domingo, 28 de novembro de 2010

Fim, Final de Semana

Hoje à tarde quando sai do banho tive a certeza que as melhores coisas da vida custam menos que qualquer outra coisa. Sai do banho, sequei meu corpo e cabelo, coloquei um vestidinho que mais parece um pijama, o mais confortável de todos, por sinal, fui pra frente do espelho e tirei o restante da maquiagem borrada enquanto ria de minhas próprias caretas na frente do espelho.

Idiotice? Não! Isso é saber feliz com as pequenas coisas da vida. E tem uma frase que Friedrich Nietzsche diz que traduz bem isso: "Aqueles que dançavam foram considerados loucos pelos que não podiam ouvir a música". A pura realidade, traduzida em simples palavras.

É tão bom deitar na nossa própria cama puxar um livro e começar a ler ou, ligar a televisão e assistir nosso programa favorito e saber que não temos mais nada para fazer o resto do dia, senão ficarmos com nós mesmos. Divertindo-nos na nossa própria companhia e nos conhecendo mais do que qualquer outra pessoa.

Que bom o barulho da chuva, o friozinho que entra pelas vidraças e saber que nossos pés estão quentinhos no final do cobertor em cima da cama. Saber que hoje é sábado ou domingo e que nossa tarefa número 1 é apenas descansarmos e fazermos tudo que gostamos simplesmente porque só temos uma tarefa.

Amanhã é segunda-feira e temos que mostrar pro mundo a nossa importância, temos que fazer a diferença entre tantos outros, temos que mostrar quem nós somos, nos dedicar. E canse-se o quanto quiser de segunda a sexta, afinal daqui a pouco vem o Sábado e o Domingo e então é só puxar aquele pijaminha e se jogar na sala com uma panela de brigadeiro e no fim... final de semana.


GEDIEL, Camila. Fim, Final de Semana. 2010.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Ei, Garanhão

E mal sabem eles sobre nós, mulheres. "Entender uma mulher? Impossível". E, não é ser feminista, mas somos muito mais inteligentes que vocês, homens. Adoro, simplesmente, ouvir meus amigos, homens quaisquer com quem eu convido, dizer: "Bá, ontem sai com uma mina e “tentiei”, “tentiei”, até que peguei e levei pra casa e matei". Ótimo, parabéns, garanhão! Deve ter sido uma trova excelente mesmo, por que senão tu jamais teria levado-a.

E homem é bicho triste mesmo. O pensamento de soberania é apenas mais um atributo que os define. Eles sempre acham que ficaram com uma mina pela trova e não, não é por isso. É sim porque nós, mulheres, estávamos dispostas a fazer aquilo de qualquer jeito, com ou sem trova. E o melhor de tudo é que adoramos ver vocês inventando mentirinhas e nos dizendo que somos o amor de suas vidas, achando que cairemos nessa mais uma vez! Fala sério!

Se toda mulher caísse nessa, teríamos o mundo aos nossos pés (óbvio que essa frase tem exageros). Mulher beija porque quer, passa a noite com você por que quer. Porque por algum motivo, egoísta ou simplesmente por gostar de você mesmo, era exatamente aquilo que ela queria naquela noite.

Me desculpem mas, se homem não é bicho santo, mulher consegue ser menos ainda. Esse texto não é pessoal, nem direcionado a certas mulheres, ele é um simples exagero, um resumo do que acontece sempre: Homens se achando os trovadores e elas, as mulheres, fazendo simplesmente aquilo que realmente queriam.

Agora preparem-se pois o feminismo vai pegar: Mulher não beija só porque você tem uma 'pegada' boa, mas sim porque você tem algo que lhe chamou a atenção em diferencial. Mulher não dorme com você porque você prometeu que iria casar com ela, ou porque você disse que ela é a mulher mais fantástica do mundo, mas dorme com você simplesmente porque precisava, sentia necessidade de ter um companheiro junto dela naquela noite. E, meus parabéns, Trovador. Você foi contemplado.

É difícil quem acredite no amor entre duas pessoas ainda hoje em dia. Como isso já se tornou uma raridade, quase que uma agulha no palheiro, a moda agora é amor próprio. Fazer o que se quer, na hora que se deseja, simplesmente porque aquela é a nossa maior vontade no momento.

E, só para passar a régua. Homens, aprendam que mulher faz porque quer. Assim como ela nega de todas as formas quando não quer. Mulheres, não adianta mostrarmos soberania, eles, os homens, sempre acharão que o charme deles e a lábia mal falada foi o resgate da noite, mas a certeza está em nós mesmas que só permitimos porque era nossa vontade.

Resolvi escrever esse texto, pois hoje foi um dia que eu percebi muito disso entre amigos e amigas. Eles contando uns para os outros as novidades do final de semana, falando a frase clássica: "Trovei bem trovadinho e levei..." e elas "Ai, eu tava afim, não dá nada...".

A vida, um relacionamento. Clássicos da realidade de todos nós. O problema sempre é o egocentrismo. Cada um vê apenas o seu lado, mas às vezes é bacana virarmos a moeda. Homem faz é garanhão, mulher faz é galinha. E agora eu lhe pergunto: O que nos diferencia?

Ok. Vire a moeda!

GEDIEL, Camila. Ei, Garanhão. 2010.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Máquina do Tempo

É praticamente uma máquina do tempo. Digo, muitas coisas são praticamente uma máquina do tempo, assim como nosso próprio pensamento. É um cheiro, que nos leva a uma lembrança lá da infância. É um gosto, que nos tele transporta até os nossos 3 anos de idade quando comemos nossa primeira colher de areia na mais pura inocência. É a sensação, que nos leva de volta até o dia em que ganhamos nosso primeiro beijo na boca. É um dia no calendário, dia 12, por exemplo, que nos leva ao dia em que nos apaixonamos de verdade pela primeira vez.

Porque escrever isso? Sei lá, simplesmente porque hoje e, muitas outras vezes antes, eu ouvi uma música que me lembrava as minhas primeiras festas. Vi fotos de uns amigos que me levaram a lembrar do quanto nós nos divertíamos juntos. E o mais incrível de tudo isso que existem lembranças que conseguem nos fazer fechar os olhos e faz com que consigamos nos sentir como se estivéssemos naquele exato momento sentido o gosto, o frio na pele, a adrenalina no corpo, escutando a música em tom claro nos ouvidos e sentindo um sabor inigualável que tem uma lembrança que nunca fora esquecida.

Que saudade dos tempos de molecagem. Que saudade da minha elasticidade e da minha incansável disposição. Não que eu esteja velha, não mesmo, longe disso. Porém, meus joelhos já não me acompanham tão bem quanto antigamente. Saudade de tanta coisa que às vezes nós nos obrigamos a abrir o nosso livro da vida, voltar algumas páginas e reler e relembrar os velhos e bons momentos.

Se viver já é bom, recordar é ainda melhor. Relembrar é uma palavra simples, um verbo, que serve somente para expressar o quanto àquela memória que temos foi tão boa é impossível de apagar. Ou vai dizer que você não tem coisas que lembra com maior facilidade e outras com mais dificuldade? Ai ai. E, pobre daquelas que a gente nunca lembra. A única coisa, acredito eu, que faz um momento tornar-se memorável é o simples fato de ter sido especial e ter nos feito sentir algum tipo de emoção, sensação, que acabamos definindo como incomparável.

Certo ou errado, todo o ser humano normalmente lembra do primeiro tombo, a primeira nota alta, a primeira nota baixa, a brincadeira favorita, aquele amor platônico da escola, a cor favorita, o primeiro beijo, o primeiro fora, o primeiro sapato dos seus sonhos, o primeiro carrinho de lomba. Enfim, tudo que foi e, será, o primeiro ou foi e, será, o último sempre tem um gosto um pouco mais apimentado por ser a primeira sensação e, mais ainda, por ser a saudade da mesma. Tudo que é bom nós sempre repetimos, porém quando deixa de acontecer vira saudade, sempre.

Enfim, eu parei para pensar o quão burro nos somos querendo uma máquina do tempo quanto sequer pensamos que temos uma ao nosso dispor 24 horas por dia. Ok, concordo com o que você esta pensando exatamente agora: Essa máquina do tempo que tu descreves, Camila, não nos dá a chance de voltar atrás e corrigir um erro, ou de reviver com maior intensidade um último momento. E eu concordo, claro que não dá mesmo, mas me diga, porque isso seria necessário? Digo: voltar ao tempo e refazer algo, ou intensificar? Bom mesmo é aprender com a vida, independente de errar ou acertar, o que for para ser, sempre será.

Desligue a parte da sua mente que está na vida real, entre na sua máquina do tempo, feche os olhos e se tele transporte. Depois, se quiser, pode me contar o quanto valeu a pena!

GEDIEL, Camila. Máquina do Tempo. 2010.

sábado, 20 de novembro de 2010

Sem Fórmula

Qual o preço que nós pagamos por um erro? O desperdício de uma última chance para acertar? Talvez. Ninguém nunca sabe qual é a fórmula certa para nada. Penso nisso quase que o tempo todo, antes de pensar em fazer muitas coisas, pois há outras tantas que faço no impulso, totalmente sem pensar. Errado? Não sei, era minha vontade... fui lá e fiz mesmo!

Quem vai pagar por cada erro? Eu! Quem vai brindar a cada vitória? Eu também. Então porque preocupar-se tanto não é mesmo. Sabemos das consequências quase sempre antes de tomarmos muitas atitudes. Difícil é ter a fórmula certa.

Álgebra é batata perto do 'Se eu fizer isso, acontece isso, mas isso também pode, e isso eu não posso deixar acontecer', meu Deus! Faltou espaço na calculadora para calcular os possíveis resultados de tal atitude.

Mas a vida é assim mesmo. Há pouco tempo ouvi aquela frase, ou melhor, li: Tentar e errar, mas não desistir de tentar. E é incrível como essa é a mais pura realidade. Tudo bem, feche os olhos se não quiser acreditar, mas eu a confirmo com: A persistência é o que leva a perfeição. Tudo bem, tudo bem! Parei por aqui com 'frases prontas', como diz meu pai.

A verdade é que é isso mesmo, nunca temos certeza sobre nada, assim como o nada tampouco tem certeza sobre a gente. Tudo é inconstante, é inesperado. E convenhamos, é isso que faz a vida ser mais excitante.

Você rouba um beijo da garota dos seus sonhos e esperava uma bela bofetada no rosto, quando ela em resposta rouba outro beijo de você. Você, sem fé, aposta na loteria e surpreendentemente ganha. Ok. É uma rara possibilidade e, ladroagem ou não, alguém sempre leva a grana toda. Você manda currículo para a empresa dos seus sonhos, faz a entrevista e tem certeza de que não lhe vão chamar, quando toca, repentinamente seu telefone e você é imediatamente contratado.

O gosto, a espera, a delicia do incerto, do inesperado, da dúvida. De tudo aquilo que não podemos ver, mas que podemos imaginar sem que ninguém perceba. E como a gente sonha e idealiza tudo. E, convenhamos mais uma vez: Certo ou errado, como é bom imaginar, melhor ainda é realizar.

GEDIEL, Camila. Sem Fórmula. 2010.

Escrito em 18 de Novembro de 2010.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Bem me quer, mal me quer

Mudar nosso eu e nossas atitudes poderia ser tão fácil quanto mudar a cor do batom, ou o estilo de se vestir. Quem dera! Se fosse assim, todos nós seríamos perfeitos!

Sempre, desde os tempos mais antigos, o julgar sem o conhecer existe e como, como mesmo, isso faz mal. Mal àquele que é julgado e àquele que julga depois de descobrir que se está errado.

Posso dizer isso por eu mesma. Fui criada em meio aos meus primos, amigos e irmão, todos homens. Cresci jogando futebol, vídeo-game, andando de carrinho de lomba, entre outras coisas que só os meninos costumam fazer(O que, convenhamos, é um tremendo machismo, ou feminismo, dependendo do ponto de vista). Minha mãe não gostava muito, mas desde pequena eu sempre soube, mesmo sendo menina, como manter o respeito e a amizade entre os meninos.

E foi continuando assim, na escola tinha mais amigos que amigas. Até a época em que se comecei a pensar nos namoradinhos. Aí então houve um afastamento considerável dos meninos. Pois, por crescer junto deles, ouví-los falando de tudo e sobre tudo, acabava sempre me encantando por um ou por outro. E assim foi por alguns anos, até que descobri que as amigas meninas não eram fiéis, não eram sinceras, tampouco raras eram as que eram honestas e leais.

Neste momento então relembrei o quão bom era meu tempo de amizade com os meninos, não havia insegurança, nem desconfiança, tampouco havia rumores ou falsidade. É triste até dizer, mas é incrível como mulher é falsa entre amigas, enquanto já não posso dizer o mesmo dos homens. E, acredito, amizade entre homem e mulher existe sim e é incrível a quão recíproca a mesma é.

Assim foi e assim é até hoje, meus melhores amigos... Sim, são homens. Até hoje eu me descabelo de vontade de sair jogando futebol com eles, porque as meninas não jogam tão bem quanto eles e brigam muito, não sabem levar o jogo ao pé do esporte, levam o jogo ao pé da beleza, da disputa e isso, não faz muito meu estilo, por mais feminina que eu seja, sempre consegui manter o bom senso.

Mas hoje em dia, o que mais me magoa é a maldade que as pessoas têm em suas mentes. Isso, sem dúvida, é algo que machuca e muito. Não posso sequer ficar conversando com um amigo por horas e de risos com ele, devido a nossas conversas divertidas, ou qualquer que seja o motivo do riso, que para aos olhos de muitos já estou me 'fresquiando' para esse amigo.

Depois de certa idade nós temos de aprender que não é fácil ser sempre do mesmo jeitinho, a vida nos obriga a amadurecer e enrijecer. Faz perdermos a inocência de infância, colocando no lugar a malícia da vida adulta e como, sinceramente, como isso me deixa infeliz.

É difícil hoje em dia quem acredite em amizade entre homem e mulher sem ver a maldade e, mais uma vez, infelizmente, eu, assim como muitas outras por aí, sofremos pelo menos motivo: a falta de inocência, o excesso de maldade de muitos que não sabem olhar para o próximo sem condenação.

Um problema que existe hoje, em todo o mundo, é saber que a cada segundo que passa as pessoas perdem mais e mais o respeito entre si, principalmente a inocência e a pureza que faz as relações serem construídas. Mais uma vez não temos o que fazer a não ser dizer: 'Hei, eu não sou assim, enxergue minha essência e não minha aparência'.

Todo o ser humano é muito mais do que qualquer olhar possa vê. E é por isso que cada vez eu tenho mais certeza de que só os animais têm o dom de enxergar a essência de cada pessoa, pois esse dom foge aos olhos de quase todos os seres humanos.

Confiar hoje em dia é digno de medalha, pois até isso se perdeu em muitas relações. E, porque? Por que o ser humano está cada vez mais neurótico achando explicação para toda e qualquer atitude do outro, a caráter de julgamento. Parece que julgar o próximo é modinha. E essa, infelizmente pegou!

Enfim, mudar nosso ‘eu interior’, como aprendemos nas aulas de filosofia, não é tão simples quanto trocar o par de sapatos, nem quanto trocar o atual estilo de vestir-se, tampouco, como mencionei antes, trocar a cor do batom.

A essência não se muda, se constrói, mas cabe a cada um saber como construí-la para o bem ou mal. Pense nisso.

GEDIEL, Camila. Bem me quer, mal me quer. 2010.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Ao Vento

São as lembranças de tudo que passou, que hoje são apenas lembranças de um nada que ficou para trás. Tudo e nada, de um pouco de nada eu tenho tudo e de tudo que tenho, nada importa.

Uma confusão sem conflito. Um perder-se em um único caminho. Um dispersar-se sem dispersão. Uma vírgula, um ponto, uma exclamação. Na linha reta eu ando em curva, em meio as curvas mantenho-me imóvel, pois o perder-se deixa de ser confuso.

Em um múltiplo de pensamentos, totalizado um só pensar. Em meio a mil palavras, tento montar frases, enquanto tudo que a minha mente quer na verdade é cantar. Um canto qualquer me disponho a tagarelar, sem um timbre bom, sem entonação alguma, deixei de ser um andorinha faz tempo e deste então tampouco me lembro como rimar.

Não é para ter sentido tudo isso mesmo, é só um livre arbitro, uma vontade única de deixar a mente rolar. Enquanto os dedos se movem traduzindo os pensamentos, tudo que se passa na minha mente é em como finalizar esse texto, ou melhor... Arrematar!

Ninguém disse que era fácil escrever, tampouco é fácil ter paciência para ler, uma loucura, uma bagunça de palavras misturadas que iniciaram com um propósito que por sinal, acabou de se perder. Não é para ter sentido algum mesmo, é somente para que muitos possam perceber o quão é fácil chamar a atenção de alguém com algumas meias palavras em um texto sem propósito em que poucos, eu diria 'raros', irão entender.

GEDIEL, Camila. Ao Vento. 2010.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

O Meu Desenho

E isso para mim, se chama amor. E isso para mim, se chama saudade. E isso que eu não tenho mais, se chama vontade. São sentimentos meus, como eu lhes referencio, se chama liberdade.

Tento procurar no verso dos teus beijos, a poesia. Lembro, como se fosse hoje, da noite em que em teus braços, enquanto tentava dormir, ouvia o timbre suave da tua voz a ler uma ou duas páginas de um livro para encantar-me. Não era o melhor texto do mundo em minha opinião, mas para ti, certamente algo significava, ou se nada significava, naquele dia passou a significar para mim.

Não era um verso qualquer, não eram simples letras, palavras e frases com um propósito ao final da sua segunda folha. Era sim, a suavidade da tua voz em minha mente, o calor do teu corpo me servindo de manto, o abrigo do teu perfume me servindo de aconchego. Aquela leitura, nada mais era do que um dos meus momentos de maior felicidade, na simplicidade de um texto, na bondade de um gesto, no carinho de uma atenção, na tradução simples, de algumas meias palavras.

Inspiração tão grande não foi a que incentivou àqueles fogos de artifício. Inspiração foste tu, és tu, para cada linha deste texto mal contado, deste avesso de palavras, deste mal passado presente. Um emaranhado dos momentos mais incríveis da minha vida eu tive, não com aquele com quem achei que amava mais que tudo, mas sim com aquele que eu amei, não no coração de verdade, mas sim porque simplesmente me fizeste repensar o que é o amor.

Perdida, sem traços te desenho, nas curvas do meu pensamento eu te desabotôo, no trajeto dos meus desejos eu te contorno, de meus maiores sonhos, eu te necessito, de minha esperança te faço nuvem e no meu coração, pensando em ti, desenho um arco-íris.

GEDIEL, Camila. O Meu Desenho. 2010.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Um Texto Comum

O que mais dói é gostar de alguém, gostar de estar do lado dessa pessoa e saber que ela não sente o mesmo por você. Saber não, ter certeza de que ela realmente não sente o mesmo por você. É triste e machuca muito. Você está ali, feliz por estar ao lado daquela pessoa, mas não consegue mover uma palha para demonstrar essa felicidade, simplesmente por ter medo de se machucar ao não receber o mesmo carinho de volta.

É tão bom ter alguém ao nosso lado, ter um ombro para dormir. Alguém para desejar o primeiro bom dia ao acordar e principalmente para abraçar, beijar e amar até cansar.

Infelizmente hoje em dia o acesso às pessoas está cada vez mais fácil, é muito fácil o cara ter várias garotas e as garotas terem vários caras. Parece que o sentimentalismo, o amor e todas as demais coisas não existem mais. Os homens principalmente deixam de se relacionar seriamente porque têm uma diversidade de mulheres dando sopa por aí e que sequer preocupam-se com seus pudores. Parece que o que os faz feliz de verdade é ter uma calculadora para ficar somando quantas garotas ele 'pegou' na noite.

Nunca fui do tipo de me envolver com alguém sem que sequer eu tivesse uma admiração por essa pessoa. Penso que a qualidade é muito mais importante do que os números e o resultado da calculadora no final da noite. Não acho que príncipes encantados estejam em festas nas sextas e sábados a noite. Não acredito que o cara que gosta de você realmente vai te induzir a uma noite com ele. Eu acredito no respeito.

Tudo bem que muitas vezes façamos coisas porque é a nossa vontade no momento, mas sempre temos de ponderar com o respeito. Limitar-se. Por mais que saibamos que a pessoa poderá a vir nos julgar de forma mal intencionada, mas pelo menos temos a certeza de que agimos 'erroneamente certo'. Não existe uma fórmula certa. Seguir o coração nem sempre tem o mesmo caminho, mas com certeza não existem arrependimentos.

Pense antes de fazer. Ame-se. Não fique por aí nas noites somando quantas garotinhas você pegou, mas dedique-se a conhecer aquela que será o X da sua equação matemática, aquela que te falta para fazer sentir-se o melhor do mundo. E, quase sempre essa pessoa está ao nosso lado e sequer sabemos. É a frase mais comum, mas: Pense em perdê-la.


GEDIEL, Camila. Um Texto Comum. 2010.
Escrito em 07 de Novembro de 2010.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Se Chama Destino




É sempre difícil assumir para nós mesmos que estamos errados em algumas circunstâncias da vida. São praticamente inaceitáveis os conselhos da vovó ou do bisavô sobre algumas coisas da vida, como principalmente aquele bom e velho: "meu filho, tens de pensar no teu futuro, o amor um dia vem".

E vêm mesmo. Amanhã ou na terça-feira. Às vezes na quarta-feira, mas daqui há três meses. Ou depois de um ou mais anos numa bela e inesquecível sexta-feira. Após um dia chuvoso, seu guarda-chuva quebra, você está voltando do trabalho cheia de cadernos e papéis importantes e de repente seu guarda-chuva voa, enquanto o destino ri ironicamente de você que fica possuída com a situação, quando no inesperado chega um jovem e bem apessoado rapaz, lhe oferece ajuda e um abrigo pequeno, mas caloroso e gentil abaixo do seu guarda-chuva. De imediato pensamos: "pura sorte, certamente ele vai me deixar no próximo lugar seco que encontrarmos e me desejará boa viagem". Então é exatamente nesse ponto que o destino se joga no chão e dá gargalhada por perceber que nós fez criar defesas até mesmo contra nosso príncipe encantado.

E, mais uma vez somos surpreendidas ao ser convidada para tomar um café num lugar mais acolhedor, como aquela cafeteria que apareceu do nada no meio da avenida, cuja qual antes jamais havíamos percebido que exitira. Ele pede uma toalha ao garçom, oferece para te ajudar com as roupas molhadas, lhe alcança seu abrigo e pede um delicioso chocolate quente com chantily e 2 pedras de chocolate ao fundo e você pensa: "Certo que quando aquele guarda-chuva filho da mãe quebrou ele bateu na minha cabeça e eu estou passando por sérias dificuldades cerebrais e isso é um sonho. COMO ELE ACERTOU MINHA BEBIDA QUENTE FAVORITA?"

3 sílabas: DES-TI-NO. Às melhores coisas da nossa vida acontecem nos momentos em que menos acreditemos nelas ou que sequer almejamos algo, por termos cansado de sonhar, imaginar e decepcionar-se. E é incrível como isso é extremamente real. Tudo tem uma hora certa, um segundo preciso e o lugar ideal, que por incrível que pareça também, é o lugar em que menos esperávamos ver um cavalo branco relinchando e dizendo: 'Hei, é por ali que ele foi?'. E nos perguntamos 'Ele quem? Será que eu estou doida um cavalo falando. ', e então nossa guarda-chuva quebra.

Certamente esse tipo de coisa, típica de cinema, acontece raras vezes. E por ser raras vez, são únicas para cada pessoa, um momento único, uma pessoa incrível e que por mais louco que pareça deu certo e foi eternizado.

Simplesmente por ser incomum, simplesmente por ser na hora certa, no lugar certo, quando estávamos prontos para nós mesmos e principalmente quando estávamos de coração limpo e sabíamos a medida exata para amar ao outro, sem sequer pensar em esquecer de amarmos a nós mesmos.

GEDIEL, Camila. Se Chama Destino. 2010.

Escrito em 14 de Outubro de 2010.