! Me polpe, eu pouco tinha paciência para isso. Eu queria era viver mesmo.

Queria saber o que era cair um tombo de verdade, jogando um belo e cansativo futebol. Queria saber por que os meninos mancavam quando voltavam do campo de futebol e foi aí que eu descobri o que eram as famosas 'rosetas'. Eu queria brincar de carrinho, por que a gente viaja, sonhava em estar em outro lugar. Eu... sempre sonhadora!

Brincar de boneca era tão maçante. Ficávamos ali fingindo ser mamães sem ao menos sabermos trocar uma fralda. Sempre fui contra tudo isso, apesar de ceder às vezes. Talvez seja por isso que eu sou tão auto-suficiente. Claro, que eu confesso muitas vezes entregar-me a brincar de boneca num dia de chuva e que meu irmão estivesse doente, mas eram raras às vezes.

Adorava andar de carrinho de lomba e me estrebuchar no chão, sem chorar é claro, porque chorar era coisa de mulherzinha. E vendo tudo isso, tudo que eu tentei fazer diferente na minha vida desde a infância que eu vejo o porquê eu sou tão forte para tantas coisas. Sempre fui assim, de desafiar a vida, de desafiar o certo, de desafiar a mim mesma.

E sabe qual a melhor parte disso tudo? Saber que sou capaz. E que, principalmente, deixo de ser apenas mais uma.

GEDIEL, Camila. Coisa de mulherzinha. 2010.

domingo, 18 de julho de 2010

Girassol



"Mas é claro que o sol, vai voltar amanhã. Mais uma vez eu sei..."

Já olhou para o sol alguma vez e viu ele como esperança? Como uma dádiva? Como um presente de seja lá quem for? Aposto que raros! "O sol nasce para todos", já diz a famosa frase. Mas por que nós estamos tendo o privilégio de vê-lo nascer novamente? Simplesmente por que temos a oportunidade de fazer as coisas serem melhores mais uma vez... eu sei.

"Escuridão já vi pior, de endoidecer gente sã. Espera que o sol já vem..."

Escuridão, chuva, o dia cinza é somente para ficarmos em casa repensando sobre algumas coisas ou até mesmo dedicarmos esse tempo àqueles que normalmente esquecemos. Talvez até, nós mesmos. É, se pensar assim, é de endoidecer, a gente, que é sã. Mas, não nos preocupemos muito por que o sol, já vem.... Sem esquecermos é claro que:

"Tem gente que está do mesmo lado que você, mas deveria estar do lado de lá. Tem gente que machuca os outros, tem gente que não sabe amar..."

E se o sol nasce para todos, não significa que para todos ele brilhará da mesma forma. Enquanto eu estou aqui, tenho uma casa, uma família, o que comer e o que vestir, muitos... do lado de lá, pouco têm o que vestir, o que comer, aonde morar e, sem êxito deveríamos trazê-los para o lado de cá. Entretanto, tem gente que não vê assim. Tem gente que machuca os outros e a maioria esquece o que é amar. Amar ao próximo.

"Tem gente enganando a gente. Veja a nossa vida como está."

Deixa que eu te ajudo, mas em troca pode me dar isso ou aquilo. Eu posso te amar sim, se você dividir sua fortuna comigo. Eu posso ser seu amigo, mas só por que você tem o vídeo-game da hora. Honestidade x Interesse. Essa briga eu morro e ainda não descubro quem a venceu. E ainda saio desse mundo lhe dizendo: 'Veja a nossa vida como está'.

"Mas eu sei que um dia a gente aprende. Se você quiser alguém em quem confiar. Confie em si mesmo. Quem acredita sempre alcança."

Ainda vamos perder tantas coisas na vida. Vamos perder um amigo em que achávamos que poderíamos confiar. Alguém que dizia nos amar e não amava de verdade. Ainda vamos votar em alguém que acreditávamos poder salvar esse tal de mundo e vamos no decepcionar. Por que querendo ou não, o nosso mundo somente nós mesmos podemos mudar. E se quisermos alguém em quem confiar, para qualquer mínima coisa na vida é em nós mesmos. Porque somente quanto acreditarmos em nossa própria força de vontade é que alcançaremos todos nossos objetivos. E é claro que o nosso sol vai voltar amanhã! Só esperar. "Espera que o sol já vem".

"Nunca deixe que lhe digam que não vale a pena acreditar no sonho que se têm. Ou que os seus planos nunca vão dar certo. Ou que você nunca vai ser alguém."

Dessa escuridão eu já vi o pior. O que mais temos é pessoas contra nosso crescimento do que a favor dos nossos sonhos. Quem não sonha, quem não tem objetivos jamais vai apoiar qualquer coisa que você queira fazer. Simplesmente por não saber o que é ser alguém. O que é sonhar, acreditar e ter planos. Pessoas que não apóiam, são pessoas sem fé, sem esperança e essas pessoas sim, que nunca serão alguém.

"Confie em si mesmo, quem acredita SEMPRE ALCANÇA".

Viva sem prender-se a opinião dos outros. Sendo ela para seu, assim dito: bem ou mal. Ninguém sabe o que você pensa, que forças você têm, talvez mal conheçam a si mesmos, como podem dizer que você não é capaz? Ou julgar o que é bom para você?
A única diferença que existe entre a opinião de algumas pessoas e a sua, são as diferentes experiências de vida que vocês têm. Independente de qualquer explicação racional. Nunca deixe ninguém dizer que você não é capaz. Se você acreditar, você vai alcançar e é claro que o seu sol vai voltar e brilhar amanhã.

GEDIEL, Camila. Girassol. 2010.

domingo, 11 de julho de 2010

Adeus Amigo.


"Adeus amigo" foi tudo que eu pensei quando tive de despedir-me do meu fiel companheiro. Sempre ao meu lado, sempre me motivando e colorindo os meus dias mais cinzentos.

Sozinho, cidade grande, poucos amigos, sem muito saber o que fazer. Queria algo que me fizesse sentir vivo, que me animasse que estivesse sempre ao meu lado nos bons e maus momentos. Alguém que tivesse só a mim, que me fosse verdadeiro e que jamais me abandonaria.

Foi então que recebi de presente o meu Fiel Companheiro. Carreguei sua memória de músicas. Fiz da utilidade dele minha necessidade. Dei a ele seu próprio sentido e, sem saber, o motivei a fazer o mesmo por mim.

Estávamos sempre juntos, todos os dias. Sempre que eu procurava por ele, ele estava ali, totalmente disposto a mim. Íamos ao trabalho, andávamos de ônibus, de carro, até mesmo na faculdade e na van estávamos juntos. Inseparáveis.

Era incrível o seu dom de lidar com a minha imaginação, me motivava quando eu mais precisava de um empurrão. Trazia-me sorrisos, levava-me ao passado, trazia-me lembranças gostosas e sempre fazia sentir-me alguém melhor, com esperanças de uma vida melhor. E em troca, diferente de muitos amigos, ele somente me pedia para alimentá-lo, pelo menos uma vez a cada dia, pois por estar sempre ao meu lado se consumia muito.

E nem para isso ele reclamava, simplesmente parava e eu já sabia tudo que ele desejava. E, com ele aprendi que um silêncio vale mais que mil palavras.

Recordo-me com saudades, dias antes de ter de me despedir dele, quando voltava de van da faculdade. Sua música vibrava em meus ouvidos, uma combinação da luz da lua, com as luzes das ruas e os faróis de carro passando. Isso tudo me trazia uma paz inigualável, que me fazia contar as horas para poder estar ao lado do meu amigo de novo.

Mas, como tudo na vida tem um tempo certo para durar, eu tive de despedir-me. Por um descuido perdi meu amigo, não tive coragem de salvá-lo, e mesmo que tivesse o salvo ele nunca mais seria o mesmo. Exitei. Pensei em tudo que havia vivido ao lado dele, agradeci e dispedi-me. Enquanto o vi partir só pude-lhe dizer: 'Adeus amigo!'

GEDIEL, Camila. Adeus Amigo. 2010

Voltado ao que chamamos de materialismo, “Adeus Amigo” sai do próprio contexto material e conta uma história de amizade e companheirismo. Dedicado à Vítor Binsfeld em 10 de Julho de 2010.

O Dia


A vida é uma só. Os dias são únicos e não estão nem aí para nós, tampouco se os aproveitamos bem ou mal. Eles são totalmente auto-suficientes.

O dia transforma sua felicidade em sol, seu cansaço em lua, sua tristeza em céu nublado, ou chuva.

O dia simplesmente passa e não se importa com ninguém. Se alguém precisa que ele andasse um pouco mais rápido ou mais devagar, ele não esta nem aí. Ele apenas realiza a obrigação dele: oferece-nos mais uma oportunidade de fazer as coisas valerem a pena.

Se o dia virá chuva, é por saber que muitos não o aproveitaram como deveriam. Se o dia virá sol, é por estar feliz e por saber que muitos o fizeram sentir-se especial ou, ele está dando uma nova chance a alguém.

Agora me responda: Tem algo que alivie a alma mais do que abrir a janela do quarto e apreciar um céu limpo e um sol radiante? Não né? Isso traz uma esperança, uma vontade de fazer o dia valer a pena. Vontade de fazermos coisas das quais esquecemos ou deixamos para trás tudo ao mesmo tempo só para termos a lembrança de um belo dia de realizações e mais tarde poder dizer: “Nossa, aquele dia estava perfeito”.

É por isso que muitas vezes, antes de pensar em entregar-me a solidão ou a tristeza eu penso: 'Poxa, eu tenho só essa vida para fazer tudo que eu quiser, provar todos os gostos que eu tiver oportunidade, conhecer todos os lugares lindos que a natureza criou, conhecer pessoas de todos os gêneros e aprender muito com elas. E por que vou perder meu tempo entregando-me a ficar em casa, ou sentar-me em um canto e chorar?'

Penso nisso muitas vezes, mas é difícil conseguir não entregar-se a uma panela de brigadeiro quentinho e deixar rolar as lágrimas. Contudo, eu tenho aprendido a sempre pensar nisso antes de entregar-me a qualquer tipo de sentimento. Às vezes eu esqueço e erro (entregando-me de olhos lacrimejantes à panela de brigadeiro), mas mesmo errando nunca entristeço cem por cento.

O erro é puro auto-conhecimento e sabedoria. Sempre aprendemos mais com os tropeços do que com os andares perfeitos.

Em suma, a vida é uma só. Única e nossa. Só nossa. Nós mesmos que temos que pensar e saber o que é bom e nos entregarmos a viver isso. Temos apenas essa vida, até onde sabemos, para fazer tudo que desejamos. Então me diga por que você está aí parado lendo esse texto?

Desligue o computador. Não olhe tevê. Leia jornais, leia livros. A leitura abre a mente e traz cultura, conhecimento. A leitura é o mais nobre meio de transporte para nossos pensamentos mais profundos, para nossa imaginação.

O nosso livro está aberto e se auto-redigindo a cada segundo. Os dias são responsáveis por cada página e os anos por todos os capítulos. Temos uma só chance de fazermos o nosso livro ser um sucesso. E a nossa chance é essa: Viver!

GEDIEL, Camila. O Dia. 2010

sábado, 10 de julho de 2010

Lençol


Imensidão. Azul claro, azul escuro.
Um branco puro, na espuma de teus lábios.

A onda que beija seu próprio mar, que aquece sua própria terra.
Que faz alargar sorrisos em faces gentis.
Que traz paz finita a quem a aprecia.

Um mar que faz da lua irmã gêmea, um reflexo.
Um piano de notas simples. Dó.
Um mar que infinita um mundo, infinita uma diversidade.
Um mar que esconde vidas.
Coisas tão belas que mal se acredita que sejam verdades.

Uma lua, um olhar.
Um reflexo sobre as ondas de um lençol chamado mar.

GEDIEL, Camila. Lençol. 2010.
(Escrito em: 16/04/2010)

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Erro Certo

A melhor de todas as coisas no amor é que a gente sempre aprende algo amando. Acho que de todos os sentimentos o amor é a base. Temos a saudade, a felicidade, a tristeza, a insegurança e se formos pensar racionalmente, o amor realmente é à base de tudo. Seja o amor próprio ou o amor pelo próximo.

O amor tem um poder que é indescritível, mas totalmente perceptivo. Por exemplo, todos nos sabemos que quando queremos alguém perto da gente a gente faz de tudo para agradar. Desde um simples bom dia com maior dedicação até um sofisticado boa noite com um singelo beijo na testa ou até mesmo um afagar-se no peito e envolver-se num abraço antes de dormir. O suspiro que finaliza o abraço é como dizer: ‘Eu te amo’.

Sabe, é complicado falar de amor, mas é incrível como as palavras saem naturalmente desenrolando-se como um fio qualquer. Quando a gente ama, vira prisioneiro. O pensamento fica 80% do tempo (na maioria das vezes) concentrado naquele que nos arranca suspiros.

Eu aprendi que o amor é basicamente a união de duas pessoas que se gostam em IGUALDADE. Claro, que eu estou afirmando algo óbvio. Mas tão óbvio quanto isso que eu acabei de escrever é a nossa própria ilusão quando acreditamos que O-FULANO lá nos ama também. Sempre achamos justificativas para acreditar naquilo que melhor nos convém.

Por exemplo: Ele não me ligou ontem porque teve um dia difícil, ele não me respondeu o e-mail hoje porque na correria do dia acabou esquecendo, ele não me respondeu a mensagem que eu mandei porque leu e acabou distraindo-se com outra atividade e esqueceu. Ele lembra de outras pessoas com maior prioridade do que eu, pois sabe que não deve abandonar os amigos.

Doce, que doce é a ilusão de quem ama sozinho. Na verdade inventamos desculpas para amenizar a dor que é saber que ele não ligou simplesmente porque não sentiu falta ou vontade. Que ele não respondeu o e-mail, não pela correria, mas sim porque não tinha absolutamente nada sincero a te dizer. Ele não respondeu a mensagem porque simplesmente leu a sua e apagou, ou simplesmente apagou sem ler e não por distração com outra atividade. Ele lembra de outras pessoas e esquece de você não porque você disse que ele não deve deixar os amigos, mas sim porque você deixou de ser prioridade.

Doeu? Dói, eu sei que dói a verdade. A dor é a maior companheira de quem ama. Existem alguns que dizem que quem ama não sofre, mas eu digo que sofre sim. Sofremos até encontrar alguém que nos ame na devida proporção que amamos também. E aí então recebemos embrulhada a Felicidade Verdadeira como brinde. Incrível não?

"Eu pensava em ligar pra ele..." e então meu telefone tocou, era ele me ligando pra dizer que sentiu saudade. "Pensei em mandar um mensagem lembrando o quão importante ele é na minha vida" e então no mesmo instante que cliquei no 'Enviar', o celular vibra com uma mensagem. "Transmimento de pensação" como muitos dizem? Talvez, eu defino amor, reciprocidade!

Como é bom, como é incrivelmente bom ter alguém para amar e fazer com que o outro sinta-se bem ao teu lado. Como é bom poder ser companheiro, para a indiada que seja. Como é bom poder sair correndo e pular no colo de quem se ama. Como é bom beijar sem contar o tempo, abraçar e sentir-se protegido. Como é bom chegar com o rosto próximo ao 'cangote', dar aquela vulga fungada e apoiar-se nos ombros e dizer simplesmente 'Eu te amo...".

É bom amar.

Amar é ter alguém pra dividir. Dividir mais felicidades do que tristezas, pois sempre poupamos quem amamos do sofrimento. Sempre queremos fazer o bem e o certo.

Trair? Nem pensar. Quando se ama mesmo a necessidade de outras pessoas é de zero por cento! Se houve uma necessidade, reconsidere seus pensamentos sobre o amor.

Sempre que eu amei alguém eu fiz de tudo, fazia até demais. Sempre procurei dar os melhores presentes, colocando sempre um toque meu. Sempre surpreendi com as menores coisas que fossem. Sempre fui companheira, sempre respeitei, nunca trai. Sempre fui carinhosa, atenciosa, amorosa. Sempre mostrei-me prestativa e disposta a toda e qualquer coisa que fosse necessária. Nunca tive luxo ou exigia algo. A simplicidade é uma qualidade rara.

Em suma, mais uma vez aprimorei-me ao tentar dedicar-me novamente e perceber que ,infelizmente, mais uma vez meu sentimento pelo próximo é maior do que o dele por mim. Mais uma busca sem sucesso, mais um tiro no escuro. Mais uma vez que se acerta o erro.

GEDIEL, Camila. Erro Certo. 2010.

Ilusão de Segunda-feira

Que vontade de amar. Sem freio, sem erros, sem ar. Que vontade de abraçar, beijar, sussurrar, dormir junto, separar, acarinhar, cafungar, ronronar, brincar, perder-se, entregar-se, render-se.

Que vontade de fazer da cama moradia, do lençol o simples céu. Que vontade fazer do teu corpo fogueira, abrigar-me no teu encaixe dos teus ombros, afundar-me em teu peito. Abraçar-te feito criança e esquecer-me de que amanhã é segunda-feira.

Que vontade de adormecer ao teu lado, acordar e ver que o sonho só alimenta a minha realidade. Que vontade de agradecer por ter-te ao meu lado e poder abraçar-te sem freios e dizer-te o quão especial que te fazes em minha vida. Que vontade de dizer-te que de todo o meu coração és dono e que, mais ainda, tenho todo o amor e compreensão do mundo a partilhar contigo.

Quero tornar meu sorriso o motivo do alargar de teus lábios. Quero fazer dos meus braços teus abraços, dos teus beijos meu amores, dos meus cheiros, teus sabores. Quero fazer de teu corpo meu manto, de tuas mãos minha coragem, teu carinho meu refúgio e quero fazer de teus medos, meras bobagens.

Quero proteger-te do escuro e de toda e qualquer coisa que possa roubar o sorriso do teu rosto. Quero abraçar-te quando tiveres inseguro e usar de minhas mãos para enxugar tuas lágrimas. Quero com um beijo te trazer esperança. Quero fazer de ti amor. Provar-te o quão bom é um amor sincero, quero dedicar-te meu coração, fidelidade e respeito. Quero te provar que o silêncio é a melhor de todas as lições de vida.

Quero poder continuar a deitar-me pensando em ti e acordar-me com teus beijos e carinhos. Quero poder agradecer a Deus todos os dias, por permitir-me sonhar, já que desse sonho não acordar.

GEDIEL, Camila. Ilusão de Segunda-feira. 2010.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Voe

Há pouco tempo parei a refletir sobre um trecho da música do Rappin Hood e Caetano Veloso que diz assim: "...quem dera eu poder voar como um passarinho, poder voltar ao tempo em que eu era um menino...'.

Se pararmos para pensar há somente duas coisas na vida, pelo menos na minha, que nos fazem voltar a ser criança. São elas:
1. Sentir-se criança, propriamente.
2. Amar.

Sentir-se criança é simplesmente fazer tudo, absolutamente tudo que dá vontade, o corpo pede e a mente deseja, por uma simples questão de livre arbítrio. Sentir-se criança é não preocupar-se com o que vão pensar de você e sim preocupar-se somente com o quanto você se sentirá bem em fazer algo.

Seja dançar num ritmo descompassado, seja gritar, tomar banho de chuva e sair correndo rua a fora cantando em plenos 40 anos de idade. Seja ser pego no colo pela sua nora e ser rodopiada e depois ao pousar no chão tomar um belo tapa no traseiro e ouvir um 'E aí Tchutchuca, curtiu?'.

Enfim, sentir-se criança é fazer qualquer coisa que hoje ao olharmos para trás julgamos infantil, absurdo ou até mesmo idiota. A idade, o tempo, a maturidade só estraga muitos corações. Estraga na mesma medida em que os enriquece também.

Pegue um dia sua avó ou sua mãe e vá andar de bicicleta com ela no parque, ensine-a a andar de patins. Deixe-a cair no chão e rir ao lembrar-se do quão bom é sentir-se jovem mesmo com algumas limitações da sua própria idade. Sorrir é ser criança o tempo todo. Ser criança é basicamente ser feliz sem pensar sobre o que os outros (perdem seu tempo) pensam de você.

Faça careta, dance num ritmo frenético, pule do nada, de um beijo no rosto de quem está com a cara feia, complemente com um abraço e diga 'Dá um sorrisinho pra mim, dá?'. Será impossível não ver um sorriso alargando-se em resposta.

Tente mudar sua rotina uma vez na vida. Seja até mesmo pegando uma corda e pulando 5 minutos. Além de fazer bem para ser corpo, com certeza fará com que a sua mente volte no passado e traga lembranças das quais você nem recordava mais. E, certamente você fechará os olhos e lembrará de tantas coisas boas que vai pensar: 'Como é bom ser criança!'.

Mas, continuando minha defesa sobre sentir-se criança. Quando estamos dispostos a amar, gostar de alguém, também é impossível não sentir-se criança.

A pureza do amor vem à flor da pele, queremos fazer tudo certo, mesmo errando. A gente tropeça ao caminhar ao lado da pessoa de tanto pensar nela (mesmo estando ao lado dela) e essa situação muitas vezes vira motivo de diversão.

Gaguejamos feito criança nas vezes em que necessitamos abrir o coração. Criamos feições, frases, revivemos vozes de quando éramos mais novos. Fazemos gestos e expressões infantis para encantar ao outro. Porque ser criança é ser encantador.

Uma criança suja de sorvete é linda. Uma criança com a cara cheia de tinta é linda. Uma criança cheia de terra é linda. Por quê? Simplesmente por que em meio a tanta bagunça e despreocupação uma criança consegue com um único sorriso trazer uma felicidade que é capaz de curar qualquer coisa.

Pode notar que, geralmente quando é lançada alguma campanha para melhorar o mundo ou qualquer coisa assim, desse gênero, sempre é usada a imagem de uma criança. Por quê? Simplesmente por que a criança representa o futuro e o amor. Ou seja, o motivo pelo qual devemos ser bons hoje, para no futuro termos espelhos ainda melhores.

Para ultimar, sentir-se criança é simplesmente não ver limite, nem preconceito para nada do que se deseje fazer. Amar é simplesmente sentir-se criança ao ponto de querer fechar os olhos, abrir as asas e voar como um passarinho.

GEDIEL, Camila. Voe. 2010.