terça-feira, 24 de maio de 2011

Sua História de Ninar




E quando a Srta. Responsabilidade resolve bater de vez na sua porta. Eis a pergunta: o que fazer?

Bom, confesso que antes dos meus 17~18 anos meu maior sonho era conhecer a Srta. Responsabilidade, hoje aos meus 23, jovens e inocentes, anos de vida tudo que eu mais desejo é que a Srta. Responsabilidade tire uma folga de mim. Meu deus, que bichinha mais grudenta!

Quer saber a melhor parte da infância, eu lhe digo. É não ter responsabilidade com nada, a não ser de acordar um pouco mais cedo para assistir aquele seu desenho favorito. Ser criança é tão fácil e mesmo assim, esses pequenos seres humanos ainda conseguem se queixar de suas vidas quando a amiga não veio na sua casa na hora marcada, ou porque o bolo de chocolate que ela tanto esperava comer no café na tarde a mamãe, enquanto tomava um chá com a Srta. Responsabilidade na lavanderia, deixou o bolo passar do ponto e torrar.

Certo meu bebezinho, então você fazia aquele beiço e ficava furiosa com a vida e com seus planos que nunca davam certo. Sonhava com as visitas da Fada do Dente à noite para conseguir juntar uns 50 reais para comparar o novo lançamento da Barbie sem ter que pedir dinheiro para a mamãe, ou sem ter que incomodá-la no super mercado pela milésima vez só porque você deseja a boneca mais cobiçada de qualquer criança com 5~6 anos de idade.

Ai! Só de pensar em ser criança eu já até cansei. Que vida difícil mesmo. Ainda ter que ir deitar às 8 horas da noite e ouvir aquela historinha maravilhosa de ninar, que por sinal é sempre a mesma, a nossa favorita.

Então a gente cresce, dia-a-dia, indignados com o fato de que tudo dá errado. Papai disse que chegou tarde e cansado do trabalho e não pode me levar na praçinha. Que injustiça, o que eu tenho com isso? Deve pensar a inocente criança, então nesse momento a mamãe nos chama para a mesa, pois o jantar está servido.

Crescemos assim, achando que somos incompreendidos, que a nossa vida é difícil. Na adolescência ninguém nos entende porque choramos quando o garoto mais gato da escola não nos da bola e ainda nos criticam quando nos apaixonamos e namoramos com o mais 'meia boca' em beleza.

Afinal, quando é que as coisas vão ficar fáceis na vida? Tô pra te dizer, caro leitor que até hoje eu me pergunto isso e eu tenho apenas 23 anos. Não me sinto mal com isso, pois vejo alguns de 40, 50, 60 anos se perguntando a mesma coisa, mas o engraçado é que ao responderem eles sorriem sempre. Confesso, não entendo por que!

Oba! Formada no 2º grau, é hora de dar uma direção na vida, buscar um trabalho. Droga de vida, quando é que as coisas começam a ficar fáceis? Ah! Óbvio, quando vem o primeiro salário, é claro. Ele popularmente é chamado de independência, por mínimo que seja.

E essa tal Srta. Independência, olha.. tô pra te dizer novamente. Eita “Senhorina” mais patricinha - falando popularmente. Tudo tem um preço e sempre pede do bom e do melhor. O tênis do ano que tanto sonhávamos e só ganhávamos no Natal, agora ficou ainda mais distante, porque temos outras contas para pagar.

E o tempo vai passando, os Natais vão deixando seus votos de renovação e então enquanto os tênis novos ficam surrados pelo tempo, somos apresentados a Sra. Realidade.

Olha que pessoinha mais pra baixo ein. Ela parece praticamente um retrato de Monalisa, felicidade e tristeza em um único retrato. Feliz quando tudo da certo, quando sobra salário no final do mês. Triste, quando sobra mês no final do salário e assim, mensalmente cada vez mais ficamos próximos da Sra. Realidade, amigos de infância – praticamente.

Esqueci de apresentá-la falando nisso. A Sra. Realidade é uma pessoa já bem vivida, que sabe por onde vir e se não vir, como se irá cair. Sabe cada passo, tem precisão nos mesmos e sabe que se erramos coincidentemente ela nos marca um café às surpresas com o seu bom amigo, Velho Passado.

A Sra. Realidade hoje gostaria de finalizar esse post, então como ela estava até pouco aqui jantando comigo vou traduzir algumas das palavras que ela me deixou:

Viver é muito simples e fácil, o difícil é saber aceitar quando as coisas não saem como esperamos. Conhecer os parentes da Sra. Realidade um a um a cada dia da vida não é muito fácil também, se até mesmo rejeitamos desconhecidos no Facebook e Orkut, quem dirá na vida real.

Saber aceitar simplifica as coisas, ter vontade e perseverança melhora qualquer situação. Não entregar-se jamais é a essência que cada um deve carregar. Vire a cara para o jovial Dom Orgulho e aceite a companhia da gentil Humildade. Jamais encolha a mão em prol de uma ajuda, mas também saiba quando ter que dispor as mãos em parada, ou a um exagero.

Ser criança é uma maravilha e deixe isso claro aos seus filhos. Dê a eles toda a dedicação que puder, por mais que seu trabalho te consuma mais que a energia da sua garotinha em casa. Sorria, se você tirou tempo para criar, ter, montar uma família, tire um pouquinho a mais para fazê-la feliz.

Aquele acompanhamento diário com a Srta. Responsabilidade (praticamente sua psicóloga) todos temos, o que diferencia uns dos outros é o simples fato de saber sorrir e agradecer por ter construído sua própria história de ninar.

Ser jovem é uma delícia, é quando descobrimos os gostos mais interessantes da vida. O beijo, os prazeres do corpo, a liberdade, a música e o principal de todos esses: quando descobrimos nós mesmos e o que queremos de fato.

Ser adulto, pai, mãe, tio, avó é apenas um complemento, um enriquecimento daquilo que temos como dádiva e que muitas vezes só sabemos reclamar.

Viver é apenas um dom. Os prazeres da vida a que nos damos o luxo é o enriquecimento da alma e que nos fazer ter um coração tão puro e tão bondoso, cujo qual após nosso término aqui acabamos por receber uma estrela. Como aquelas que nos são dadas nas provas em que tiramos 10.

Só que recebemos um prestigio maior ao receber essa estrela. Papai do Céu na verdade a coloca lá no alto, próximo da lua, para que todos possam ver que pessoa maravilhosa que tivemos a oportunidade de ser. E não é atoa que as estrelas só aparecem e brilham à noite, pois é à noite que são contadas as mais belas histórias de ninar.

GEDIEL, Camila. Sua História de Ninar. 2011.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Por Sinal




Sair gritando e chutar o balde. Isso mesmo!
Imagine a cena, você aí que me conhece. Eu abaixando o corpo, em posição de largada, dando o primeiro passo e em seguida correndo loucamente, frenética, histérica gritando em direção a um balde e chutá-lo! É GOOOOOOOOOOOOOOL! 1 x 0 para minha dor nos joelhos!

É loucura, é doidera mesmo. Toda a vez que eu leio aquele título do livro da Martha Medeiros: Doidas e Santas, eu penso. É isso! Eu sou mais uma mulher, doida e santa. Mas aquela doida varrida, “doida da pedra” - como dizem por aí.

Raramente penso duas vezes antes de qualquer coisa, porque eu quero é viver mesmo. Viver intensamente. Se eu errar, opa! Uma cicatriz aqui e um aprendizado a mais pro meu livro: "Eu repetiria somente pelo aprendizado". - afinal, vocês têm de concordar comigo é um bom título não? - Me diz quem aqui já nasceu sabendo MESMO de algo? Acho que ninguém não é? A maioria das coisas que aprendemos ou nós vimos, ou nós sentimos.

E, se eu der a sorte de acertar de primeira - porque é pura sorte mesmo - ótimo, não pensarei duas vezes (é óbvio) ao deixar a felicidade contagiar o meu corpo e me fazer sorrir sem parar.

Cá entre nós, um segredinho: Não existe beleza maior, nem maquiagem melhor, do que a felicidade estampada no rosto de uma pessoa.

Bom, eu demorei muito para aprender o que era amor próprio e mais ainda a aprender como ser feliz comigo mesma e depois que eu descobri isso, acredite, não é qualquer coisa ou simples palavras que me convencem.

Ser feliz está muito além de tudo, muito além até mesmo da própria liberdade. Ser feliz não é somente ser livre, é sentir-se livre, ser puro e íntegro de alma e coração. Ser feliz é não ter dúvidas, mas é ter certezas. Ser feliz é não saber o que significa a palavra 'preocupar-se'. Ser feliz é não fazer idéia do que é solidão, frio, fome. Ser feliz é a base que todo o ser humano deveria ter.

Devemos deixar de esperar mais dos outros e ao mesmo tempo mostrarmos mais de nós mesmos. Nossa felicidade plena depende basicamente de nós, de nossos pensamentos e desejos. Aprenda a pensar e desejar as coisas que estão mais próximas de seu alcance e tente sempre subir a cada dia um ou mais degraus da vida - isso se chama superação.

Comece a mudar, a almejar mais e a cada novo degrau empenha-se. E não desista, jamais. Vitorioso não é aquele que chega em primeiro lugar, mas sim aquele que subiu todos os degraus um a um, e tropeçou na maior parte deles, porém sempre esteve com um sorriso estampado em seu rosto.

E, por sinal, esse sorriso se chama Felicidade.


GEDIEL, Camila. Por Sinal. 2011.

quinta-feira, 31 de março de 2011

Ao Acaso

Vontade de ficar sozinha, de aprender a voar. Vontade é tanta vontade de tudo, que nem os dedos respeitam o tempo do meu pensar. É querer o bem, querer o mau. Querer o certo e o errado. O avesso e o acaso. É querer dois tempos do mesmo lado.

É não ter certeza do que se tem, do que se quer. É querer e ter tudo que se tem certeza que queríamos. É uma indecisão, é um palpite, uma voz que grita em silêncio, no mudo que fala dentro de nós. É pensamento. É tentar enxergar de olhos fechados algo que só nós podemos ver. É pensar. É a imaginação, do nada, do acaso, de tudo aquilo que a imaginação não consegue tornar para a realidade do tocar.

Me beije, eu te deixo. Me largue, eu te quero. Me abrace, me aperta, de novo, mas agora mais forte. Saí de perto, mas bem mais perto de mim. Fica longe, fica aqui. Um mais um pouco, aqui perto de mim. Dentro ou fora, quem sabe, quem saberá. Uma vez que se imaginou e desejou aquilo que não são quaisquer olhos que poderão enxergar.

GEDIEL, Camila. Ao Acaso. 2011.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Maça-do-Amor

Eu queria que tudo que é bom fosse para sempre. Que de segunda a quinta, sempre fosse sexta-feira. Que todos os doces fossem sempre doces. Que sábado e domingo tivessem 48 horas.

Eu queria que o amor não tivesse fase, não tivesse medida. Queria saber amar compreendendo as fases, sem pensar nas medidas. Queria medir o tempo afim de evitar para sempre o tal, juvenil, Srto. Sofrimento. Queria que a dor não existe, que o passado nem sempre fosse presente e que tampouco existisse tantas coisas ruins próximas da gente.

Queria que brigadeiro, beijinho e cajuzinho 'docescessem' das árvores. Que chovesse algumas vezes ao invés de água, suco de goiaba. Que o solo fosse de chiclete para aqueles que amamos nunca se afastarem da gente. Queria ver gente que gosta de sonhar. Que fecha os olhos antes de cochilar e fica pensando no mundo e em um jeito de o melhorar.

Queria que tudo fosse azul e que a paz, que branca é, fosse mestiça. Queria que nosso planeta continuasse redondo e que o coração de algumas pessoas deixasse de ser de pedra.

Queria que nada que é bom mudasse. Que tudo que é colorido sempre fosse retocado. Que o vento sempre vá e volte sem deixar-se perceber. E que a Lua que cumprimenta o Sol em despedida para um novo dia pudesse fazer a todos repensar.

Porque mudar o que é bom? Porque fingir algo que não se sente? Porque deixar-se de sentir? Porque não então sonhar e deixar acontecer? Pois sempre depois de dias nublados é o sol que radia.

Brincar de imaginar é fácil, fazer acontecer nem sempre depende da gente. Mas quem disse que não podemos sonhar? Afinal, eu sempre quis uma árvore de maça-do-amor, plantei uma semente dela durante um sonho no meu coração. Hoje brotam não só frutos, mas também desejos de fazer o bem. (E caso me perguntem sobre o bem, me desculpem pois tenho o feito sem olhar a quem)

GEDIEL, Camila. Maça-do-Amor. 2011

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Deita'qui

É o sorriso mais apaixonante que eu já vi. O jeitinho mais carinhoso de deixar-se levar, cujo qual me deixo a qualquer hora conduzir. São os, alguns, fios de cabelo que caem sobre o rosto sempre, deixando-o cada vez mais encantador.

Poderia dizer que é o toque, a pele, o perfume, o beijo. Mas não, é muito mais que isso. É uma certeza que ta dentro do peito, dos pensamentos. Uma certeza que é maior do que qualquer... enfim. Não sei dizer, perdi as palavras de novo.

Perdi, perder, perdida... Perdida! É assim que me sinto perto dele, perdida. Perdida entre o real e o sonho. Entre o céu e a terra, uma oscilação de realidade e sonho que eu nunca sei se o que eu estou vivendo é real ou fantasia. Mas isso é apenas até tocá-lo e ter certeza de que tudo é verdadeiro, pelo menos é o que diz o simples toque de minha mão.

Olhar para ele me faz ver o mar, senti-lo lembra-me o sopro do vento, a maresia. Tocá-lo é como firmar os pés na areia, deixar levar com as ondas. Nada mais que um recanto, um cantinho, my single bed, como diria Bob Marley. Uma sensação entre a paz e o êxtase.

Como se fosse um mar, que se deixa quebrar as ondas, uma a uma em cima de seus grãos de areia. Como se ele fosse a lua que todos os dias beija o manto do meu mar e faz brilhar delicadamente cada pedaçinho desse chão, que é a minha vida. Uma lua tão bela que não cega que se deixa admirar. Não é um sol, não é aquele claro faminto que não nos permite sequer admirá-lo. Mas sim uma lua, com aquele brilho singelo e aconchegante que nos beija a noite enquanto diz: "deite aqui, que nos meus braços te farei feliz".

GEDIEL, Camila. Deita'qui. 2011.